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MP denuncia delegados por corrupção e formação de quadrilha

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O Ministério Público (MP) encaminhou à Justiça uma denúncia contra 23 pessoas – sendo quatro delegados, 15 investigadores, um agente de apoio e três comerciantes – nesta quinta-feira (15). Segundo as investigações, uma quadrilha com objetivo de conseguir dinheiro de comerciantes do setor de ferro-velho, por meio de corrupção, atuava na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.

A denúncia é decorrente da Operação Vortex, deflagrada em abril de 2013 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Curitiba e Região Metropolitana. Vinte e quatro crimes são relatados na denúncia, de acordo com o Ministério Público. Três pessoas foram denunciadas por concussão, que é a exigência financeira mediante ameaças, uma por abuso de direito, uma por denunciação caluniosa, uma por lavagem de dinheiro, três por corrupção ativa e 15 corrupção passiva.

Além disso, todos os policiais ainda foram denunciados pelo crime de formação de quadrilha. O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, disse que a operação foi deflagrada devido a denúncias. “Fomos procurados por pessoas que tinham sido vítimas. Elas nos relataram sobre os problemas que estavam havendo na área da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Começamos a investigar e houve vários fatos ali que acabaram decorrendo nas investigações no período”, relembra.

Conforme Batisti, mais de 80 pessoas foram ouvidas. “Também fizemos apreensão de matérias que deram fidedignidade que ali havia uma quadrilha com propósito de obter dinheiro por corrupção”.  O Gaeco afirma que policiais da área endureciam a fiscalização para criar condições de exigir dinheiro ou para que comerciantes tomassem a iniciativa de oferecer dinheiro.

Operação Vortex
Em abril, o Gaeco e a Corregedoria da Polícia Civil cumpriram 18 mandados judiciais de busca e apreensão em Curitiba e na Região Metropolitana. Na época, três policiais civis foram presos em flagrante por porte de armas sem registro. Noventa e oito mil dólares e munição de uso restrito foram apreendidos com um dos detidos.

As investigações do Gaeco duraram cerca de oito meses com a intenção de apurar suposta corrupção da polícia e ilegalidades relacionadas a desmanche de carros. O foco da operação foi a Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos e o 6º Distrito Policial.

Os mandados foram cumpridos nessas três unidades, em casas de policiais e comerciantes de ferro-velho e estabelecimentos de revenda de peças de veículos usadas. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Segurança Pública solicitando o posicionamento da pasta, mas, até a publicação dessa matéria, não havia recebido um retorno.

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