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Variedades Termômetros do Oscar

“Roma” e “Green book” são favoritos, mas “Pantera Negra” tem chance

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Em um ano com poucas unanimidades no cinema, “Roma” e “Green Book: O guia” são os grandes favoritos a levar a estatueta como melhor filme do Oscar 2019, que acontece neste domingo (24), mas até “Pantera Negra” pode sonhar.

Isso porque os principais “termômetros” do grande evento do cinema, as premiações dos sindicatos de classes de Hollywood, escolheram vencedores completamente diferentes para suas principais categorias, algo que não acontece pelo menos desde 2005.

São quatro organizações principais que podem ser consideradas indicadoras de como pensa a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organizadora do Oscar:

  • PGA: Sindicato dos Produtores da América
  • DGA: Sindicato dos Diretores da América
  • SAG: Sindicato dos Atores
  • WGA: Sindicato dos Roteiristas da América (que premia original e adaptado)

*as siglas vêm do inglês

Premiações dos sindicatos de Hollywood ficaram divididas em 2019 — Foto: Arte/G1Premiações dos sindicatos de Hollywood ficaram divididas em 2019 — Foto: Arte/G1

“Roma” tem vantagem, porque o mexicano Alfonso Cuarón levou o prêmio maior do DGA, cujo escolhido levou o Oscar de melhor filme 54 vezes em 70 edições (um total de 77% de acerto).

Já “Green Book” não fica muito atrás por ter sido a produção do ano para o PGA, que “previu” o Oscar 20 vezes em 29 anos (69% das vezes). A organização costuma mandar bem por ter grande parte dos membros da Academia e um sistema de votação muito parecido.

Corrida aberta (mas nem tanto)

O maior obstáculo para “Roma” é o retrospecto da Academia, que nunca deu seu maior prêmio a um filme em língua estrangeira. Mas seus adversários diretos também têm problemas.

Peter Farrelly, de “Green Book”, e Ryan Coogler, de “Pantera Negra”, foram ignorados na categoria de direção. Desde o começo do Oscar, em 1927, apenas quatro filmes (“Asas”, “Grande hotel”, “Conduzindo Miss Daisy” e “Argo”) foram eleitos os melhores sem uma indicação a seus cineastas.

Considerando que Cuarón é o favorito entre os diretores (desde 1948, o escolhido do DGA só não levou o Oscar em sete ocasiões), o filme mexicano tem todo o direito de ser o favorito entre as casas de apostas (e realmente é). Ao longo de 90 anos, o cineasta ganhador em sua categoria indicou o melhor filme 65 vezes.

Rami Malek em cena de 'Bohemian Rhapsody', Glenn Close em 'A esposa', Mahershala Ali em 'Green Book' e Regina King em 'Se a rua Beale falasse' — Foto: DivulgaçãoRami Malek em cena de 'Bohemian Rhapsody', Glenn Close em 'A esposa', Mahershala Ali em 'Green Book' e Regina King em 'Se a rua Beale falasse' — Foto: Divulgação

Rami Malek em cena de ‘Bohemian Rhapsody’, Glenn Close em ‘A esposa’, Mahershala Ali em ‘Green Book’ e Regina King em ‘Se a rua Beale falasse’ – Foto: Divulgação

Atores e coadjuvantes

Entre as categorias de atuação, em três casos os vencedores do SAG devem preparar seus discursos para este domingo.

Entre os coadjuvantes as coisas ficam um pouco mais abertas. Mesmo que o sindicato tenha “errado” com os homens nove vezes, a vitória de Mahershala Ali (“Green Book”) é quase certa após a estatueta do sindicato.

A coisa fica mais complicada com as mulheres. Este ano, a vencedora foi Emily Blunt (“Um lugar silencioso”), que nem foi indicada pela Academia, algo inédito na história das premiações.

Com isso, crescem as chances de Amy Adams (“Vice”), Emma Stone (“A favorita”) e Rachel Weisz (“A favorita”), indicadas ao SAG. Somente Marcia Gay Harden (“Pollock”) ganhou um Oscar sem ser lembrada pelo sindicato, em 2001 – um tabu que Regina King (“Se a rua Beale falasse”) espera quebrar após ganhar o Globo de Ouro e o Critics’ Choice.

Roteiros imprevisíveis

Ao anunciar “Oitava série” e “Poderia me perdoar?” como vencedores de melhores roteiro original e adaptado no último domingo (17), o WGA em teoria sacramentava os dois como favoritos ao Oscar.

Afinal, desde 1985, quando a premiação finalmente se limitou a categorias mais próximas às da Academia, a associação acertou cerca de 20 vezes em cada uma delas.

O problema é que “Oitava série” não foi nem indicado ao Oscar, repetindo algo que aconteceu apenas uma vez na história.

Com isso, o ganhador do Bafta (“A favorita”) e o ganhador do Globo de Ouro (“Green Book”) surgem como favoritos, já que pelo menos concorreram ao WGA.

Com G1

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