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Política Eleições 2022

Prefeito Marcio Rauber admite possibilidade de ser candidato a deputado estadual

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Prefeito de Marechal Cândido Rondon, Marcio Rauber (DEM): “Existe uma sinalização do Governo do Estado, que gostaria que eu fosse candidato, mas isso passa por várias decisões que devem ser tomadas” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

A eleição de 2018 deixou uma lacuna na região de Marechal Cândido Rondon e região em relação aos representantes na Assembleia Legislativa: Ademir Bier (PSD) e Elio Rusch (DEM) não foram reeleitos. Desde então, algumas lideranças começaram a apontar e articular possíveis nomes que podem disputar o pleito de 2022 visando preencher o espaço deixado por estes dois políticos tradicionais.

E 2021 já começa a dar indícios do cenário que possivelmente se desenhará no próximo ano. Em entrevista ao Jornal O Presente, o prefeito de Marechal Cândido Rondon, Marcio Rauber (DEM), admitiu que pode ser candidato a deputado estadual.

O problema é que, para isso, ele precisaria renunciar ao mandato. “Fui eleito prefeito, então precisamos ouvir a população de Marechal Cândido Rondon, porque para eu ser candidato preciso renunciar ao mandato e aí, independentemente das eleições, deixo de ser prefeito”, enalteceu.

Confira.

 

O Presente (OP): Marechal Cândido Rondon fechou o ano de 2020 com um superávit de R$ 69 milhões, número mais expressivo da história do município. A que se deve este resultado?

Marcio Rauber (MR): Não podemos atribuir esse superávit a um fato isolado. Diversos fatos devem ser considerados. Primeiro, é o aumento da arrecadação. O município arrecadou mais do que previa. Depois, tem a segurança do gestor no que diz respeito a uma pandemia, em que não sabíamos exatamente o que precisaríamos de recursos. Então contingenciamos algumas ações e obras, segurando dinheiro para eventual necessidade. Segundo, comprar bem. O comerciante ganha dinheiro na compra e não na venda. Quem compra bem, ganha dinheiro na venda. Quando o município vai adquirir um bem, contratar uma obra ou serviço, precisa contratar bem. Na administração pública fazemos isso promovendo a concorrência. Quando promovemos a concorrência e vem um número maior de empresas brigar por esse serviço ou obra, a tendência é o preço cair. Quando o preço cai, sobra dinheiro. Quando comparamos algumas aquisições do passado com aquisições de agora, compramos melhor, principalmente nos serviços. Isso faz com que sobre dinheiro em caixa. Outro fato é que algumas obras estavam sendo executadas e não terminaram. Esse recurso, muito embora faça parte do capital de superávit, é comprometido. Além disso, houve o socorro emergencial do governo federal que não utilizamos, pois usamos recursos próprios. A saúde recebeu uma quantidade boa (de recursos) por conta da Covid-19, que são vinculados. Há, ainda, outros recursos vinculados e só podem ser usados exclusivamente para os quais são destinados. Enfim, é uma soma de fatores que nos levaram a ter um superávit extremamente importante. Tudo isso aliado a uma gestão séria e feita com muita responsabilidade.

 

OP: Os cerca de R$ 37 milhões em recursos livres devem ser investidos de que forma?

MR: Destes R$ 37 milhões, há em torno de R$ 7 milhões vinculados a obras que estão em andamento. Portanto, sobram em torno de R$ 30 milhões que vamos usar das mais diversas formas, como em infraestrutura, obras novas, reformas, revitalizações de praças e do lago. Além disso, devemos adquirir uma área importante, que há muito tempo é colocada inclusive nos planos de governo dos candidatos, na região do Bairro Primavera. Já temos avaliação e queremos desapropriar uma área em favor do município para construir uma área de lazer. Já tenho autorização e quero agradecer ao secretário Márcio Nunes (de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo) a destinação de R$ 1 milhão para o projeto de fundo de vale para construir o parque. Então vamos investir nas mais diversas áreas da administração e vamos investir bem.

