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Marechal Procura aquecida

Agendas cheias marcam retomada do setor de eventos em Marechal Rondon

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(Foto: Divulgação)

O cenário mais estável da pandemia da Covid-19 no Paraná e a consequente flexibilização por parte do Governo do Estado quanto às medidas restritivas – como, por exemplo, a ampliação da capacidade de público em eventos – trouxeram ânimo e boas expectativas ao setor, tido como um dos que mais sofreu no período pandêmico.

A nova normativa (nº 8.771/2021), assinada no último 21, já tem reflexo nas empresas promotoras de eventos. Em Marechal Cândido Rondon, empresários garantem que sentiram um aquecimento na procura por orçamentos e até fechamento de datas. No município, o decreto nº 271/2021 emitido ontem (30) também estabeleceu normas mais flexíveis para a realização de eventos, que devem respeitar a lotação de 50% da capacidade dos locais sem exceder o limite de 500 pessoas.

“Tive que abrir a agenda de 2022 devido à grande procura por agendamento”, enaltece a proprietária da BNH2 Festas, Marcia Koppe.

 

Agenda fechada

A rondonense, que atua há cerca de oito anos no setor de eventos e é especializada na promoção de festas infantis, afirma que a flexibilização da capacidade de público em eventos levou mais pessoas a agendarem datas. “Não é nem sondagem, quem vem já fecha. Com essa liberação, nossa agenda está praticamente fechada até dezembro, resta somente uma ou outra data. Percebemos que as pessoas estão com muita vontade de comemorar e realizar eventos”, comenta.

A maior procura, relata Marcia, são para festas de aniversário de um e cinco anos. “Cerca de 70% desses clientes estavam aguardando a liberação dos eventos para realizar a sua festa”, menciona.

Na opinião da empresária, este mais de um ano e meio “parado” em virtude da pandemia ampliou a vontade das pessoas em reunir amigos e familiares para comemorações. “Há quem passou pelo primeiro aniversário do filho e não pôde fazer nada. Agora, quer a festa de dois anos”, expõe.

Marcia Koppe, da BNH2 Festas: “Não é nem sondagem, quem vem já fecha. Com essa nova liberação, nossa agenda está praticamente fechada até dezembro” (Foto: Divulgação)

 

Normalização em vista

Para Marcia, a normalização em relação à realização de eventos deve acontecer ainda em 2022. “Estou bastante cautelosa com a retomada. Sei que está acontecendo, contudo ainda vai um período para normalizar totalmente. Percebo as pessoas ansiosas para comemorar, mas não sei se essa vontade vai continuar depois de normalizado”, considera.

A pandemia trouxe grandes desafios para a empresa da rondonense, porém ela enfatiza que os aprendizados também foram significativos. “A empresa se desenvolveu, revemos muitas coisas em relação ao negócio e posso dizer que temos coisas boas para tirar dessa pandemia. Foi um período difícil. A empresa ficou mais sólida depois disso. Hoje temos uma consciência maior quanto ao atendimento dos nossos clientes, assim como vemos eles querendo valorizar a vida, os momentos”, ressalta.

 

Aquecimento

O sócio-proprietário da Foto City, Kauê Schlosser, acredita ser essencial estar preparado para situações inesperadas como a atual, tanto financeiramente quanto em termos de organização. “Quem não teve esse desempenho precisou fechar as portas, infelizmente. Os que restaram ficaram mais fortes e com uma boa experiência”, avalia ele, que pertence à terceira geração da família no ramo da cobertura fotográfica de eventos há 28 anos.

A procura para a realização de eventos tende a crescer nos próximos meses, prevê o empresário. “Dentro de um ano, a expectativa é de que tudo volte a ser como era antes. Se não houver piora nos decretos, em 2023 o setor deve normalizar”, projeta.

Kauê Schlosser, da Foto City: “O mercado fotográfico e de eventos andam juntos e devem ficar bastante aquecidos. Dentro de um ano, a expectativa é de que tudo volte a ser como era antes” (Foto: Divulgação)

 

Casamentos lideram

Muitos casais se anteciparam na reserva de datas para casamento ao longo do ano, prevendo a liberação das medidas restritivas próximo do fim do ano, menciona o empresário. “A maioria das coberturas é para casamento. Como no ano passado praticamente não foi possível realizar este tipo de evento, houve um acúmulo de casais. Então, há os que se anteciparam e já reservaram data, há os que não puderam realizar a festa em 2020 e estão em busca de agenda em 2021 e também estão surgindo novos casais interessados em datas futuras. A agenda está bem cheia, o que é ótimo depois de um ano e meio de pandemia sem eventos”, enaltece.

