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Paraná

Polícia dobra o número de prisões de suspeitos de assassinato

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A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba alcançou a marca de 100 suspeitos de assassinatos presos somente neste ano de 2017. É mais do que o dobro de detidos no ano passado inteiro. A marca traduz o trabalho de investigação da unidade na elucidação das mortes na capital paranaense – que vem apresentando sucessivas quedas no índice de homicídios.

“Temos que parabenizar as equipes da Divisão. A investigação de homicídios exige rapidez, eficácia e muito embasamento. Podemos reputar este aumento na qualidade e eficiência do trabalho da DHPP ao compartilhamento de informações com a população, inclusive através do Disque Denúncia, assim como com a Polícia Militar e o serviço reservado, que auxiliam a Polícia Civil com informações que permitem chegar até os autores dos crimes”, afirmou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita. Ele também ressaltou a contribuição da Criminalística e do Instituto Médico Legal (IML), que fornecem informações importantes que são compartilhadas com as equipes de investigação.

Paralelamente ao aumento do número de detenções, o trabalho da polícia também vem contribuindo para a queda no número de mortes violentas em Curitiba. Os primeiros seis meses de 2017 terminaram com uma redução expressiva do número de homicídios na capital. A queda foi de 24,4% se comparada com o primeiro semestre de 2016. Foram 233 mortes no ano passado e 176 este ano – portanto, 57 assassinatos a menos. É o menor número de homicídios já registrados em Curitiba nos últimos 10 anos – quando a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, através da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (CAPE), iniciou a contagem.

 

Motivo torpe

 100º detido é um jovem de 19 anos. Após três meses de investigação, policiais da DHPP chegaram até ele, que é suspeito de matar um casal de irmãos em julho deste ano no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, depois de uma discussão banal.

“Este número de 100 presos mostra o trabalho de excelência da delegacia. Temos uma equipe muito coesa, bastante envolvida com a missão policial. Uma equipe toda de delegados interessados e com muito respaldo da chefia traz esses resultados. Além do apoio essencial da Polícia Militar e Guarda Municipal de Curitiba”, avaliou a delegada Aline Manzatto.

Foi ela quem prendeu o homicida número 100, que era soldado do Exército à época do crime. Com ele a polícia encontrou um carregador de pistola calibre 380, três munições calibre 380, e uma munição calibre 357, além de três munições calibre 9 milímetros – o mesmo tipo usado para matar os irmãos. Além disso, a polícia apreendeu com ele, uma pequena porção de maconha e cocaína distribuída em doze buchas, balança de precisão e R$ 657 em dinheiro. Assim, além do duplo homicídio ele será indiciado por tráfico de drogas e posse ilegal de munição de uso permitido e proibido.

 

Pontos

 De acordo com o delegado titular da DHPP, Fábio Amaro, a expressiva elucidação de crimes pode ser atribuída, sobretudo, à integração da rede de Segurança Pública, com maior afinidade e contato com o Ministério Público e Judiciário – Primeira e Segunda Varas do Tribunal do Júri.

Outro fator relevante citado pelo delegado é a reativação do Dique Denúncia (0800-6431-121). Essa ferramenta de trabalho propicia às equipes subsídios do que aconteceu no local de morte em áreas nas quais há dificuldade na obtenção de informações, face ao medo de represálias.

“O terceiro ponto é a capacitação continuada do servidor da DHPP. Com frequência ministramos cursos de padronização e técnicas nas investigações, interceptações telefônicas. Esse papel desempenhado na especialização da mão de obra também tem sido preponderante na conquista desse número que tem de ser festejado pela nossa unidade. Graças à virtude e ao empenho de toda a equipe que trabalha de forma integrada para combater esses crimes dolosos contra a vida na capital do estado”, afirmou o delegado.

O delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis, e exaltou o trabalho dos policiais da Divisão pelos expressivos resultados. “A excelência dos resultados da DHPP estão fazendo com que a estatística esteja ao nosso favor, a uma forte redução nos crimes de homicido em Curitiba e principalmente um aumento nas taxas de elucidação”, disse.

 

Prisões

Este foi um ano marcado pela resolução de casos de grande impacto na DHPP. Alguns deles, com repercussão nacional. Foi assim com a prisão dos quatro suspeitos de envolvimento na morte do fiscal de combustíveis Fabrízzio Machado da Silva, 34 anos, na noite do dia 23 de março.

Fabrízzio era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis e teria feito a denúncia que originou a investigação contra vários postos, entre eles os de um empresário da Capital que seria, de acordo com a polícia, o mandante do crime.

Um dos crimes vitimou o policial militar Marcos Rodrigues Ferreira, 40 anos. Inicialmente tratado como latrocínio, roubo seguido de morte, o trabalho da DHPP apontou se tratar de um crime passional. O policial foi assassinado por um dos amantes da esposa dele, Karla Fernanda Menezes Ferreira. O autor do disparo foi um soldado de apenas 18 anos.

Outro caso envolvendo um policial militar teve desfecho semelhante no fim do mês de julho. Após declarar que se tratava de um suicídio do marido, a DHPP descartou essa hipótese e prendeu a esposa do policial, de 26 anos, pela morte do tenente Cássio Ormond Araújo, de 33.

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