 

OP: Há algum investimento que o senhor gostaria de destacar que deve ser realizado neste ano?

MR: Queremos iniciar a revitalização da Praça Willy Barth ainda neste ano, assim como a revitalização do Lago Municipal e do prolongamento da Avenida Rio Grande do Sul. É um pouco mais difícil iniciar neste ano, mas pretendemos começar a construção de uma avenida extremamente importante na região do Bairro Barcelona até o aeroporto municipal. As pessoas que residem naquela região não têm acesso ao bairro, senão infringindo norma de trânsito. É uma obra importante e já pedi celeridade ao secretário no projeto. Queremos executá-la neste ano, mas passa também pela municipalização daquele trecho da rodovia estadual. Além disso, está prevista a revitalização do centro e início de obras estruturantes nas sedes dos distritos. Então tem muita coisa projetada.

 

OP: O fato do ano que vem ter uma eleição geral deve acelerar alguns projetos para 2021?

MR: É muito comum e é a história que mostra, não estou falando dos atuais deputados, do presidente Jair Bolsonaro e muito menos do governador Ratinho Junior, que nos dois anos que antecedem a eleição geral existe maior liberação de recursos, ou uma maior gama de investimentos do governo estadual e governo federal. Emendas parlamentares mantêm uma normalidade durante todo o mandato. Acredito que os municípios, de maneira geral, terão mais acesso a recursos do governo estadual e federal mediante projetos. E nós autorizamos um processo licitatório de aproximadamente R$ 1 milhão em projetos. Vamos iniciar a elaboração de projetos para buscar recursos e executar obras que já temos planejadas no município.

 

Prefeito Marcio Rauber (DEM): “Se for para ser candidato, vou para me eleger. Não estou na vida pública para brincar” (Foto: Joni Lang/OP)

 

OP: Quando se fala em 2022, o seu nome surge como eventual pré-candidato a deputado estadual, até em razão da não reeleição dos ex-deputados Ademir Bier e Elio Rusch. O senhor tem intenção em disputar a eleição?

MR: Todos que estão na vida pública são pré-candidatos naturalmente. Em Marechal Cândido Rondon há inúmeras pessoas com condições de pré-candidatura. Muitas pessoas me perguntam isso. Muitos me incentivam, outros dizem que preciso terminar o mandato de prefeito. Mas o fato é que existe uma área grande a ser explorada na nossa região e, a princípio, não temos candidato com maior potencial de eleição. Existe uma sinalização do Governo do Estado, que gostaria que eu fosse candidato, mas isso passa por várias decisões que devem ser tomadas. Essas decisões passam pela opinião da população. Fui eleito prefeito, então precisamos ouvir a população de Marechal Cândido Rondon, porque para eu ser candidato preciso renunciar ao mandato e aí, independentemente das eleições, deixo de ser prefeito.

 

OP: O senhor estaria disposto a renunciar?

MR: Eu não tenho ego e não tenho necessidade. Não precisava ser prefeito e não precisava ser prefeito reeleito. E, ainda, não preciso ser candidato a deputado. Se a população assim quiser, sou parceiro do povo de Marechal Rondon e da região Oeste. Algumas pessoas comentam que eu deixaria de fazer muita coisa se não for prefeito. É verdade. Mas isso não me incomoda, porque o maior legado que o Marcio Rauber como político pode deixar para Marechal Cândido Rondon já deixou. O legado é mostrar para a população e para os políticos que quando se faz uma gestão séria, comprometida e responsável, pode-se fazer muito. Isso ninguém vai apagar, independente se eu renuncio para ser pré-candidato a deputado, se eu deixo de ser prefeito por algum motivo qualquer ou se termino o mandato. Este é o grande legado do político Marcio Rauber: mostrar que é possível fazer com honestidade, responsabilidade e comprometimento. Portanto, vamos ouvir a população, vamos ouvir os políticos que são meus companheiros, os vereadores, vice-prefeito (Ilario Hofstaetter, Ila), secretários, as pessoas que me aconselham fora da política, o governador. Eu tenho compromisso com o deputado Hussein Bakri (PSD) e com o deputado Marcel Micheletto (PL). Jamais vou tomar uma decisão sem poder olhar no olho destas pessoas e falar a verdade. Tudo isso precisa ser feito para que o Marcio possa ser candidato ou não.

