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Dom João Carlos Seneme

Ide e fazei discípulos meus, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo

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Estamos chegando ao final do Tempo Pascal. Foi uma Páscoa estranha para todos. Pudemos experimentar o medo porque tivemos que ficar fechados em nossas casas sem poder encontrar a comunidade e celebrar a alegria da Ressurreição. No evangelho acompanhamos os apóstolos com medo dos judeus. Nós estávamos nos protegendo de um vírus que fez e continua fazendo tanto mal às pessoas que amamos e ao mundo inteiro. De repente tudo mudou: nossos relacionamentos, nosso jeito de viver.
Hoje a Igreja celebra a Ascensão do Senhor Jesus aos céus, onde ele será glorificado e poderá enviar a terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, para continuar a obra de salvação de Deus realizada por Jesus e continuada pelo Espírito.
A Ascensão é parte do Mistério Pascal que comunica vários modos de presença de Jesus. Ele continuará agindo: “Eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos”. O que muda é o envio dos apóstolos que deverão continuar a obra de Jesus. Há discípulos que creem profundamente e outros que estão vacilantes e titubeantes. Jesus, no meio deles, pronuncia sua última vontade. É o testamento do Ressuscitado, que passa aos discípulos a tarefa de testemunhar a Palavra recebida até o fim dos tempos.
Esta é a missão da Igreja e de todos os batizados. Ela não existe para si mesma. A única razão de ser é o mandato de Cristo em vista do serviço ao Reino e ao ser humano.
A missão precisa de discípulos capazes de pensar nos outros e agir pelos outros, caminhar com todas as pessoas de diferentes raças, línguas e religiões. A missão necessita de discípulos que assumem vivamente os mandamentos do Senhor Jesus, que unem fé e vida.
Por isso mesmo Jesus havia pedido que os seus apóstolos o encontrassem na Galileia. Foi onde tudo começou: ali iniciou o anúncio da conversão e o evangelho do Reino. Neste ambiente de pescadores, gente simples e trabalhadora, Ele iniciou o chamado dos seus discípulos: “Vinde e vede. Eu farei de vós pescadores de homens”. O momento é de recomeço, por isso o retorno ao lugar onde tudo teve início. Agora Jesus é o Senhor e convoca seus discípulos a continuar a obra de salvação: o Ressuscitado é a luz decisiva que ilumina todos os que caminham nas trevas e nas sombras da morte: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).
A Ascensão não é a partida de Jesus deste mundo. Ela é a festa de sua permanência no meio de nós. Ele é a cabeça do seu corpo que é a Igreja. Deste encontro nasce o compromisso de viver a unidade. Somos chamados e enviados em missão para sermos sinais desta experiência de unidade, para manifestá-la em nossa vida e para sermos suas testemunhas perante o mundo. É pela fé que vemos e encontramos o Senhor, em meio às vicissitudes da história. Pela fé a elevação de Jesus Cristo não é sentida como ausência, mas como certeza de que Ele está no meio de nós.
Neste domingo (24) celebramos o Dia Mundial das Comunicações Sociais. A comunicação é uma dimensão fundamenta de nossa vida. Ela nos liberta e nos faz fortes para anunciar a Palavra e dar testemunho de Cristo. O conteúdo da comunicação deve ser verdadeiro para construir pontes que ajudem a superar os conflitos e unir a humanidade. Hoje queremos fazer nossa homenagem a todos que se envolvem com a comunicação da verdade cristã em todos os meios de comunicação social. Agradecemos imensamente a equipe da Voz da Diocese de Toledo. Através dela podemos chegar a todos os lares e comunidades. Obrigado!

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo
revistacristorei@diocesetoledo.org

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