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Policial Agentes de quatro patas

Cães dão maior eficiência a operações do BPFron

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(Foto: Bruno de Souza/OP)

Cão e homem, lado a lado, fazendo aquilo que, separados, não seria tão efetivo. Há seis anos, o Pelotão de Operações com Cães do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) age diariamente contra crimes na região. E a efetividade é de “encher os olhos”.

De acordo com o comandante do pelotão, tenente Luis Beiger, a diferença entre operações com e sem “policiais” de quatro patas é bastante significativa. Devido à eficiência dessa união de forças, o batalhão canino está presente na maioria das ações do BPFron. “Uma abordagem a ônibus que duraria cerca de uma hora, com o cão conseguimos fazer em 15 minutos. Na nossa equipe, os cães estão juntos em toda operação”, destaca ao O Presente.

Ao todo, o pelotão conta com sete cães e cinco deles ficam em canil na sede rondonense do BPFron. “Cada cachorro tem o seu policial. Quando estamos de serviço, o cão também está”, menciona o tenente.

Quem acompanha Beiger em suas empreitadas é o Átila, um cão de três anos que esbanjou graça durante a entrevista. “Recentemente, ele (o cão Átila) entrou em um quarto e mudou de comportamento. Eu sabia que havia alguma coisa errada ali e, por fim, ele encontrou um revólver”, relembra o militar, dentre outros episódios vivenciados com o companheiro.

 

Comandante do Pelotão de Operações com Cães do BPFron em Marechal Rondon, tenente LuiS Beiger: “Uma abordagem a ônibus que duraria cerca de uma hora, com o cão conseguimos fazer em 15 minutos. Na nossa equipe, os cães estão juntos em toda operação” (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

APREENSÕES

De 2015 até este ano, o Pelotão de Operações com Cães do BPFron apreendeu 29,6 mil quilos de maconha, 39,2 quilos de haxixe, um milhão de cigarros contrabandeados e 23 armas de fogo.

 

CERTEIROS

Beiger afirma que os cães “não erram”. Não há um mais competente que o outro, na avaliação do comandante. “O Guerreiro tem mais tempo de serviço, mas todos fazem a mesma coisa com a mesma qualidade”, assegura.

As glórias vão para Átila, Ronda e Stark, de três anos, para Atena, de quatro, e Guerreiro, de seis, que foi o primeiro cão do batalhão. “Todos são da raça Pastor Belga Malinois. No mundo todo essa raça é usada, tanto por polícia, exército e forças especiais em diversas funções”, expõe.

O mais velho da turma está prestes a se aposentar. “Quando eles completam seis anos entram em um programa de aposentadoria. Assim, aproveitam a vida, que é curta. Cachorros vivem de dez a 15 anos. Então, eles trabalham seis e ficam o restante em casa”, compartilha o tenente.

Tenente Beiger e seu companheiro canino, Átila: “Cada cachorro tem o seu policial. Quanto estamos em serviço, o cão também está” (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

O TREINAMENTO

Cada cão é treinado pelo policial que o acompanha nas operações. Contudo, na visão canina, o treinamento não passa de brincadeira. “De três a quatro vezes por dia eles têm esse treinamento, que vai de brincar com a bolinha para desestressar até procurar substâncias propositalmente escondidas. Eles são levados para correr e caminhar. Também vão no parque para ver pessoas e se acostumar”, explica Beiger.

Segundo ele, a rotina dos cães os deixa motivados e felizes. “Levamos a bolinha junto nas operações e é o presente deles. Sempre que acham alguma coisa irregular, indicam e são recompensados com a bolinha”, menciona.

O militar comenta que os cães têm dois modos de indicar que encontraram algo: sentar ao lado ou raspar o local com as patas.

Ainda filhotes, com cerca de 45 dias de vida, os cães começam o treinamento. “A gente os incentiva a procurar brinquedos. A comida é escondida e eles a encontram pelo cheiro como uma forma de incentivar o faro a trabalhar”, expõe Beiger.

O faro dos cachorros, pontua o tenente, é de aproximadamente 300 milhões de vezes maior que o do ser humano. “Eles têm essa aptidão para farejar e nós trabalhamos com associação. Sabem que achando uma droga ou arma de fogo vão encontrar o brinquedo deles”, afirma.

O que é brincadeira para os cães facilita o trabalho dos policiais. O comandante diz que os cães do pelotão são treinados para encontrar armas de fogo e drogas, sendo uns dos poucos do Paraná que encontram cigarro. “Os cachorros nos acompanham também em patrulhamentos e contribuem para nossa própria segurança. Trabalham como se fossem uma arma de defesa pessoal. Chamamos isso de cão de duplo emprego, tanto para faro quanto para combate”, detalha.

Cães são treinados desde filhotes e farejam armas de fogo, drogas e cigarros (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

BRINCALHÕES ATÉ CERTO PONTO

Durante a entrevista, Átila esteve próximo, brincando e pedindo atenção. Em demonstrações, os cães costumam ser alvo de carinho de muitas crianças. Beiger comenta que eles reconhecem os momentos para brincar e para agir com seriedade.

“O cão tem duas coleiras e trabalhamos com uma ativação. Em uma guia ele está obediente, sabe que tem que obedecer a tudo o que falo e aí fica brincalhão. Na outra, ele está trabalhando, procurando algum cheiro. Os cães fazem essa associação pela forma que a coleira segura e também pela conexão que têm com o policial, porque isso entrega que estamos procurando alguma coisa”, enaltece.

Essa proximidade se dá pelo treinamento com o policial que guia o cão, segundo o comandante. “Eu, por exemplo, sei exatamente quando o Átila está na eminência de encontrar alguma coisa”, destaca.

Brincalhões e certeiros, cães policiais dão maior agilidade nas operações (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

MAIS CÃES NO FUTURO

O canil do BPFron em Marechal Rondon foi inaugurado em 2019 e, desde então, serve como base de alojamento, treinamento e preparação dos agentes de quatro patas. Hoje, o projeto expandiu e conta com uma sala para organizar o pelotão de cães.

O comandante destaca que a estrutura foi montada com apoio da comunidade rondonense e da prefeitura. Antes do espaço existir, os cães ficavam na casa dos policiais.

Por enquanto, a estrutura atende o pelotão na medida: cinco boxes para cinco cães. “Prestamos apoio a outras unidades que têm cachorro. Com o espaço físico, de vez em quando alojamos algum cão para o Exército. Quando sair o batalhão novo, provavelmente teremos uma área maior para os cães”, antecipa.

Encontrar ilícitos é brincadeira para cães do pelotão: eles atuam por seis anos, depois entram em um processo de aposentadoria (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

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