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Ex-delegado do Caso Tayná defende investigação

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Silvan Pereira está preso, acusado de torturar suspeitos de matar menina

O primeiro responsável pelas investigações da morte da menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, delegado Silvan Rodney Pereira, defende que a Polícia Científica do Paraná deveria ser investigada. Segundo ele, a perícia apresentou duas versões para esclarecer o caso. Uma delas leva à conclusão de que a garota teria sido estuprada antes de ser morta.

Para o delegado, se houve erro nas investigações, isso partiu da perícia. “Eu acredito que quem tem que ser investigado é a Polícia Científica do Paraná”, afirma.

O laudo oficial do Instituto Médico-Legal apresentado dias depois da morte mudou as investigações do caso e resultou na soltura dos quatro homens presos por Silvan. Segundo ele, o grupo foi o responsável pela morte da garota. “Tenho convicção de que eles são os autores desse crime”, afirma. Os rapazes foram colocados no programa de proteção a testemunhas e levados para outro estado.

Além do laudo que apontou não haver indícios de que a menina não sofreu violência sexual antes de ser morta, os quatro suspeitos alegaram ao Ministério Público que sofreram tortura no período em que estavam detidos e que só por isso confessaram o crime. Um dos autores da tortura, de acordo com o grupo, foi o próprio Silvan. Por isso, a justiça decretou a prisão do delegado e de outros policiais também denunciados pelos suspeitos.

Silvan diz que ouviu duas versões dos peritos que analisaram a cena do crime. Um deles teria feito um desenho, que confirmaria a tese inicial de estupro. “Aqui ficaram marcas do sutiã que foi colocado nela [Tayná], marcas que só ficam em cadáver. Se você estiver vivo, essas marcas não ficam. Isso aqui, ele me fez”, diz mostrando o desenho.

O diretor da Polícia Científica, Leon Grupenmacher, informou que não pode dar informações sobre o caso, já que o processo segue sob segredo de justiça. Contudo, ele afirmou que não há divergências entre os laudos dos peritos.

Material genético
Uma das últimas reviravoltas do caso levantou ainda mais suspeitas sobre os policiais que foram acusados de tortura. Em setembro, a Justiça determinou que todos deveriam colher material genético, para que fosse confrontado com o sêmen encontrado no corpo de Tayná.

Silvan disse que aceita fornecer o material genético, porém se diz ofendido com a suspeita. “Eu fico muito ofendido com essa suspeita porque não tem fundamento. Como eu de delegado passo a investigado?”, alegou. Ainda conforme o delegado, ele sequer conhecia a família de Tayná antes das investigações.

O delegado também nega a acusação de tortura aos quatro rapazes. “Na minha delegacia, eu não torturei e eu não tenho conhecimento de que eles foram torturados. Agora tenho conhecimento hoje que eles foram torturados em outras delegacias”, comentou.

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