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Após goleada russa, Fernandes revela: “No Brasil eu bebia, hoje não faço isso”

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Foto: Michael Regan/FIFA - via Getty Images

A vitória por 5 a 0 sobre A Arábia Saudita no jogo de abertura da Copa do Mundo de 2018, nesta quinta-feira (14), deixou o brasileiro naturalizado russo Mário Fernandes feliz e aliviado. O jogador, que foi sorteado para o exame antidoping logo após o jogo, revelou haver pressão por um bom resultado no Mundial, por jogar em casa, mas garantiu que, ao contrário do que pareceu, o time árabe não é fraco. Na opinião do lateral-direito, o time russo é que fez a partida se tornar fácil.

“A pressão é grande. Estamos jogando em casa. Jogo de abertura, o mundo todo olhando. Mas o time já sabia o que ia enfrentar e suportou muito bem. Estamos de parabéns. O Tchertchesov (técnico da Rússia) passou sempre para gente os vídeos da equipe deles jogando. Eles atacavam bastante, mas na defesa eram um pouco vulneráveis. E a gente aproveitou isso. Trabalhamos muito forte. Sabíamos da importância de era vencer hoje. Nos preparamos para isso. Fizemos um grande jogo e merecemos. Eles (Arábia) não são fracos. Quem fez o jogo se tornar fácil fomos nós. Eles fizeram amistosos com grandes equipes e o placar foi mínimo. Estamos de parabéns pelo jogo que fizemos, respeitamos sempre eles. Merecemos ganhar. A gente sabia que estava sofrendo pressão porque os resultados não estavam vindo. A gente sabia da nossa força. Com o apoio do país, o apoio de todos, a gente ia ser forte. Sempre com calma, pés no chão, e jogo a jogo a gente vai almejando nossos objetivos”, afirmou.

O jogador também falou sobre o seu passado no Brasil, e revelou ter aproveitado a vida noturna por ser muito jovem à época. Questionado se ainda mantinha os hábitos noturnos na Rússia, Fernandes garantiu que está mudado.

“Eu virei mais profissional, cara. Se você perguntar aqui, todo mundo vai falar que eu sou um cara profissional, que treina bastante, que faz as coisas corretas. A gente, quando é novo – e eu ainda sou novo – faz coisas de que se arrepende. Serviu de aprendizado para mim. Tem coisas que eu fazia que não faço mais e graças a Deus, Deus tem me ajudado e tem me honrado. Era a vida noturna, todo mundo sabia quando eu jogava no Brasil, em Porto Alegre, eu saía mesmo, bebia mesmo, então, claro que eu me arrependo disso. Hoje em dia não faço mais isso. Pode perguntar para quem quiser. Eu não conheço a (noite) da Rússia. Antes eu saía, eu era jovem. Hoje eu sou um cara tranquilo”, disse.

Perguntado sobre a possibilidade de a Rússia ser a primeira colocada no grupo, que além da Arábia Saudita também conta com Uruguai e Egito, Fernandes preferiu adotar a cautela. “É jogo a jogo. Tem Uruguai e Egito ainda. Vamos ver como vai acontecer. Do jeito que a gente respeitou a Arábia, temos que respeitar o Egito e respeitar o Uruguai, que a gente conhece mais. Tem grandes jogadores também, vai ser emocionante também, muito legal. Sempre com os pés no chão, humildade. A gente não ganhou nada ainda. Como eu falei, a gente tem que ter pés no chão, ir jogo a jogo. Claro que a gente quer ir o mais longe possível. Sabemos da dificuldade, das grandes seleções que estão aqui. Mas estamos jogando em casa. Também não pode achar que não podemos chegar longe. Estamos nos preparando e, jogo a jogo vamos tentar ir o mais longe possível”, citou.

O lateral-direito também falou sobre a experiência de jogar uma Copa do Mundo por outro país que não o Brasil, onde nasceu. “Foi muito legal. Estou aqui há muito tempo. São seis anos já. Gosto muito da Rússia. Acho que as pessoas gostam de mim também. Claro que é difícil estrear numa Copa do Mundo. A gente sabia que ia ser difícil, jogando em casa com a pressão de todos, mas a equipe foi muito bem e soube lidar com isso”, expôs.

Fernandes preferiu não falar dos problemas que o fizeram não se apresentar à Seleção de Mano Menezes, e que acarretaram com a sua saída do time, mas garante que se arrepende, mesmo que não a ponto de lamentar ter se mudado para a Rússia e se naturalizado. “Eram problemas meus, particulares. Hoje eu não voltaria a repetir. Mas, não que eu queria estar lá. A Rússia, como eu falei, me abriu as portas e eu sou muito feliz aqui. Se fosse hoje, naquela oportunidade, eu certamente me apresentaria. O motivo não preciso dizer, mas me arrependi de não ter me apresentado. Eram problemas meus. Me arrependo do que eu fiz. Não que eu queria estar lá, a Rússia me abriu as portas. Com todo respeito que tenho ao Brasil, sou brasileiro, mas a Rússia me abriu as portas e tenho muito respeito por este país. O Dunga me chamou duas vezes depois e joguei 45 minutos contra o Japão. Logo depois não fui mais chamado e surgiu a oportunidade na Rússia. Conversei com a minha família e achei que era a coisa certa a ser feita”, revelou.

Diante da insistência dos repórteres em saberem se ele contaria os motivos de não se apresentar após se aposentar, o lateral encerrou o assunto. “Não, é sigilo (risos)”, finalizou.

Com Globo Esporte

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