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Dom João Carlos Seneme

Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo

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Mais uma vez estamos em contato com a narração do batismo de Jesus, desta vez através do evangelista São João. Vamos prestar atenção nas palavras do profeta Isaías. Disse-me o Senhor: “O meu servo és tu, Israel, é em ti que vou brilhar”. E agora o Senhor vai falar, ele que me formou desde o ventre de minha mãe para que eu seja seu servo. Quero fazer de ti uma luz para as nações, para que a minha salvação chegue aos confins da terra. Os primeiros cristãos reconheceram a pessoa e a missão de Jesus nestas palavras. Ele era o servo, o escolhido de Deus. Nós acabamos de ouvir esta verdade através do testemunho de João durante o batismo de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. O propósito de João é mostrar Jesus como o escolhido, o ungido: “Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, é ele quem batiza com o Espírito Santo”.O batismo de Jesus não consiste em submergir seus seguidores nas águas de um rio, Jesus submerge os seus no Espírito Santo. Jesus possui a plenitude do Espírito Santo e por isso pode comunicar aos seus esta plenitude. Esta é a grande novidade de Jesus: Ele é o Filho de Deus que batiza com o Espírito Santo! De modo que, através do batismo, somos transformados em criaturas novas vivendo mais intensamente nossa pertença a Deus e à Igreja. Procurando recuperar sempre de novo nossa identidade irrenunciável de seguidores de Jesus, sem deixar vencer pelo egoísmo, covardia. Só Jesus pode despertar o que há melhor na Igreja e dar-lhe um coração novo, com maior capacidade de ser fiel ao Evangelho. Recuperar o batismo de Jesus é a primeira tarefa da Igreja. Assumindo o nosso batismo, tomamos consciência do Espírito que vive em nós e nos conduz a viver a vida seguindo seus princípios como seres “espiritualizados”, ou seja, existe uma vida nova dentro de nós que determina que devemos lutar contra a morte e afirmar que a vida vale a pena apesar de nossas fraquezas, medos, doenças. Este é o projeto de Deus para a humanidade e para o mundo: vida plena para todos. Para realizá-lo Ele escolhe pessoas para serem testemunhas desse projeto na história e no tempo.A história humana não é, portanto, uma história de fracasso, de caminhada sem sentido para um beco sem saída; mas é uma história em que é preciso ver Deus nos conduzindo pela mão e apontando, em cada curva do caminho, a realidade feliz do novo céu e da nova terra. É verdade que, em certos momentos da história, parecem erguer-se muros intransponíveis que nos impedem de contemplar com esperança os horizontes finais da caminhada humana, mas a consciência da presença salvadora e amorosa de Deus na história deve animar-nos, dar-nos confiança e acender em nossos olhos e em nosso coração a certeza da vida plena e da vitória final de Deus.O papa Francisco em sua Exortação Apostólica nos recorda: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar”. 
* O autor é bispo da Diocese de Toledo
revistacristorei@diocesetoledo.org

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