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Marechal Ensino Superior

55% dos acadêmicos do campus rondonense da Unioeste são de Marechal Rondon

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Diretor-geral do campus rondonense da Unioeste, Davi Schreiner: “Entre as mudanças mais significativas com a reformulação dos PPPs estão a curricularização da extensão universitária em 10% da carga horária, o que implicará em qualidade ainda maior na formação dos profissionais” (Foto: Daniel Felício/OP)

Desde o retorno das aulas presenciais, neste ano, as atividades letivas seguem a todo vapor no campus de Marechal Cândido Rondon da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). “A participação nas aulas, nos projetos e nas atividades em laboratórios evidenciam engajamento com afinco”, destaca o diretor-geral, Davi Schreiner.

Segundo ele, não houve alteração significativa no número de graduados nos dois últimos anos letivos. Já em relação à evasão acadêmica, no mesmo período, verificou-se um acréscimo de cerca de 7% nos cursos de graduação. “A evasão acadêmica é um fenômeno que afetou todas as universidades. Entre as causas estão a pandemia e o aumento da desigualdade socioeconômica”, afirma Schreiner.

Em entrevista ao O Presente, ele falou dos impactos educacionais nos acadêmicos depois do período de atividades remotas, sobre o perfil do estudante da Unioeste de Marechal Rondon e fez considerações a respeito das mudanças que devem acontecer com a reformulação dos projetos políticos pedagógicos dos cursos.

O diretor-geral detalhou, ainda, números do campus rondonense e revelou as ações previstas para o 2° semestre deste ano. Confira.

O Presente (OP): Como estão as atividades letivas no campus rondonense da Unioeste, após o retorno das aulas presenciais?

Davi Schreiner (DS): As atividades de ensino, pesquisa e extensão da graduação e da pós-graduação estão sendo integralmente ofertadas de modo presencial, com docentes suprindo todas as demandas das disciplinas, com aulas teóricas e práticas nos laboratórios e nas estações experimentais e no complexo poliesportivo. As pesquisas e as atividades de extensão de projetos e dos núcleos, que prestam serviços gratuitos à comunidade, estão em pleno funcionamento, atendendo uma grande demanda advinda da população local e microrregional.

 

OP: Com o retorno das aulas presenciais em todos os cursos neste ano foram constatados impactos educacionais nos acadêmicos depois de períodos de atividades remotas?

DS: Há várias dimensões a serem consideradas e seguramente, entre elas, a percepção de que um computador em um ambiente, que não raras vezes é o mais adequado, não substitui a qualidade do ensino presencial. Isso mesmo com a oferta de aulas remotas sincrônicas (com interações entre os participantes feitas em tempo real), como fez a Unioeste. Ao mesmo tempo, parte das atividades, com até 20% da carga horária do curso, como já prevê uma resolução da Unioeste, evidenciam-se de modo positivo. 

 

OP: Há algo perceptível que mudou no pós-pandemia no contexto do campus?

DS: A participação nas aulas, nos projetos e nas atividades em laboratórios evidenciam engajamento com afinco. Ressalta-se a interação entre os alunos e professores, perfazendo um ambiente solidário e de alegria no cotidiano do campus. É visível a falta que os alunos sentiam das aulas presenciais. Está em andamento, ao mesmo tempo, um processo de recriação dos cursos, a criação de novos núcleos para o atendimento gratuito à comunidade, entre os quais o Núcleo de Apoio Contábil e Financeiro e o Núcleo de Mediação e Arbitragem, bem como a ampliação de convênios de pesquisa com empresas privadas e prefeituras.

 

OP: Quantos acadêmicos estão matriculados no campus rondonense da Unioeste atualmente?

DS: Os dez cursos de graduação, seis cursos de mestrado e cinco cursos de doutorado contam com 1.826 alunos.

Qual é o perfil do estudante da Unioeste de Marechal Rondon?

DS: A comunidade universitária é formada por alunos de diferentes níveis socioeconômicos. A maioria é empregada em diversos segmentos, quer seja integral ou parcial. O labor, em geral, é essencial para a manutenção na Universidade. Predominantemente os acadêmicos são da faixa etária da juventude e cerca de 55% são provenientes do município de Marechal Cândido Rondon, e a maioria dos demais são oriundos de municípios da região Oeste do Paraná.

 

OP: Em média, quantos profissionais são formados anualmente no campus rondonense da Unioeste? Esse número oscilou durante a pandemia?

DS: Não houve alteração significativa no número de graduados nos dois últimos anos letivos, que não coincidem com o ano civil. No calendário de 2020, que se encerrou em setembro de 2021, 219 profissionais se formaram e no ano anterior 214. Para além destes, há a formação de mestres e doutores.

OP: Quantos professores, entre concursados e temporários, atuam no campus de Marechal Rondon?

DS: O campus conta com 148 docentes efetivos e 37 temporários para atender os cursos de graduação e de pós-graduação, bem como para desenvolver atividade de extensão, pesquisa, produção e publicação de artigos e obras, além de prestação de serviços gratuitos à comunidade.

 

OP: Foi percebido maior evasão de acadêmicos em virtude do retorno às aulas presenciais?

DS: A evasão acadêmica é um fenômeno que afetou, de modo geral, todas as universidades, quer públicas ou privadas. Entre as causas estão a pandemia e, sobretudo, o aumento da desigualdade socioeconômica. No campus, ela também é perceptível. Considerando os dois últimos anos letivos, houve um acréscimo de cerca de 7% de evasão nos cursos de graduação.