 

OP: Essa sinalização de que o senhor eventualmente pode ser candidato a deputado estadual não causa atrito com o deputado Hussein, que é o parlamentar indicado para representar o município junto ao Governo do Estado?

MR: Não. O deputado Hussein é muito maduro. Já tive uma conversa com ele. Ele é muito inteligente. É óbvio que quanto mais concorrência mais difícil é o voto. O deputado Hussein sabe que qualquer candidato que for de Marechal Rondon a tendência é fazer mais voto que ele ou que qualquer candidato de fora. Isso é normal em qualquer lugar. Ele é homem maduro e inteligente. Ele não é o líder do governo na Assembleia Legislativa à toa. É muito experiente, inteligente e articulado. Ele tem plano B para tudo. A minha conversa com o deputado Hussein foi muito franca e ele se mostrou receptivo ao que a comunidade de Marechal Rondon decidir. Como eu já disse, essa decisão vai passar pela opinião da população rondonense.

 

OP: Se for candidato a deputado estadual, o senhor pretende permanecer no Democratas ou pode se filiar ao PSD?

MR: Essa é uma questão estratégica e é uma decisão bem difícil. Eu não tenho motivos especiais para deixar o Democratas. Eu sou democrata de carteirinha. Em Marechal Rondon só tivemos prefeitos do Democratas e do MDB. São os dois grandes partidos e não vão deixar de existir, independente da sigla em que o prefeito Marcio estiver filiado. Essa é uma conversa muito difícil e uma resposta que não posso dar agora. Tenho que conversar com o governador, com o Democratas do Paraná, precisamos saber se o Democratas tem chapa completa para deputado estadual, qual a perspectiva de eleição, quantos deputados e, da mesma forma, o PSD. Mas acho que essa é uma decisão lá na frente. Antes disso há inúmeras outras etapas que considero muito mais importantes, as quais devem ser satisfeitas para que a gente decida em qual partido vai. Quando decidir em qual partido é porque já está certo que serei candidato a deputado. E isso não está nada certo. Há muita conversa para ser desenvolvida para que se tome uma decisão.

 

OP: Até quando o senhor pretende tomar essa decisão?

MR: Eu dizia que não precisava ser vereador e nem prefeito e não preciso ser candidato a deputado. Mas quando eu vou para a batalha, vou para vencer, vou para me eleger. Eleição para prefeito é vencer; eleição para vereador e para deputado é se eleger. Se for para ser candidato, vou para me eleger. Não estou na vida pública para brincar. Tenho gana e vontade.

 

OP: O cenário atual mostra que de Marechal Rondon pode sair outro candidato a deputado estadual. O nome cotado vem sendo do vereador Arion Nasihgil (PP). Se eventualmente o senhor também for candidato, os votos no município ficam divididos. É possível ser eleito considerando que um candidato precisa de mais votos e de fora da base eleitoral de Marechal?

MR: A concorrência é muito grande em uma eleição para deputado. Algumas pessoas empolgadas com a votação que fizemos, de 22 mil votos, acham que a eleição para deputado seria certa. Mas não. Primeiro que não seria possível fazer essa votação. É muito difícil. Ter outro candidato em Marechal Rondon é natural. Sempre tivemos dois candidatos e eles sempre chegaram perto da eleição ou foram eleitos (Ademir Bier e Elio Rusch). Tem voto para todo mundo. A população vai escolher aquele que tem maiores chances de se eleger. Quanto a isso não vejo problema. Acho que o cenário permite que um deputado seja eleito, mas tem que ser o nome certo, fazendo a composição certa.

 

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