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Mesmo com as muitas dificuldades, os 100 dias de governo foram positivos, diz Pinz

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Maria Cristina Kunzler/OP

Prefeito Norberto Pinz: A Câmara de Vereadores é autônoma e vejo que a relação está tranquila. Mesmo que haja divergência de opiniões, mas até agora o relacionamento está muito bom

 

A larga experiência como prefeito pode garantir um adicional na política, mas não necessariamente traz mais facilidade na hora de administrar um município. O prefeito de Nova Santa Rosa, Norberto Pinz (PMDB), sabe bem como é isso.

Em 1º de janeiro ele foi empossado para seu terceiro mandato como gestor, mas não encontrou a prefeitura da forma como esperava. Enquanto em outras cidades os ex-prefeitos deixaram no caixa alguns milhões de reais, no caso nova-santa-rosense ele afirma que havia menos de R$ 100 mil disponíveis.

Mesmo diante desta situação, que exigiu começar o governo com uma equipe enxuta – foram nomeados apenas cinco secretários e a primeira-dama Ivone Rode Pinz tem trabalhado de forma voluntária -, os projetos estão saindo do papel e já foi possível conquistar investimentos nos primeiros 100 dias de governo.

Em entrevista ao Jornal O Presente, o mandatário fez uma avaliação deste período de gestão, enalteceu as parcerias com deputados que já viabilizaram a destinação de recursos para Nova Santa Rosa e mencionou sobre como está a relação com a Câmara de Vereadores. Confira.

 

O Presente (OP): Qual avaliação o senhor faz dos primeiros 100 dias de governo?

Norberto Pinz (NP): É pouco tempo para fazer uma avaliação profunda. De qualquer forma, foi um período positivo, mesmo com as muitas dificuldades que o país enfrenta, como na área política e econômica. Estamos no mesmo barco e a dificuldade atinge todas as cidades. Nova Santa Rosa não foge disso.

 

OP: O senhor comentou em algumas oportunidades que o relatório de transição apresentado pelo governo anterior estava incompleto. Como sua equipe recebeu o governo municipal?

NP: Recebemos a prefeitura talvez em uma condição diferente de outros municípios. De cada R$ 1 de dívida, tínhamos uma liquidez em caixa de R$ 1,02. Isso dá menos de R$ 100 mil em caixa quando assumimos o mandato no dia 1º de janeiro.

 

OP: Essa informação pegou o senhor e sua equipe de governo de surpresa?

NP: Sim, pois em outros municípios prefeitos deixaram saldo com milhões de reais em caixa, enquanto em Nova Santa Rosa esperávamos um recurso maior para dar flexibilidade para trabalharmos bem melhor no começo do governo. Por isso já tomamos a cautela de iniciarmos o mandato com apenas cinco secretários, reduzindo ao máximo a equipe de governo, o que fizemos até hoje. Ainda não pensamos em nomear novos secretários em razão das dificuldades financeiras que o nosso município se encontra, embora estejamos em dia em todas as questões. Além disso, herdamos uma dívida de R$ 310 mil com asfalto que foi feito em 2012 e até hoje não foi pago. Enviamos um projeto de lei à Câmara na semana passada, que aprovou este pagamento, e volta e meia recebemos notícia de débitos.

 

OP: Sendo assim o senhor não avalia no momento chamar outras pessoas para compor a equipe de governo?

NP: Não. Estamos estudando e vamos avaliar bem, mas de momento vamos continuar com cinco secretários e fazer economia para podermos atender melhor na saúde e educação. As despesas no setor educacional cresceram muito neste ano, mas conseguimos contratar muitos professores, pois aumentou a quantidade de alunos na rede municipal de ensino. De um lado é bom, pois Nova Santa Rosa está crescendo, mas de outro requer recursos.

 

OP: Os cinco secretários estão dando conta do trabalho?

NP: Sim, estão trabalhando bastante. Podemos dizer que são cinco secretários e meio, pois a primeira-dama (Ivone Rode Pinz) está atuando de forma voluntária nas horas de folga, sem receber recurso da prefeitura.

 

OP: A situação financeira em que o senhor recebeu a prefeitura trouxe mais dificuldade do que imaginava para o início de gestão?

NP: Sem dúvida. Existia um projeto de

administração para logo nos primeiros meses começarmos a trabalhar aquilo que havíamos planejado. Realizamos o que pretendíamos, mas com mais dificuldades para arrumar a casa. Poderiam estar em andamento outros projetos com pedra irregular, por exemplo. Demos início ao projeto de pavimentação na Esquina Santa Fé e há outro urgente para ligar Alto Santa Fé a Santa Rita e Planalto do Oeste a Santa Rita. A prioridade número um da nossa administração é ligar um município a outro.

 

OP: O senhor tem uma estimativa de quando o caixa da prefeitura estará em uma situação mais confortável?

NP: Vai depender muito da atuação dos governos estadual e federal, pois as dificuldades das outras esferas também podem implicar na nossa receita, tendo em vista que dependemos do Estado e da União para que nosso caixa fique em boas condições.

 

OP: O fato do senhor estar no terceiro mandato como prefeito, algo inédito em Nova Santa Rosa, contribui para que a experiência supere as dificuldades?

NP: Com certeza. A nossa experiência, assim como a experiência da nossa equipe de governo, faz com que o trabalho seja realizado com mais cautela para que a prefeitura não entre em colapso e a administração possa seguir com passos firmes, sempre para frente.

