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“Turma da Mônica: Laços” é bem melhor que um plano infalível

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Cascão, Mônica, Cebolinha e Magali em suas versões live-action: um filme sobre amizade acima de tudo (Foto: Divulgação)

Mauricio de Sousa é o desenhista brasileiro mais bem sucedido da história. Criou a turma mais famosa da cultura brasileira, a turma da Mônica. Quem nunca viu ou ouviu falar de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali? Essa turma foi das tiras de jornais, no começo dos anos 60, às coloridas graphic noveles de hoje. Suas histórias em quadrinhos sempre cativaram milhões de crianças. A turma até ganhou uma versão adolescente com cara de mangá. Ganhou um parque temático. Ganhou também uma série animada na TV – que demorou para sair, mas saiu. Era de se perguntar por que a turma da Mônica nunca teve uma versão em cinema, tipo os novos live-actions de desenhos da Disney, com atores de verdade. Agora tem: “Turma da Mônica: Laços”, que estreou na quinta-feira (27).

“Turma da Mônica: Laços” é melhor que qualquer plano infalível que o Cebolinha possa criar para derrotar a Mônica. Por um simples motivo: o filme é infalível em sua proposta, a de mostrar que é possível fazer um bom longa-metragem com crianças de verdade nos papéis. Os atores mirins Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Gabriel Moreira (Cascão) e Laura Rauseo (Magali) casam bem suas personalidades aos personagens. Eventualmente uma ou outra característica pode virar motivo de crítica, mas não se tem dúvida que, na tela, estão Mônica e sua superforça, Cebolinha e sua mania de querer ser o dono da rua (e sua pronúncia errada), Cascão e seu medo de água e Magali e sua fome infinita.

O filme ainda tira um tempo para fazer a festa dos fãs. Nos quadrinhos, Cebolinha é o único que usa sapatos. No filme, todos usam, mas há uma divertida piada quanto a isso. Além disso, há a mania de personagens usarem sempre as mesmas cores. O filme toca nisso também. E ainda abre-se espaço para aparições rápidas de coadjuvantes, como Xaveco, Jeremias, Cascuda ou Titi – com grande destaque para o Louco, interpretado por Rodrigo Santoro. Também há espaço para referências a outros personagens que não fazem parte do contexto do bairro do Limoeiro. E dar de cara com elas é um deleite para o leitor.

Um dos pontos que o filme precisava superar é a construção de uma história para segurar um longa-metragem. Os gibis da turma da Mônica costumam ter de cinco a dez histórias curtas, nunca encadeadas a ponto de se construir uma trama que segure mais de 01 hora de filme. A solução foi a graphic novel “Laços”, lançada em 2013 pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi – nos quadrinhos, um capítulo de uma trilogia que ainda tem “Lições” e “Lembranças”. “Laços”, que virou a graphic novel brasileira mais vendida do país, serve como base para a trama, que até soa simplória: Floquinho, o cachorro verde e peludo do Cebolinha, é roubado de dentro do quintal por um homem misterioso. O menino sai à procura do cãozinho e, para isso, ganha a ajuda de Mônica, Cascão e Magali. Juntos, eles vivem diversas aventuras na tentativa de cumprir o objetivo. Há até uma certa crítica social a grandes corporações na história, mas isso fica em segundo plano. E é melhor que fique mesmo.

Porque “Turma da Mônica: Laços” não é uma história para ser criticada. É uma história para ser apreciada por crianças e vista com nostalgia pelos pais. Há ali uma forte mensagem de amizade acima de tudo e amizade principalmente nos momentos difíceis. Um exemplo? Mônica havia acabado de brigar com Cebolinha, mas foi prestar solidariedade quando Floquinho sumiu e foi a primeira a se empenhar junto a ele na busca pelo cãozinho. Tudo para reforçar os laços de amizade. Mais “laços” que isso é impossível. E infalível.

Rodrigo Santoro como o Louco: participação especial (Foto: Divulgação)

 

Com Bem Paraná 

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