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Paraná Síndromes respiratórias

Crianças de até 5 anos são 23% das hospitalizações por SRAG no Paraná

Proporção de bebês e crianças hospitalizados por causa de síndromes respiratórias, como influenza, está em alta no estado

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(Foto: Gilson Abreu)

De cada quatro pacientes que são hospitalizados no Paraná por causa de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), um tem menos de cinco anos de idade. Assim tem sido nos últimos meses, desde julho deste ano, a partir de quando a proporção de bebês e crianças dando entrada nos hospitais do estado com problemas respiratórios começou a crescer. É isso o que revela um levantamento feito pelo Bem Paraná com base no Banco de Dados de SRAG, do Ministério da Saúde.

Até junho deste ano, os hospitais paranaenses já haviam registrado 33.519 atendimentos por SRAG em todo o estado, sendo que 6.719 desses pacientes eram crianças com 0 a 5 anos de idade. Desde julho, contudo, a proporção de crianças hospitalizadas apresenta tendência de alta. E a prova disso é que o número de hospitalizados por SRAG no estado, considerando o intervalo entre 1º de julho e 18 de setembro, somava 9.166 pacientes, dos quais 2.134 eram bebês ou crianças com até cinco anos.

Ou seja, se no primeiro semestre esse grupo mais jovem respondia por uma em cada cinco (20%) internações por SRAG no Paraná, hoje esse porcentual já chega a 23,3%. E um dos fatores que tem elevado o nível de internações de crianças tem sido justamente a Covid-19.

No primeiro semestre deste ano, a doença pandêmica foi responsável por um total de 11.998 hospitalizações no estado, sendo que 593 pacientes (4,9% do total) tinham até cinco anos de idade. Já no intervalo entre julho e setembro (até 18/9), foram notificadas 2.273 internações no Paraná, com 153 registros (6,7% do total) entre bebês e crianças na faixa etária analisada.

Segundo informações do Observa Infância (Fiocruz/Unifase), com o avanço da vacinação entre adolescentes, adultos e idosos, as taxas de hospitalização e mortalidade caíram em todas as faixas etárias no Brasil, mas entre menores de cinco anos a queda é mais lenta. Entre maiores de 60 anos, houve redução de 325% na média diária de óbitos por Covid-19, enquanto entre menores de cinco anos a redução foi de 250%

Em 13 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da vacina Coronavac para crianças de 3 e 4 anos, mas, até 23 de setembro, somente 2,5% da população com essa idade havia recebido as duas doses da vacina. Para bebês de 6 meses a 2 anos, a Anvisa aprovou o uso da Pfizer pediátrica em 16 de setembro.

“A cada dia que passamos sem vacinas aplicadas nessa faixa etária, mais de uma criança morre por Covid-19 no Brasil”, afirma Cristiano Boccolini, que é pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz e coordenador do Observa Infância.

No Brasil, número de crianças internadas por Covid supera o de idosos

O Observa Infância também divulgou na semana passada, com base em dados dos Boletins Epidemiológicos Especiais: Covid-19 (SVS/Ministério da Saúde), uma análise sobre a hospitalização de crianças menores de cinco anos no Brasil. Esse estudo revela que a partir de julho esse grupo de jovens passou a responder por duas de cada cinco internações por Covid-19 no país, sendo que entre janeiro e junho ele representava três de cada 50 internados por complicações da doença.

Entre 14 de agosto e 10 de setembro, conforme a análise de Cristiano Boccolini, 678 bebês e crianças menores de cinco anos foram hospitalizados com Covid-19 no Brasil, quase o dobro dos 387 maiores de 60 anos internados no mesmo período. Já no primeiro semestre, o país registrou um total de 7.809 internações de menores de cinco anos e 90.206 de maiores de 60 anos.

Com Bem Paraná

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