 

OP: O início de governo tem sido marcado por muitas viagens a Curitiba. O senhor está contente com eventuais conquistas já confirmadas para Nova Santa Rosa?

NP: Sim, tivemos vários contatos. O deputado estadual (José Carlos) Schiavinato (PP) é hoje nosso grande parceiro, assim como o deputado Elio Rusch (DEM) e Ademir Bier (PMDB), entre outros. Há também os deputados federais, entre os quais contamos como grandes parceiros o Sérgio Souza (PMDB) e o (Dilceu) Sperafico (PP), que sempre estão nos ajudando em nível federal.

 

OP: Quais conquistas já foram garantidas neste começo de mandato?

NP: Por meio do deputado Schiavinato conseguimos um caminhão de coleta de lixo que será entregue na quinta-feira (hoje, 20), dois poços artesianos, casas rurais e 50 casas do programa Minha Casa Minha Vida na faixa 1, academia ao ar livre e houve interferência dele no financiamento de R$ 1 milhão que conquistamos através da Sedu (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano). Nos próximos dias vamos realizar uma audiência pública para que haja definição onde esse recurso será destinado, se para compra de maquinários ou recape, conforme for entendimento da comunidade. Aqui precisamos fazer uma observação. Ficamos felizes que nos primeiros 30 dias foi possível dar início a uma obra que a comunidade esperou há muito tempo, que foi a remodelação do anel viário. Ele havia sido abandonado no governo anterior e no começo deste mandato demos início a esse projeto tão fundamental por meio de um financiamento de aproximadamente R$ 1,5 milhão. A comunidade aceitou isso muito bem, pois as pessoas não tinham mais como trafegar no anel viário. Entendemos que se tratava de uma obra importante e logo tomamos providências no sentido de iniciar os trabalhos de remodelação ainda em janeiro. Em menos de 30 dias o projeto foi concluído e a população está muito contente. Até em razão disso fomos atrás deste novo financiamento de R$ 1 milhão. O deputado Elio Rusch viabilizou uma emenda de R$ 120 mil para aquisição de uma van para a saúde; e o Ademir Bier confirmou uma emenda, por meio do senador Roberto Requião (PMDB), de R$ 100 mil para compra de equipamentos também para a saúde e medicamentos. Já o André Bueno (PDT) está intermediando a conquista da construção de uma ponte no Rio Guaçu, na divisa com Mercedes. Por parte dos deputados federais, conseguimos uma emenda de R$ 250 mil do Sperafico para recape na Avenida Horizontina; do Sérgio Souza foi possível adquirir um ônibus, que receberemos nos próximos dias, totalizando R$ 242 mil, e R$ 390 mil para aquisição de um rolo compactador, duas carretas hidráulicas e distribuidor de esterco; o Zeca Dirceu (PT) viabilizou emenda de R$ 100 mil e o Evandro Roman (PSD) R$ 160 mil para compra de equipamentos para o posto de saúde. Também não podemos deixar de mencionar os apoios dos deputados federais Alfredo Kaefer (PSL) e Leandre (PV).

 

OP: O senhor é filiado do PMDB, mas mesmo assim tem encontrado as portas abertas no Governo do Estado?

NP: Sim. Já participamos de algumas audiências com o governador (Beto Richa, PSDB) e na Casa Civil já estive várias vezes. Fomos bem aceitos, inclusive nas secretarias estaduais.

 

OP: O senhor mencionou alguns deputados que estão atendendo o município, mesmo sendo de partidos que hoje integram a oposição em Nova Santa Rosa. Em relação a isso houve algum mal-estar com lideranças locais ou não?

NP: Não. No caso do Schiavinato a amizade com ele vem desde 2005, quando eu era prefeito aqui e ele prefeito de Toledo. Tivemos oito anos de mandato e em diversas oportunidades viajamos juntos. Surgiu uma amizade e nosso relacionamento é muito bom, inclusive a esposa dele (Marlene) se tornou amiga da minha esposa. Ele se tornou parceiro de Nova Santa Rosa. Por outro lado, precisamos destacar que nunca demos preferência à questão partidária. Sempre procuramos fazer contato com todos os deputados, inclusive já houve demonstração de parceria em nível estadual, além do Schiavinato, com o Ademir Bier e o Elio Rusch. Em nível federal, estamos tendo maior proximidade com o Sérgio Souza, mas independente disso mantemos contato com o Nelson Padovani (PSDB), Sperafico, Zeca Dirceu, dentre outros, além dos senadores Roberto Requião, Alvaro Dias (PV) e Gleisi Hoffmann (PT).

 

OP: O grupo de situação conta com a maioria na Câmara de Vereadores, mas como o senhor tem analisado a atuação da oposição na Casa de Leis?

NP: A Câmara de Vereadores é autônoma e vejo que a relação está tranquila. Mesmo que haja divergência de opiniões, até agora o relacionamento está muito bom.

 

OP: Existe alguma conversa no sentido de alguma liderança ou partido que hoje está na oposição vir a integrar o grupo de situação?

NP: Sempre há conversas no sentido de apoio, mas de oficial ainda não.

 

OP: O senhor já pensa em reeleição ou não pretende disputar um quarto mandato?

NP: Hoje estamos pensando apenas em trabalhar. Recém completamos os primeiros meses de gestão e queremos um governo com ainda mais competência neste terceiro mandato e com mais experiência visando o desenvolvimento do município para termos uma Nova Santa Rosa cada vez melhor, mesmo diante das dificuldades. Queremos que as pessoas se sintam bem aqui e que seja um lugar bom para se viver.

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