Fale com a gente

Paraná

Paraná registra um caso de furto ou roubo a cada dois minutos

Publicado

em

Os paranaenses nunca foram tão roubados ou furtados como no ano que passou. De acordo com o relatório estatístico anual da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), em 2016 o número de furtos e roubos bateu recorde no estado, com 271 mil registros. Isso dá uma média de 741 ocorrências por dia ou ainda um caso a cada dois minutos. É o maior índice desde 2007, quando teve início a série histórica, sendo que em nove anos o número de registros cresceu 110%.

As ocorrências de furto são as mais comuns no Paraná, com 501 casos por dia ou um furto a cada três minutos. Em 2016 foram 183.164 ocorrências, o que representa uma alta de 81,4% na comparação com 2007, quando haviam sido 101 mil registros. Desde 2011 os índices estão numa crescente, sendo que no ano passado o aumento foi de 9,1% na comparação com 2015. Apenas em 2010 um crescimento mais expressivo havia sido registrado, quando o número de ocorrências saltou 59%. Desde 2011, porém, o índice vem numa crescente.

A maior parte desses crimes são contra residências e nos horários em que os moradores estão fora de casa, totalizando 56.850 casos no ano passado. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Matheus Laiola, esse tipo de situação “pressupõe não só uma oportunidade, mas também a predisposição do criminoso a agir e praticar o delito”. O delegado não quis dar entrevista para comentar sobre os dados da Sesp, mas teceu alguns comentários sobre a questão em uma nota encaminhada pela assessoria de imprensa da corporação à reportagem.

Já com relação aos crimes de roubo, foram 87.850 ocorrências no ano passado, o que dá uma média de 240 roubos por dia ou um caso a cada seis minutos. Entre 2007 e 2016 o índice de ocorrências explodiu, com um crescimento de 210% (haviam sido 28.302 casos em 2007). Além disso, desde 2012 os números só sobem, sendo que no ano passado a alta foi de 24% na comparação com 2015.

Com relação ao ambiente em que esse tipo de ocorrência costuma ser registrada, os casos em ambiente público são esmagadora maioria, com 55.478 casos, o que representa uma alta de 29,7% na comparação com o ano anterior. Segundo o delegado Laiola, a maior parte desses crimes são praticados por usuários de drogas, que visam subtrair o aparelho celular da vítima para conseguir dinheiro rápido e fácil para alimentar o vício.

“Jovens são vítimas fáceis principalmente pelo uso imoderado de celular. O assaltante monitora o comportamento da vítima, e, se esta estiver distraída, será uma potencial vítima”, explica o delegado. “Não reaja, pois sua vida não tem preço”, finaliza.

 

Dados do Paraná

FURTOS CONSUMADOS
2016 183.164
2015 167.882
2014 162.033
2013 156.300
2012 151.696
2011 151.589
2010 152.532
2009 95.866
2008 103.392
2007 100.966

 

ROUBOS CONSUMADOS
2016 87.850
2015 70.789
2014 62.618
2013 57.867
2012 56.778
2011 56.797
2010 59.340
2009 30.004
2008 29.645
2007 28.302

 

Crise e criminalidade
Entre os fatores capazes de explicar a alta nos índices de criminalidade no Paraná, um deles é a crise econõmica pela qual o país atravessa. Essa relação, inclusive, é algo estudado há mais de 40 anos pela criminologia, ciência que estuda o crime como realidade social e humana. Em um artigo publicado nos anos 1980, por exemplo, Ignácio Rangel, economista e advogado brasileiro, escrevia:
“Assistimos ao agravamento das taras do esquema de distribuição de renda, em aumento do desemprego. Tudo isto conflui para a gestação de um clima de protesto, o qual, antes de encontrar expressão política amadurecida, assume a forma de uma criminalidade urbana que, por suas dimensões e características, ultrapassa os quadros cobertos pela simples criminalística”.
Mais recentemente, foi vez da advogada Adriana Cristina Garrido publicar um estudo sobre o assunto, no qual apontava que “quando emergem as crises econômicas, mais se instiga a criminalidade”, assinalando ainda que, nessas situações, o crime adota um caráter patológico-social. “Dos fatores que influenciam na criminalidade, o mais importante, o predominante, é o econômico”, finaliza.

DFR prende uma pessoa por dia
A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) investiga os crimes cuja autoria é desconhecida, ou seja, quando não há identificação do suspeito que efetuou o crime. De acordo com o delegado-titular da DFR, Matheus Laiola, a especializada prende em média uma pessoa por dia. “Esperamos fechar este primeiro semestre com aproximadamente 150 prisões”, ressalta o delegado.

Ainda segundo a autoridade policial, o trabalho da Polícia Civil se baseia, principalmente, nas informações repassadas pela população. Por isso, ele ressalta a necessidade de os cidadãos denunciarem qualquer crime para a polícia, facilitando a identificação e prisão dos suspeitos de algum delito. Denúncias podem ser feitas através do telefone da delegacia (41) 3218-6100.

Copyright © 2017 O Presente