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Política

Lula depõe por 2 horas e, ao final, pergunta se terá um juiz imparcial; Moro diz que sim

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Com duas horas e dez minutos de duração, o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao fim às 16h26 desta quarta-feira (13). Foi o segundo encontro presencial entre o petista e o juiz federal Sergio Moro, que comanda os processos da Operação Lava Jato na primeira instância –a primeira audiência, em 10 de maio, levou quase cinco horas.

Ao final de seu depoimento, o ex-presidente perguntou a Moro se "seria julgado por um juiz imparcial". Em resposta, Moro disse que sim, segundo apurado com pessoas que acompanharam a audiência na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Lula respondeu pelas suspeitas de participar de um esquema de corrupção envolvendo oito contratos entre a empreeiteira odebrecht e a petrobras. Ainda não se sabe o conteúdo do depoimento, que só será divulgado quando a Justiça Federal publicar o termo de audiência, uma ata com os presentes no local e determinações de Moro, o termo só é feito quando encerrada a audiência.

O juiz manteve o segundo interrogatório do dia, de Branislav Kontic, ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci. Por isso, levará mais tempo até que os vídeos do interrogatório de Lula sejam divulgados.

As audiências não têm limite de tempo, mas, neste processo, duraram no máximo seis horas. No primeiro dia de interrogatórios, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, e Paulo Melo, ex-diretor da empreiteira, falaram por cerca de seis horas, no total, no dia 4 de setembro. Marcelo foi interrogado por cerca de três horas e meia e Melo, por pouco mais de uma hora. O interrogatório de Demerval Gusmão, dono da DAG Construtora, durou quase duas horas em 6 de setembro.

Chegada com apoio de manifestantes

Lula chegou às 13h50 ao prédio da Justiça Federal em Curitiba, passando de carro em um corredor formado por militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que o esperavam desde as 10h30. Ele desceu do automóvel, onde encontrou lideranças do PT como a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional da sigla, e caminhou poucos metros segurando uma bandeira do Brasil. Ao som de "Lula, guerreiro do povo brasileiro", "fora, Temer" e batucadas, o ex-presidente interagiu com militantes. Depois, seguiu de carro à sede da Justiça Federal, onde a audiência marcada para 14h teve início às 14h16.

Moro chegou ao local por volta das 10h, em uma caminhonete escoltada por seguranças da Justiça Federal. O entorno do prédio, com forte esquema de segurança que incluiu um helicóptero, foi bloqueado pela polícia às 9h20. A previsão era de que o bloqueio começasse às 6h30, mas a Secretaria de Segurança Pública do Paraná avaliou que o clima será mais tranquilo do que em maio.

Além de Lula e Moro, estavam na sala de audiências 2 os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato, advogados da Petrobras, que exercem o papel de assistentes de acusação, defensores de Lula e dos outros sete réus, além de uma servidora pública que atua como assistente de audiência.

Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo Chegada de Lula (ao centro) à sede da Justiça Federal, para segunda audiência com o juiz Sergio Moro

Um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também está na sala para "garantir as prerrogativas dos advogados que atuam no caso", disse a instituição em nota ao UOL. O conteúdo do depoimento, que está sendo gravado em vídeo, só será divulgado pela Justiça Federal depois do seu término.

O processo

A ação penal desta quarta trata de um suposto esquema de corrupção envolvendo oito contratos, firmados de 2004 a 2012, entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras.

Com desvios que chegaram a R$ 75,4 milhões, segundo denúncia do MPF, Lula teria sido beneficiado com a compra de um terreno em São Paulo que seria sede do Instituto Lula e com a aquisição do apartamento vizinho ao em que ele vive, em São Bernardo do Campo (SP). Lula é acusado ter cometido o crime de corrupção passiva por nove vezes, e o de lavagem de ativos por 94.

Com informações UOL

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