Isai Marcelo Hort
Autoridade dentro de casa – 1ª parte
É nítido o enfraquecimento das autoridades nos dias atuais. Há poucos anos, os pais apenas olhavam de canto para que os filhos abaixassem a cabeça em sinal de respeito. Hoje, os filhos esperneiam e gritam e os pais quase caem de joelhos, implorando para não passarem vergonha em público.
Estudos irão apontar inúmeras causas modernas para o sumiço da autoridade familiar. O abuso dela no passado é uma delas (autoritarismo).
Porém, eu tenho um pensamento particular que pode ser desagradável:
Será que a forma com que os nossos filhos nos respeitam não é em partes um reflexo do respeito que temos pelas demais autoridades? Existem outras autoridades além da nossa.
– Divina = Deus Criador
– Civil = Governo, polícia etc.
– Social = Patrões, professores, gerentes etc.
– Eclesiásticas = Padres, pastores e líderes (para quem pertence a uma igreja).
Como seria se nossos filhos nos tratassem com o mesmo respeito que tratamos as autoridades civis? Talvez, obedeçam apenas enquanto o pai está olhando, assim como o pai coloca o cinto de segurança apenas diante do policial.
E se eles respeitarem os nossos limites assim como respeitamos os limites de velocidade? Como seria se o filho falasse de seu pai usando o mesmo vocabulário que o pai usa para falar dos políticos?
E se nos perdoarem assim como nós perdoamos os que nos tem ofendido? (Mt. 6.12)
Este pensamento é irritante, não é? Talvez alguns estejam gritando interiormente: Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
(Pode até ser que algumas crianças tenham mais respeito que os adultos.)
Incomoda, pois este raciocínio não coloca a culpa em algum ponto externo, como a mídia, mas sim em nós mesmos.
Não entendo como chegamos à ideia de que poderíamos exigir respeito sem respeitar.
De que maneira uma criança deve entender o que é respeito à autoridade se o pai não respeitar o professor do filho?
Alguns pensamentos são um puxão de orelha. Saiba que estou puxando a minha também. Eu também quero cuidar. Quero respeitar para então poder esperar algum tipo de respeito!
Que Deus nos ajude!