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Dom João Carlos Seneme

Jesus escolheu 72 discípulos e os enviou em missão

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O Evangelho deste domingo (07) contém determinações importantes sobre a missão: Jesus não envia somente os 12, mas 72 discípulos, ou seja, quase a totalidade dos que o seguiam naquele tempo: “escolheu 72 discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir”.

O significado dos 72 é simbólico, indica que todos são enviados em missão a partir da fé em Jesus Cristo: todos os batizados são enviados a testemunhar o amor de Deus através do seguimento de Cristo morto e ressuscitado. São Lucas nos apresenta uma catequese sobre a missão como consequência da fé.

Em seguida, Jesus apresenta algumas características da missão. Destaca que foram enviados dois a dois para falar em nome dele. A missão é exercida em nome de uma comunidade; não pode ser uma tarefa solitária e individual. O missionário não pode levar muita coisa, apenas o essencial. A segurança do cristão não está nos bens materiais, naquilo que tem: dinheiro, propriedades, investimentos. Não está no seu status nem em ser bem visto aos olhos dos outros. Não está no poder e influência que ele pode exercer. Sua segurança está na palavra que ele anuncia. Não cumprimentar ninguém ao longo do caminho indica a urgência da evangelização. A saudação dos missionários deve ser o desejo de paz que permanece com as pessoas que desejam também compartilhar a mesma paz com os outros.

A missão não será fácil: eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Haverá hostilidade, porém os missionários devem confiar que não estarão sozinhos, Deus estará com eles e juntos poderão inaugurar um novo tempo de paz e reconciliação.

Os 72 discípulos voltaram muito alegres pelo resultado da missão: curas, conversões, o poder do mal sendo destruído. O poder de Jesus foi dado aos discípulos; tudo o que foi realizado vem do poder de Deus. Esta é uma grande lição para a nossa época, pois Jesus nos ensina a ver o que é essencial a nossa fé, tomando cuidado com manifestações grandiosas. Para os discípulos a verdadeira alegria é terem o seus nomes escritos no céu, que indica que os discípulos estão em comunhão com o projeto do Pai. Eles reconhecem que são amados por Deus, experimentam sua intimidade e sua paz. Este relacionamento dá sentido à vida porque nascemos de Deus e para Ele retornaremos.

A missão está ao alcance de todos. Devemos assumir com alegria a vocação de batizados. Somos missionários da esperança e do testemunho. Podemos partilhar com as pessoas que encontramos o quanto somos felizes porque Jesus está conosco, porque somos membros de uma Igreja. Sejamos mensageiros da verdadeira paz que vem de Deus.

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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