 

OP: Foi registrado trancamento considerável de matrículas ou até mesmo desistência de acadêmicos neste período pandêmico ou os índices ficaram próximos dos registrados em períodos antes da pandemia?

DS: No ano letivo de 2020, conforme normativa da Unioeste, para resguardar o direito dos alunos, estabeleceu-se que a matrícula em disciplinas ofertadas nos períodos letivos especiais e emergenciais (ensino remoto) era facultativa, ou seja, a situação do vínculo perante a instituição permaneceu inalterado para todos os discentes deste período, sem prejuízo a sua situação acadêmica. Quanto ao calendário de 2021, este ainda se encontra em andamento. Observa-se que o trancamento é uma situação transitória, podendo o aluno retornar em no máximo dois anos à instituição.

Diretor-geral do campus rondonense da Unioeste, Davi Schreiner: “Não houve alteração significativa no número de graduados nos dois últimos anos letivos, que não coincidem com o ano civil. No calendário de 2020, que se encerrou em setembro de 2021, 219 profissionais se formaram e no ano anterior 214” (Foto: Daniel Felício/OP)

OP: O ano letivo de 2021 encerra quando?

DS: O ano letivo de 2021 se encerra em agosto próximo.

 

OP: Há uma previsão de quando os anos letivos voltarão à normalidade, começando em fevereiro/março e encerrando em dezembro?

DS: Não há como definir com precisão a adequação do calendário acadêmico ao ano civil, tendo em vista que ele é elaborado e aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão de um exercício para outro. Mas, espera-se que este interim seja o mais breve possível.

OP: Os cursos do campus rondonense da Unioeste tiveram bastante procura no vestibular 2022, que tem provas marcadas para o dia 10 de julho?

DS: As inscrições, de acordo com os dados da Comissão de Vestibular, permanecem próximas aos concursos de anos anteriores. Há que se ressaltar que o vestibular não é a única forma de ingresso na Unioeste. Há outros processos de seleção que se somam, contemplando a totalidade das vagas, como, por exemplo, o Sisu (Sistema de Seleção Unificado).

 

OP: Os cursos do campus rondonense trocaram, recentemente, suas coordenações e devem reformular seus projetos políticos pedagógicos (PPPs). Que mudanças de maior impacto devem acontecer?

DS: Houve a eleição de novos coordenadores, tendo em vista que o mandato dos anteriores havia sido prorrogado devido à pandemia. Há um processo de reformulação dos PPPs de todos os cursos. Alguns já foram finalizados e aprovados em todas as instâncias da Unioeste. Entre as mudanças mais significativas estão a curricularização da extensão universitária em 10% da carga horária, o que implicará em qualidade ainda maior na formação dos profissionais. Igualmente, os cursos estão discutindo o perfil do profissional a ser formado, o que implica em repensar disciplinas nos seus conteúdos e/ou a substituição por outras. E, ao mesmo tempo, a estrutura curricular, de parte dos cursos, será modificada, objetivando adequar-se às demandas profissionais da contemporaneidade.

 

Diretor-geral do campus rondonense da Unioeste, Davi Schreiner: “Entre as mudanças mais significativas com a reformulação dos PPPs estão a curricularização da extensão universitária em 10% da carga horária, o que implicará em qualidade ainda maior na formação dos profissionais” (Foto: Daniel Felício/OP)

OP: Que outras medidas foram ou estão sendo implantadas na Unioeste em decorrência da Lei Geral das Universidades (LGU)?

DS: A LGU prevê um tempo de transição para sua implantação em quatro anos. Até o momento, possibilitou o cálculo do custeio para as universidades e, portanto, para o campus, o que é importante para o planejamento deste. Também viabilizou a realização de um processo seletivo para a contração de técnicos universitários, sendo, no total, 13 profissionais, com previsão de concurso para os próximos anos. Deste modo, espera-se suprir parte da demanda reprimida de muitos anos em todas as instituições de Ensino Superior (IES) do Paraná. Salienta-se que a LGU deve ser aprimorada pelo diálogo das IES com o Estado.

OP: No que diz respeito à estrutura da Unioeste de Marechal Rondon, como estão os trâmites relativos ao Centro de Convivência e ao Centro de Saúde e Atividades Físicas?

DS: Há poucos dias encerramos o processo de licitação para a seleção da empresa que fará a gestão e a oferta da alimentação do espaço destinado ao Centro de Convivência. Nas próximas semanas a empresa providenciará a estruturação para o início do funcionamento. Quanto ao centro que atenderá os cursos de Educação Física e a comunidade, depende da liberação de recursos de emendas parlamentares e de suplementação orçamentária devido ao aumento dos custos de construção.

 

OP: Há alguma novidade, projeto de peso em andamento? O que esperar deste 2° semestre do ano?

DS: A direção geral do campus investirá em espaços para o funcionamento de um ambiente multiuso para atividades práticas de Educação Física, compra de equipamentos, reforma da quadra poliesportiva coberta, sala de judô, remodelação do estacionamento, com colocação de paver ao lado do prédio administrativo, bem como reformas em ambientes de ensino e administrativos. Destacamos, também, a parceria com as prefeituras para a execução de novos projetos, que atenderão gratuitamente a população.

Campus rondonense da Unioeste conta com 1.826 alunos distribuídos em dez cursos de graduação, seis de mestrado e cursos de doutorado (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

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