Fale com a gente

Marechal Reaquecimento do mercado

Com avanço da vacinação, setor de turismo ensaia retomada

Publicado

em

(Foto: O Presente)

Com a flexibilização das medidas restritivas e cada vez mais pessoas vacinadas contra a Covid-19, o setor de turismo brasileiro começa a ver o reaquecimento do mercado, depois de amargar prejuízo de R$ 395,6 bilhões com a pandemia, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Apesar das restrições ainda presentes, o setor chegou em junho de 2021 operando com 57% de capacidade, longe da ociosidade percebida depois do “estouro” da pandemia, quando o turismo praticamente não aconteceu.

 

MOVIMENTO AQUECIDO

Em Marechal Cândido Rondon, as agências de viagem já registram um movimento mais atrativo. “O movimento deu uma aquecida. Desde junho sentimos um grande crescimento no setor”, conta ao O Presente a proprietária da Cristur Viagens e Turismo, Cristiane Vanzella Padalino.

A proximidade com o fim de ano é um incentivo às viagens, pontua Cristiane, mas há demanda por datas em todos os meses. “A procura está dispersada. As pessoas querem um pacote de acordo com a disponibilidade delas. Percebo que querem ir o quanto antes. Sentem a necessidade de viajar”, menciona, lembrando que muitos sonhos turísticos tiveram que ser postergados por causa da pandemia.

O avanço na vacinação contra o coronavírus é outro motivo para a retomada das viagens. “O processo de imunização contra a Covid-19 e o desejo de sair de casa refletiram no crescimento das vendas. Há uma demanda reprimida em virtude do longo período de isolamento social e os brasileiros estão começando a embarcar para as tão desejadas férias”, relata a gerente da loja CVC em Marechal Rondon, Daniele Andressa Schneider.

Segundo ela, as férias de fim do ano e janeiro estão sendo as principais datas procuradas na agência, com grande demanda de pacotes para o período.

Proprietária da Cristur Viagens e Turismo, Cristiane Vanzella Padalino: “Vai demorar alguns anos para nos recuperarmos, porém o setor de turismo deu uma aquecida forte e está sendo bastante procurado” (Foto: O Presente)

 

TURISMO DE PROXIMIDADE

Enquanto aviões eram um risco considerável para propagação do coronavírus, os destinos próximos às pessoas, muitas vezes negligenciados pelo desconhecimento, tornaram-se mais apreciados e frequentados.

Moradores do Oeste paranaense têm a vantagem de ter no “quintal de casa” uma das Sete Maravilhas da Natureza. A 180 quilômetros, as Cataratas do Iguaçu têm sido amplamente visitadas por moradores da região, bem como os demais pontos turísticos de Foz do Iguaçu.

 

MARAVILHA DA NATUREZA

Daniele destaca que, mais do que uma opção oestina, Foz é procurada por turistas do Brasil e do mundo.  Segundo ela, este é um destino sempre muito requisitado pelos rondonenses. “Tanto para passeios rápidos com visitação aos pontos turísticos quanto para famílias que procuram um fim de semana ou feriado de descanso nos resorts da cidade”, indica.

A procura pelo destino iguaçuense teve alta considerável no começo do ano, comenta a proprietária da Cristur, quando viagens de aviões estavam sendo descartadas por muitos turistas por conta dos casos de Covid-19. “Foz do Iguaçu teve uma procura bem expressiva no início de 2021, mas percebemos uma queda no segundo semestre. Ainda existe procura, mas diminuiu se comparado ao começo do ano”, compara.

 

TURISTAS IMUNIZADOS

A maioria das pessoas que contribuíram ao aquecimento do setor já estão vacinadas, observa Cristiane. “Pessoas mais velhas antes não procuravam por destinos com necessidade de viagem de avião, mas agora, com as duas doses, voltaram a se interessar. O público mais jovem se manteve parcialmente ativo durante toda a pandemia, possibilitando ao mercado seguir atuante, ainda que em quantidade inferior”, expõe.

 

DESTINO PREFERIDO

Devido às belezas naturais que se destacam no cenário nacional e ao caráter “isolado” de alguns locais, a região Nordeste está entre os destinos preferidos dos rondonenses. “As rotas nacionais são prioridade nos planos de viagem dos brasileiros, principalmente o Nordeste, visto que muitos países ainda estão com restrições de entrada. Além do que, muitos ainda preferem locais sem tanto fluxo de pessoas”, menciona a gerente da CVC, acrescentando que a segurança sanitária contribui à “valorização dos destinos nacionais”.

Porto de Galinhas é o roteiro destaque de vendas na CVC, de acordo com Daniele. “Apresenta esse perfil mais isolado e está sendo muito procurado, principalmente por famílias com crianças”, pontua.

Na Cristur, por sua vez, “Natal, Maceió e Porto de Galinhas são, disparadamente, os destinos mais”, indica Cristiane.

 

REAJUSTE NOS PREÇOS

Com alimentos, combustíveis e demais itens de consumo passando por constantes reajustes, não tardou para o setor turístico também sofrer alta nos preços, ao contrário do verificado em alguns períodos na pandemia. “Nos picos da pandemia, tivemos tarifas agressivas no mercado, com valores muito baixos. Sorte de quem fechou os pacotes”, enaltece Cristiane.

Segundo ela, nas últimas três semanas o aumento da demanda e as altas nos preços em geral trouxeram taxas maiores ao setor turístico. “Hotéis e companhias fizeram um reajuste e os valores aumentaram. Entretanto, a procura ainda existe e as pessoas fecham negócios, pois adequamos os valores ao orçamento disponível”, salienta.

Na opinião de Daniele, os acontecimentos relacionados à pandemia podem ter modificado o comportamento do consumidor em termos de investimento em lazer. “Percebemos com clareza que as pessoas demonstram quase uma necessidade de investir em viagens em família e aplicam um valor um pouco maior. Depois de tanto tempo dentro de casa, as viagens em família têm outro significado”, diz.

Gerente da CVC em Marechal Rondon, Daniele Schneider: “As rotas nacionais são prioridade nos planos de viagem dos brasileiros, principalmente o Nordeste, visto que muitos países ainda estão com restrições de entrada” (Foto: Divulgação)

 

REAÇÕES DO SETOR

A gerente da CVC rondonense diz que, mesmo que a vacinação e a retomada das atividades colabore à saúde do setor turístico, um dos mais prejudicados com as restrições ao coronavírus, ainda falta muito para o movimento voltar à normalidade de antes da pandemia. “O setor ainda vai demorar para registrar números semelhantes aos do cenário pré-pandemia”, lamenta.

Para a proprietária da Cristur, a diminuição dos casos de Covid é essencial para o setor de lazer. “O ramo foi prejudicado pela pandemia. Sofremos muito e profundamente. Vai demorar alguns anos para nos recuperarmos, porém o setor de turismo deu uma aquecida forte e está sendo bastante procurado”, comemora.

 

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente