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Marechal 90% da estrutura concluída

Em virtude da pandemia, Teatro Municipal não deve ser inaugurado este ano

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(Foto: Divulgação)

Na tarde de ontem (20), o prefeito e o vice-prefeito de Marechal Cândido Rondon, Marcio Rauber e Ilario Hofstaetter (Ila), respectivamente, acompanhados da secretária de Cultura, Márcia Veit, apresentaram à imprensa rondonense a estrutura interna do Teatro Municipal Hedio Strey.

Na ocasião, o prefeito lembrou o fato da obra ter iniciado em 2009, durante outra gestão. “Num país de terceiro mundo, a mesma gestão que projetou um teatro de R$ 15 milhões, projetou um hospital de R$ 1,5 milhão, e na minha concepção isto está errado”, ressaltou.

Ele também relembrou que o teatro já foi inaugurado no final de 2016, pelo prefeito que o antecedeu, mesmo com a estrutura inacabada na época. Rauber ressaltou que a construção do teatro, de 2017 para cá, nunca parou e agora está na fase de acabamento e de instalação dos equipamentos. “Nos últimos quatro anos e quatro meses, foram investidos mais de R$ 4,1 milhões”, destacou.

O prefeito declarou que a prioridade em qualquer gestão pública deveria ser, por exemplo, educação e saúde. “Quando se tem um valor à disposição do gestor e ele tiver que optar entre fazer um teatro ou uma escola, a decisão tem que ser pela escola”, salientou.

Rauber disse que, apesar de ser uma obra bonita e importante para a população rondonense, o fato dela custar R$ 15 milhões o deixa incomodado. “Como ainda temos muito para se desenvolver em nosso município, na hora de tomar a decisão precisamos decidir por aquilo que é mais importante”, reiterou.

Prefeito Marcio Rauber: “À medida que as coisas vão avançando, nós vamos entregando a obra para que a população possa usufruir, mas queremos acelerar e entregar todo o teatro e a Escola de Artes o mais rápido possível” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

ORÇAMENTO DEFASADO

O prefeito comentou que como as atualizações referentes às planilhas de valores para a execução das obras sofrem reajustes ao longo dos anos, os valores previstos nos orçamentos da obra podem estar defasados. “Imagina hoje, aquilo que foi orçado a um ano atrás, não tem cabimento. O orçamento nem pode ser utilizado”, enalteceu.

Conforme Rauber, existem teatros em outros municípios que estão sendo construídos há 20 anos. Ele mencionou que muitas obras semelhantes ao teatro rondonense precisam ser feitas, refeitas e quando são concluídas muitos equipamentos já estão obsoletos. “Possivelmente quando nosso teatro estiver pronto, alguns equipamentos aqui instalados estarão ultrapassados”, enfatizou.

 

CONCLUSÃO E INAUGURAÇÃO

Durante a coletiva de imprensa, o prefeito disse acreditar que a obra não será concluída neste ano por conta do contingenciamento de recursos em virtude da pandemia do coronavírus. Ele avalia que a conclusão total da estrutura ainda pode demorar, todavia, como o teatro contará com a Escola de Artes Professor Elói Urnau, a disponibilização para a população deve ser gradativa. “À medida que as coisas vão avançando, nós vamos entregando a obra para que a população possa usufruir, mas queremos acelerar e entregar todo o teatro e a Escola de Artes o mais rápido possível”, informou.

Segundo Rauber, não é possível determinar nenhuma data por causa dos contingenciamentos realizados na pandemia e de outros que por ventura ainda possam acontecer. “A incerteza era grande e a gente não sabia qual seria o volume de recursos necessários para enfrentar a emergência de saúde. Inicialmente, foram aplicados recursos do município no combate à pandemia”, evidenciou.

Ele disse que mesmo contrariado pela secretária de Cultura, precisou rever os repasses para a construção do teatro no ano passado. “A secretária, fazendo o papel dela, defendendo sua pasta, me cobrou e eu e o Ila decidimos segurar alguns investimentos no ano passado, mas que neste ano foram empregues na obra do teatro”, relatou.

