Fale com a gente

Variedades Saúde

Ovário policístico ou síndrome do ovário policístico: Você sabe a diferença?

Embora muitas vezes confundidos, enquanto um problema atinge somente as mulheres, o outro pode afetar também os homens

Publicado

em

Os nomes até podem ser semelhantes e causar confusão sobre o que é uma e o que é outra doença, até porque alguns sintomas se confundem, mas por trás de ambas existem suas particularidades e diferenças. A começar que o ovário policístico atinge somente mulheres, enquanto a síndrome, também chamada pela sigla SOP, pode afetar até homens, embora em um percentual muito baixo.

Conforme o médico endocrinologista Manuel Antonio Lindo, de Marechal Cândido Rondon, o ovário policístico consiste em cistos no órgão feminino, os quais podem ser semelhantes com o ciclo ovulatório. “Durante a ovulação podem aparecer microcistos. Dependendo do tamanho pode ser a própria ovulação ou cistos causados pela quantidade de estrogênio na mulher”, explica. “É algo já muito comum e cada vez mais comum. Acredito que o ovário policístico atinge em torno de 20% das mulheres”, revela.

Já a SOP, que pode ser identificada em 1% a 2% dos pacientes, como o próprio nome já diz consiste em uma síndrome e não tem relação com o ovário policístico. “Pode ou não haver ovário policístico, mas apresenta-se um quadro de hiperandrogenismo na mulher e hirsutismo (excesso de pelos), aumento do peso, caracterizando um desequilíbrio hormonal mais intenso. Pode ocorrer ainda aumento dos triglicerídeos e do colesterol. A mulher apresenta algumas características físicas como obesidade centrípeta. Em casos mais graves pode surgir a resistência à insulina e como consequência, em algumas situações, a acantose nigricans, que é um tipo de mancha escura na pele que aparece principalmente ao redor do pescoço e nas dobras cutâneas. É semelhante como se fosse uma sujeira”, detalha, citando que este quadro normalmente é identificado mais na faixa etária jovem. “A acantose é uma mancha ocasionada pela insulina, que está em grande quantidade no organismo. Acontece em situações mais graves e intensas da síndrome”, ressalta o profissional.

Outro quadro bem intenso da síndrome do ovário policístico envolve as mulheres que apresentam excesso de pelos, que normalmente são mais escuros e encorpados. “Isso está relacionado ao excesso de testosterona, que causa o hiperandrogenismo. Também é comum a queda de cabelo devido ao nível hormonal (de testosterona)”, explica.

 

CICLO MENSTRUAL

O médico expõe que muitas pessoas confundem as duas doenças especialmente porque os sintomas são parecidos em ambas no sentido de ocasionar um ciclo ovulatório irregular e cólicas menstruais. “São sintomas típicos. O ciclo menstrual nunca é de 28 dias e sempre está irregular. O exame de ultrassom já tem um diagnóstico de ovário policístico, ou microcistos. O tratamento varia conforme o caso”, detalha.

O ovário policístico se trata com anticoncepcional para regularizar o ciclo ovulatório, enquanto no caso da SOP, além do uso de anticoncepcional para regularizar a menstruação, é preciso diminuir o nível de testosterona, reduzindo também o aparecimento de pelos. “Ambas têm aumento da oleosidade da pele, ocasionando formação de acne. Nos dois casos isso é bem clássico, mas na SOP a oleosidade é mais acentuada e as acnes são em maior volume”, comenta.

 

SINAL DE ALERTA

Conforme o profissional rondonense, o simples fato de ter o ciclo menstrual irregular já deve acender um sinal de alerta na mulher para que procure orientação médica visando investigar a causa. “O ciclo irregular mostra um desequilíbrio, mas é preciso descobrir a causa. Pode ser hormonal, emocional, comportamental, anatômico. É preciso fazer uma avaliação”, enfatiza.

 

SÍNDROME

Uma preocupação a mais que a síndrome do ovário policístico pode causar é a resistência à insulina, ocasionando em aumento do nível de glicose. Para tratar esse problema, normalmente a recomendação ao paciente é o uso de medicamento à base de cloridrato de metformina. “Este paciente que tem resistência à insulina possui grande chance de desenvolver diabetes no futuro. Então tem que se tratar o quanto antes para evitar que aumente a resistência à insulina”, frisa Lindo.

 

Essa matéria na íntegra você confere em nossa edição impressa desta sexta-feira (23).

Copyright © 2017 O Presente