Fale com a gente

Política Troca de partido

Contra “projeto Bolsonaro”, Alfredo Kaefer deixa o PSL e se filia ao PP

Publicado

em

Alfredo Kaefer explica que não poderia conciliar o fato do seu antigo partido ter um pré-candidato à Presidência, enquanto seu apoio é incondicional ao presidenciável Alvaro Dias (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Alfredo Kaefer foi o segundo candidato à Câmara que mais obteve votos em Marechal Cândido Rondon na eleição de 2014. Ainda no PSDB à época, dois anos mais tarde ele aproveitou a janela partidária para migrar para o então pequeno e pode-se dizer até insignificante PSL. Agora o partido ganha projeção por abrigar o polêmico deputado Jair Bolsonaro (RJ), pré-candidato à Presidência. Com isso, Kaefer aproveitou a nova janela partidária e anunciou, na semana passada, sua filiação ao PP.

Em entrevista ao Jornal O Presente, o parlamentar com domicílio eleitoral em Cascavel explicou os motivos da saída do PSL e a entrada ao PP, cuja decisão lhe reaproxima do governo estadual de Cida Borghetti (PP). No âmbito da política rondonense, Kaefer revela que apoiará a pré-candidatura do deputado estadual Elio Rusch (DEM) e que não espera apoio da sigla pepista, que deve estar com o deputado José Carlos Schiavinato (PP). Confira.

 

 

O Presente (OP): O senhor aproveitou a janela partidária para trocar o PSL pelo PP. Por que desta escolha?

Alfredo Kaefer (AK): Eu fui eleito deputado três vezes consecutivas pelo PSDB (2006, 2010 e 2014) e na janela em 2016 fui para o PSL. Junto com o presidente (da sigla) havíamos feito um projeto de médio e longo prazo, inclusive estavam se filiando vários deputados para formar uma bancada muito homogênea, dentro de uma linha programática em que eu encaixava bem meus planos e meus ideais. Mas de repente o presidente foi seduzido pelo fator Bolsonaro (pré-candidato a presidente da República) e acabaram ingressando ele no PSL. Eu não coadunei com esses projetos e princípios, e entendi que não deveria continuar no PSL e a caminhar junto com o projeto do Bolsonaro.

 

 

OP: Pelo que consta o PP-PR está formando um chapão muito forte para a eleição de deputados estaduais e federais. Na sua avaliação, a escolha em migrar para este partido pode dificultar ou não uma reeleição?

AK: Eu tenho uma relação muito boa com a bancada do PP nacional. O partido tem relativamente planos e ideias semelhantes com os meus. É um partido que tem pensamento liberal progressista e então encaixou. Eu diria que teria tido opções em que eventualmente precisaria até menos votos. O PP está formando um chapão com deputados que já estão nos cargos e têm um legado de votos importantes. Então não será uma chapa tão fácil, mas optei por esse partido porque temos que ir onde as pessoas se afinam com você. Foi a minha opção o PP.

 

 

OP: Quantos votos o senhor estima que serão necessários para ser eventualmente reeleito?

AK: Eu penso que uma linha de corte hoje se situa por volta de 100 mil votos. Para estar dentro deste chapão, se inteiramente ele acontecer, acredito que há de se fazer 100 mil votos para estar dentro.

 

OP: E em relação às dobradinhas em Marechal Cândido Rondon, o senhor já tem discutido com quem pretende estar na eleição?

AK: Em Marechal, na última eleição, fiz uma parceria muito forte com o deputado Elio Rusch (DEM). Na sequência, neste período todo, digamos que houve outros deputados que tiveram uma aproximação maior e mais afinidade com a administração (municipal). Não sei com quem o deputado Elio vai compor para deputado federal, mas em Marechal Rondon, não obstante a qualquer situação, mesmo que eu esteja absolutamente com qual grupo e como será, todos os meus pedidos de votos serão para ele.

 

 

OP: Em Rondon o PP é do grupo de oposição. Até devido a essa parceria com o deputado Elio, o senhor pretende apoiar o governo municipal?

AK: O deputado Elio Rusch é do Democratas e, ao que tudo indica, estaremos no mesmo grupo político na eleição estadual. Neste contexto eu penso que vou relevar a situação, até porque sou ingressante agora no PP e, no meu conceito, vou desconsiderar a situação se o PP é oposição no município, mas o meu candidato em Marechal Rondon, mesmo que o deputado Elio tenha eventualmente outro parceiro numa dobrada na cidade, absolutamente toda minha campanha e meu pedido de voto será para ele, não obstante a qualquer situação. Para mim não importa se o PP é oposição na administração local. Vou pedir votos para ele e as minhas demandas, no que depender de Brasília, serão em parceria com a administração. Já existem algumas coisas andando em Brasília e todas encaminhadas pelo governo municipal. A minha mudança de partido não muda minha forma de conduzir.

 

Leia a matéria completa na edição impressa de O Presente

Copyright © 2017 O Presente