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Esportes Erro crasso

Em meio a falhas, diretor da Ferrari classifica erro tático de inaceitável

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Foto: Getty Images

É muito fácil para os críticos de plantão mostrarem que a Ferrari cometeu um erro crasso na sessão que definiu o grid do GP do Japão, neste sábado (06), em Suzuka, tornando a possibilidade de seu piloto, Sebastian Vettel, iniciar uma reação para se aproximar do líder do Mundial, Lewis Hamilton, da Mercedes, o pole position, ainda mais difícil, já que começa a corrida no domingo (07) apenas na nona colocação. Depois de tudo passar, dizer que essa ou aquela decisão era a mais apropriada é fácil. Ali na hora, no entanto, o desafio é outro. Mas será que desta vez era tão complexo assim acertar?

Podemos obter a resposta através da reação dos concorrentes da Ferrari presentes da última parte do treino classificatório, o Q3: Mercedes, RBR, Haas, STR e Racing Point Force India. Todas liberaram seu pilotos para a pista com os pneus lisos, pois praticamente não chovia e tampouco havia quantidade de água no asfalto que justificasse o uso dos pneus intermediários, como fez a Ferrari, com seus dois pilotos, Vettel e Kimi Raikkonen.

A decisão fez com que Vettel e Raikkonen tivessem de regressar aos boxes de imediato, outro atestado da clareza das condições, para trocar os pneus intermediários pelos lisos. Mas tão logo voltaram à pista com os pneus supermacios slicks, como todos os demais, começou a cair uma leve chuva. Quem registrou seu tempo, registrou, quem não, ficou para a próxima… Ao menos quanto a poder disputar as primeiras posições no grid.

Foi isso que fez Raikkonen obter apenas o quarto tempo, a 1s761 de Hamilton, e a 1s462 de Valtteri Bottas, companheiro de Hamilton, segundo no grid. E há ainda na frente de Raikkonen o holandês Max Verstappen, da RBR, 464 milésimos melhor. A condição de Vettel era tão desigual, quando colocou os pneus lisos, que não foi além de 1m32s192, enquanto Hamilton fez 1m27s760, nada menos de 4s432 mais rápido.

Para vencer o campeonato da Fórmula 1, uma equipe deve dispor de vários recursos, todos funcionando muito bem, como um competente grupo de projetistas, engenheiros capazes de desenvolver o carro e a unidade motriz, administrar o time com inteligência, dispor de pelo menos um piloto com as características de um campeão e, claro, contar com um orçamento não inferior a 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão).

Enquanto a Mercedes atende a todos esses pré-requisitos básicos, a Ferrari não tem um líder com conhecimento de causa e experiência, Maurizio Arrivabene, a eficiência geral do grupo é falha, como bem demonstra o erro de avaliação deste sábado, onde o mais difícil era errar e não acertar, e mesmo seu principal piloto, Vettel, tem uma lista de equívocos, este ano, não compatível com quem já conquistou, com méritos, quatro títulos mundiais.

São esses elementos, combinados, que fazem com que já neste domingo seja pouco provável, embora não impossível, que Vettel some mais pontos do que Hamilton, necessário para nas quatro etapas que restarão do calendário tentar algo bem difícil, ganhar a luta com o adversário. Hoje a diferença de Hamilton para ele no Mundial já é grande, 50 pontos, 306 a 256.

Some a isso o fato de a decisão da FIA, de rever a metodologia de checagem da unidade motriz, reduzir o desempenho do modelo SF71H da Ferrari. Todas as indicações são no sentido de que, para atender o regulamento – o sistema de recuperação de energia cinética, MGU-K, liberar apenas 160 cavalos por volta -, o grupo liderado por Mattia Binotto, diretor técnico da Ferrari, teve de mudar o que fazia.

 

Com Globo Esporte

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