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Após 13 anos, Rondon conquista Batalhão da Fronteira

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Nani Gois/Alep

Ogovernador do Paraná, Beto Richa, autorizou ontem (14) a contratação de dois mil policiais militares e 695 civis e anunciou a ativação do Batalhão de Fronteira, uma nova unidade de elite em Marechal Candido Rondon. Richa também determinou a implantação do comando regional da Polícia Militar em Cascavel e a instalação de uma unidade descentralizada do Grupamento de Aviação Operacional em Foz do Iguaçu. O anúncio foi realizado no Palácio das Araucárias, na presença dos deputados estaduais Elio Rusch, Ademar Traiano, Mauro Moraes, Plauto Miró Guimarães e Valdir Rossoni, além de diversos comandantes da PM, delegados da Polícia Civil e outras autoridades.

O município rondonense foi especialmente beneficiado em um conjunto de medidas anunciadas pelo governador Beto Richa como parte do programa Paraná Seguro. Ao anunciar a contratação de dois mil novos policiais militares e 695 policiais civis aprovados em concurso – a maior contratação de policiais na história do Paraná -, o governador determinou a ativação do Batalhão de Fronteira, com sede em Marechal Cândido Rondon. “Esta é uma antiga reivindicação da comunidade da região e que estava prevista em lei de autoria do deputado estadual Elio Rusch (já aprovada em 1998). É um primeiro passo para começarmos a blindar a nossa fronteira, que é a principal entrada de armamento pesado e de drogas no país. Em breve poderemos promover grandes operações conjuntas com todas as forças de segurança do Estado e federais naquela região, onde já funciona o primeiro Gabinete de Gestão Integrada do Brasil”, afirmou Richa.

O secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, explicou que o Batalhão de Fronteira deve ser ativado em um prazo de 180 dias e será possível a partir das novas contratações de policiais. Será uma unidade de elite, com 500 homens especialmente treinados, divididos em duas companhias sediadas em Guaíra e em Santo Antônio do Sudoeste. “O Batalhão da Fronteira, com duas companhias, junto com o comando regional da PM, em Cascavel, e a nova unidade do Grupamento de Aviação Operacional em Foz do Iguaçu criam um arco de defesa da nossa fronteira, que é estratégico para as ações de combate à criminalidade”, disse o secretário.

No conjunto de medidas anunciadas por Richa, também será ativado o 22º Batalhão da Região Metropolitana de Curitiba, com sede em Colombo.
“Com essas medidas o governador mostra a prioridade do governo e adota medidas fundamentais para a reestruturação das unidades responsáveis pela segurança pública, oferecendo condições de trabalho para a repressão da criminalidade e da violência, que são o maior desejo da população hoje”, disse Almeida César.

Paraná Seguro
O secretário enalteceu que as medidas anunciadas por Richa representam o início das ações concretas previstas no programa Paraná Seguro. “O governador mostra a prioridade do governo e adota medidas fundamentais para a reestruturação das unidades responsáveis pela segurança pública, oferecendo condições de trabalho para a repressão da criminalidade e da violência, que são o maior desejo da população hoje”, declarou o chefe da pasta.

Descentralização
Para o comandante geral da Polícia Militar, coronel Marcos Teodoro Scheremeta, a descentralização das forças policiais voltadas para a região de fronteira é extremamente importante, porque o Estado passa a cuidar melhor de uma área que exige muita atenção. “Ter um Batalhão de Fronteira, num modelo diferenciado de operações especiais com uma fração já no Noroeste e no Sudoeste, junto com o comando regional de Cascavel e o grupamento aéreo fortalecendo Foz do Iguaçu, permite começar a fechar e fazer uma blindagem da fronteira do Paraná”, afirmou. “Vemos essa ação com muita satisfação, porque mostra a preocupação do governo Beto Richa em cumprir compromissos e principalmente dar à população além da sensação de segurança, uma segurança efetiva real, que é o que a população realmente precisa e quer”, acrescentou.
As contratações autorizadas para a Polícia Civil representam 20% do efetivo atual. “Neste momento, apesar de todas as dificuldades financeiras que herdamos, conseguimos recompor o quadro da Polícia Civil em 20% e isso é uma grande conquista”, disse o governador. Richa lembrou que o Programa Paraná Seguro prevê a contratação, até 2014, de oito mil policiais militares e 2,2 mil policiais civis (400 delegados, 600 escrivães e 1,2 mil investigadores).

Policiais nas ruas

A preparação de parte dos policiais aprovados nos concursos começa nos próximos dias. No caso da Polícia Civil, a contratação representa a colocação de 700 policiais imediatamente nas ruas. “Vamos retirar 700 policiais dos serviços administrativos nas delegacias e colocá-los nas ruas para investigar, e os novos contratados começarão a trabalhar nessa área administrativa, até que todos possam entrar para o curso de formação da Escola de Polícia, que de imediato deve receber 215 investigadores que estavam no serviço administrativo”, disse o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto. O quadro atual da corporação é de 3.563 policiais civis.
Entre os policiais civis a serem convocados, 667 serão investigadores, 25 escrivães e sete papiloscopistas. O edital da investigação de conduta dos aprovados está disponível no site da Polícia Civil: www.policiacivil.pr.gov.br. A publicação foi feita na tarde de terça-feira (13). Na próxima semana, caso não haja recurso, os candidatos aprovados poderão ser chamados para se apresentar na Secretaria de Segurança Pública com a documentação necessária.