De acordo com Rauber, possivelmente não seja possível concluir a obra este ano, exclusivamente por causa do contingenciamento feito no ano passado. “Acredito que seria impossível utilizar o espaço este ano mesmo que estivesse pronto devido as questões de distanciamento social”, expôs.

Prefeito Marcio Rauber e o vice-prefeito Ilario Hofstaetter (Ila), acompanhados da secretária de Cultura, Márcia Veit, apresentaram a estrutura do teatro à imprensa (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

ETAPAS DO PROJETO

Desde o início da obra, o projeto foi dividido em etapas, até mesmo em razão dos milhões de reais que precisaram e ainda vão precisar ser destinados até a conclusão. Atualmente, segundo a secretária de Cultura, está em execução a 4ª etapa, a qual conta com três empresas que trabalham no andamento dos respectivos processos licitatórios.

Uma das empresas vai fazer a instalação do sistema de ar-condicionado. No entanto, para isso, ainda depende de todo o projeto elétrico. “A parte elétrica precisa suportar toda carga da cenotecnia e do ar-condicionado”, expõe Márcia.

Outra empresa está encarregada de fazer o acabamento externo e interno. Porém, para realizar tudo que está previsto no papel, outros serviços precisam ser concluídos antes, como a própria instalação da climatização.

Há, ainda, a empresa que vai trabalhar na parte de cenotecnia, que envolve, por exemplo, iluminação, sonorização e cenário. “São três equipes que dão andamento interno ao teatro”, comenta a secretária de Cultura, mencionando que as poltronas já estão instaladas.

De acordo com ela, a 4ª etapa entra na reta final e, em seguida, deve ser feita a licitação para a 5ª e última etapa, que engloba, dentre outros serviços, o estacionamento e ajardinamento. “Serão os detalhes finais da obra”, cita. “Nos concentramos para colocar a ‘casa’ para trabalhar”, salienta.

Secretária de Cultura, Marcia Veit: “O nosso teatro será uma referência, assim como o Teatro Guaíra em Curitiba, devido ao tamanho e toda a estrutura que ele terá” (Foto: O Presente)

 

ESCOLA DE ARTES

O Teatro Municipal contará também com a Escola de Artes Professor Elói Urnau. O local será destinado às aulas do setor cultural. “A Escola de Artes ficará pronta junto com o Teatro Municipal, porque é uma única obra, embora sejam ambientes diferentes. Uma obra está ligada à outra”, explica Márcia.

Ela informa que enquanto o espaço não pode ser utilizado, as aulas são realizadas no Parque de Exposições de forma improvisada até a mudança definitiva para o novo local. “Lembrando que as matrículas para a Escola de Artes continuam abertas no Parque de Exposições. As aulas estão em andamento e acontecem de maneira híbrida, ou seja, parte delas presenciais e parte on-line”, frisa.

Uma das novidades será a implantação de um projeto-piloto na Biblioteca Cidadã Alice Weirich com aulas de musicalização, todas as quintas-feiras.

4ª etapa do projeto entra na reta final e, em seguida, deve ser feita a licitação para a 5ª e última etapa: poltronas já foram instaladas (Foto: Divulgação)

 

HOMENAGEADOS

Conforme a lei municipal 5.128 de 24 de junho de 2019, o nome do Teatro Municipal é uma homenagem a Hedio Strey. Falecido em janeiro de 2019, ele foi um apaixonado por música. Teve o dom, ainda, de fabricar instrumentos musicais em madeira, especialmente violões e harpas.

A Escola de Artes, por sua vez, leva o nome de Professor Elói Urnau, que também é uma personalidade que marcou a área cultural do município.

Por fim, o hall de entrada foi denominado como Jacob Brescianini, maestro e violinista falecido em 2013.

 

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