Paraná Oscilações
Suinocultura e o preço dos grãos: da euforia à preocupação
A partir de maio, o preço dos produtos da suinocultura disparou, animando os produtores paranaenses. Em outubro, o quilo do suíno vivo chegou a R$ 8,24: crescimento de mais de 100% em cinco meses. Por um lado, essa decolagem compensou a escalada dos preços de grãos. Por outro lado, a escassez de soja e de milho passou a dar dor de cabeça ao suinocultor, principalmente o independente – categoria em que se enquadram 40% dos produtores de suínos do Paraná.
“Os valores chegaram a preços que colocam o produtor em uma era que ele nunca viveu. Mas a euforia já passou e hoje os suinocultores estão mais preocupados, principalmente porque não se encontra grãos disponíveis e por conta da incerteza se a demanda vai segurar os preços do suíno em alta”, menciona a técnica do Detec do Sistema Faep/Senar-PR, Nicolle Wilsek, que acompanha a cadeia da suinocultura.
Nicolle tem orientado os pecuaristas a buscarem alternativas, como triguilho, triticale centeio e sorgo, fato que vai ao encontro de uma pesquisa da Embrapa, que aponta que alguns grãos podem substituir o milho e o farelo de soja na alimentação de suínos e frangos, desde que sejam feitos ajustes nos níveis de aminoácidos, de acordo com a fase de cada animal. Entre essas opções, a Embrapa destaca o triticale e a cevada.
“O entrave é que não temos cultura de plantar esses grãos em grande escala. Mas o produtor que tiver essas opções, pode usá-los como alternativa”, ressalta Nicolle.
Paralelamente, os produtores estão de olho na indústria, na expectativa de que não haja ajustes na escala de produção. “A indústria não iniciou isso ainda. A gente não sabe se vai acontecer ou não, mas por enquanto não há indicativo”, aponta a técnica do Sistema Faep/Senar-PR.
Técnica Nicolle Wilsek, do Sistema Faep/Senar-PR: “Os valores chegaram a preços que colocam o produtor em uma era que ele nunca viveu. Mas a euforia já passou e hoje os suinocultores estão mais preocupados” (Foto: Divulgação)
Com assessoria