O delegado da Divisão de Infraestrutura, Benedito Gonçalves Neto, ressalta que 1,4 mil candidatos aprovados no concurso do ano passado também serão convocados para fazer o teste de aptidão física e outras fases da seleção. Dessa forma, assim que houver vaga na Escola Superior da Polícia Civil, eles poderão ser chamados a compor o efetivo. A escola da Polícia Civil tem capacidade para 370 alunos, mas de acordo com o delegado-chefe, estão sendo feitas negociações com faculdades no interior do Estado para que possam fazer uma parceria e, com isso, acelerar o processo de formação dos policiais. As primeiras conversas estão ocorrendo com Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu.

Polícia Militar

Quanto à Polícia Militar, atualmente há 275 policiais e 51 bombeiros aprovados no concurso, no final de 2009, que já passaram pelas quatro fases de avaliação da PM. Eles poderão ingressar na Academia Policial do Guatupê nos próximos dias. O curso demora cerca de um ano. Os outros 1.725 policiais e 449 bombeiros serão convocados e passarão pelas fases de análise no processo. A previsão é de que o próximo grupo comece o treinamento nos primeiros meses de 2012. A capacidade da academia é de 2,5 mil alunos por ano.
A primeira fase do processo seletivo, após a aprovação dos candidatos nos concursos da PM avalia a aptidão física, a segunda analisa a sanidade física e mental, e a terceira faz investigação documental e social. Depois disso, podem começar o treinamento. A PM conta hoje com 16.648 policiais.

Autor da lei, Elio Rusch comemora instalação da unidade em Rondon

Odeputado estadual Elio Lino Rusch comemorou muito a confirmação oficializada ontem (14) por parte do governador Beto Richa de que o Batalhão da Fronteira será instalado em Marechal Cândido Rondon. Além do município rondonense, também estavam pleiteando a corporação as lideranças de Cascavel e Foz do Iguaçu. Apesar de ter sido uma decisão técnica, isso demonstra o prestígio que o deputado tem junto ao Governo do Estado.

O parlamentar é o autor da lei que foi aprovada em 1998 e que dispõe sobre a criação do Batalhão da Fronteira no município. A iniciativa ainda prevê a criação de duas companhias, uma em Guaíra e outra em Santo Antônio do Sudoeste. Ainda ontem ele falou com a reportagem do Jornal O Presente e ressaltou que sempre acreditou que um dia este projeto seria concretizado. “Enquanto muitos não acreditaram e solicitaram uma Companhia Independente ou um Subgrupamento do Batalhão de Fronteira, sempre acreditei e sempre declarei que esta unidade seria instalada no município. Isto porque Marechal Rondon tem a seu favor a localização geográfica, o tamanho do município e já tinha uma própria lei de minha autoria aprovada”, declara.

De acordo com Rusch, o anúncio do governador representa uma grande vitória para o município rondonense. “Enquanto que outras cidades também estavam almejando o Batalhão da Fronteira, como Cascavel e Foz do Iguaçu, eu tenho argumentado que não podemos confundir municípios de fronteira com municípios de área de segurança nacional. Ora, se é um Batalhão de Fronteira, ele tem que estar instalado em um município de fronteira, e não em um município fora da faixa de fronteira. Cascavel faz parte da área de segurança nacional e já tem uma unidade do Exército e do Batalhão da Polícia Militar; Foz do Iguaçu tem Exército e Batalhão da Polícia Militar. Além disso, os dois municípios possuem a Delegacia de Polícia Federal. Enquanto isso, pela localização geográfica de Marechal Cândido Rondon, tínhamos apenas uma Companhia da Polícia Militar”, detalha.
 
Fronteira

Conforme o deputado, um dos principais problemas que o Brasil e igualmente o Paraná enfrentam na área de segurança pública é com relação às fronteiras, por meio das quais entram as drogas, armas e o contrabando no país. “Não adianta querer promover grandes ações em outros centros se não combater o crime na sua raiz, que são as fronteiras, aeroportos e portos. Precisamos resolver a questão da segurança pública como um todo e, para isso, precisamos deixar de lado o bairrismo. Não se resolve com discurso, mas com ações e, neste sentido, o Batalhão da Fronteira é uma ação concreta e precisa estar na fronteira”, afirma.

Área

O Batalhão da Fronteira contará com aproximadamente 500 policiais militares. Sediado em Marechal Rondon e com duas companhias em cidades da extremidade da fronteira paranaense, haverá um reforço no número de efetivo em demais municípios da região. Sobre o local que deve abrigar a corporação, Rusch informa que a prefeitura deve fazer a doação da área para o Estado, mas o terreno deve ser definido pela Secretaria de Segurança Pública conforme as necessidades da corporação. “No prazo de 180 dias o Batalhão de Fronteira estará instalado”, conclui.

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