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Paraná Aumento de 70%

Operação contra desmatamento da Mata Atlântica identifica 2,2 mil hectares de floresta devastada ilegalmente no Paraná

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Operação contra desmatamento da Mata Atlântica identifica 2,2 mil hectares destruídos no Paraná — Foto: Reprodução/RPC

Uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Polícia Ambiental e Instituto Água e Terra (IAT) aponta que o desmatamento da Mata Atlântica aumentou quase 70% este ano e o Paraná foi o segundo Estado que mais desmatou.

A Operação Mata Atlântica em Pé durou dez dias e ocorreu em 17 estados brasileiros. A polícia identifica os locais por meio de imagens de satélite, que apontam o desaparecimento da floresta.

Durante a operação, foram flagrados 2,2 mil hectares de floresta devastada ilegalmente no Paraná, o que é 67,2% a mais do que comparado com o registrado no ano passado: 1,6 mil hectares. A destruição resultou em mais de R$ 15 milhões em multas.

Em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a floresta foi derrubada para dar espaço às plantações. Até uma araucária, árvore protegida por lei, foi encontrada pelos policiais.

Os criminosos tentam enganar a fiscalização deixando árvores intactas ao redor das propriedades.

“Eles começam a desmatar do centro para as bordas da floresta, para tentar burlar a fiscalização, para que quando os policiais estão fazendo o patrulhamento eles não consigam ver o desmatamento. Eles só vão perceber quando a área já está completamente limpa”, afirma Rafael Freitas, tenente da polícia ambiental.

No ranking do desmatamento, Minas Gerais fica em primeiro lugar com 2,7 milhões de hectares destruídos, e o Paraná em segundo com 2,2 milhões.

Este ano a polícia encontrou 8,1 mil hectares de corte ilegal de Mata Atlântica no Brasil – quase 30% a mais que em 2020, quando foi registrado 6,3 mil hectares de corte ilegal.

Em uma propriedade em Almirante Tamandaré, também na região de Curitiba, foram encontrados centenas de troncos queimados. Segundo a polícia, no meio dessa área havia um rio, que desapareceu, deixando apenas a terra seca.

A destruição atingiu, inclusive, espécies de árvores ameaçadas de extinção.

Pela primeira vez, o Instituto de Criminalística participou da operação. Os agentes coletam provas do crime e elaboram um laudo pericial que vai ajudar na investigação contra os infratores.

“A gente faz as medições, verificamos se existem áreas de preservação permanente, alguma espécie ameaçada de extinção cortada, vestígios de queima. Tem uma série de fatores que são verificados, descritos e relatados no laudo pericial”, diz Angela Andreassa, chefe de perícia de crimes ambientais.

A operação é coordenada pelo Ministério Público há cinco anos e revela o quanto essa floresta frágil vem sendo dizimada.

“Esses remanescentes de vegetação nativa que são suprimidos demoram muito tempo para se recuperar. Ainda que cessem os ilícitos e se comece a recuperação, demora muito tempo. Então, é algo muito preocupante e que precisa ser freado imediatamente”, afirma o promotor Alexandre Gaio.

 

Com G1

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