Casamentos também lideram o ranking de datas agendadas no Calli Buffet e Eventos, seguidos por formaturas e aniversários. “Para o fim de ano há muitos eventos de confirmação e primeira eucaristia”, conta a sócia-proprietária da empresa, Mari Silva.

Mari Silva, do Calli Buffet e Eventos: “Há alguns cuidados, mas os eventos estão a todo vapor. Nossa empresa, que atende eventos pequenos, já trabalha como antes da pandemia” (Foto: Divulgação)

 

Boas perspectivas

A rondonense diz que desde as primeiras flexibilizações a empresa voltou com 100% da capacidade da agenda. “Em muitas datas não temos mais como atender”, aponta.

Segundo ela, o número de pessoas que pedem por orçamentos diariamente é expressivo. “Muitos são clientes que haviam adiado duas ou três vezes a data e agora querem realizar o evento o quanto antes. Vejo que temos tudo para uma grande retomada. Nossos projetos e sonhos estão mais vivos dentro de nós”, evidencia, pontuando que o desafio agora é atender a grande demanda.

Há sete anos atuando na promoção de eventos, Mari vê pela frente uma grande e rápida retomada. “Não acredito em novas paralisações ou receio por parte dos clientes. Ao contrário, percebo muita segurança neles ao solicitar o orçamento”, enaltece.

A empresária entende que tudo se encaminha para a normalidade. “Há alguns cuidados, mas os eventos estão a todo vapor. Nós, que atendemos pequenos eventos, já trabalhamos como antes da pandemia. Talvez as empresas que atendam somente eventos grandes sofrerão um pouco mais até retornar ao que era antes da pandemia”, opina.

 

Datas para 2022

Outro otimista do ramo é Giovani Muriel Paetzold, sócio-proprietário do Restaurante e Churrascaria Três Passos, estabelecimento que atua há 33 anos no segmento gastronômico e há 20 anos realiza eventos. Para ele, a procura vai crescer aos poucos. “Muitas pessoas nos procuram para vários tipos de eventos, entre confraternizações, formaturas e casamentos, principalmente a partir dessa flexibilização. Os clientes estão mais confortáveis para organizar suas festas novamente”, observa.

Parte dos eventos foram adiados para 2022 e agora, segundo Paetzold, eventos menores e para realização a curto prazo têm surgido. “Muita gente fecha com antecedência de três a seis meses antes, dependendo do tipo de evento, e a atualização do decreto gerou bastante procura para o ano que vem. As pessoas querem aproveitar o momento, pois não se sabe se pode haver outra restrição ou voltar algum decreto restritivo”, entende.

Apesar do foco ser o novo ano que se aproxima, o empresário relata que, aos poucos, são realizados os eventos postergados em 2020/2021. “Há pouco tempo não podia fazer nada. Então está bem corrido e com bastante serviço. Por enquanto, temos mais agendamentos do que realização de eventos em si”, frisa.

 

Impactos no setor

Assim como Schlosser, Paetzold também acredita que a recuperação do setor não deve ser imediata. “Não vai ser algo rápido, porque, mesmo com uma grande procura, vemos o reflexo da pandemia no custo das coisas. Está tudo elevado. Não só pelas restrições, os eventos são menores também pela questão financeira do cliente, que teve comprometimento de renda. Acredito que a retomada vai ser lenta, bem mais do que deveria ser. As pessoas têm certo receio, nem todos estão vacinados, a doença está aí e precisamos manter os cuidados. Acho que uma normalidade só vai acontecer a partir de 2023, se nada ocorrer até lá”, aposta.

O “esfriamento” do serviço durante períodos da pandemia representou mais tempo com a família, destaca o empresário. Por outro lado, ele enfatiza que o impacto foi de âmbito financeiro. “Muitas empresas tinham financiamentos e isso não pôde ser adiado. Prejudicou bastante. Na nossa empresa, vendemos bens para manter tudo em dia e demitimos funcionários. Agora vai um longo tempo até, pelo menos, alinhar todo o prejuízo”, lamenta.

Apesar das dificuldades, Paetzold afirma que é preciso ser otimista. “A gente tem que acreditar que vai melhorar, como já está acontecendo, mesmo que lentamente. O país precisa se recuperar, porque são vários fatores que atrapalham a economia e a conta desse custo que tivemos para se manter na pandemia vai chegar. Vemos custos elevados do gás, comida e combustível, assim como a inflação e o desemprego subindo. Será um longo período de recuperação. Vai demorar em torno de um ou dois anos, talvez até mais do que isso, para ser como era antes”, projeta.

Giovani Paetzold, do Restaurante e Churrascaria Três Passos: “Está bem corrido e com bastante serviço. Por enquanto, temos mais agendamentos do que realização de eventos” (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

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