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Marechal Setor imobiliário

Faltam áreas para novos loteamentos em Marechal Rondon

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

O setor imobiliário foi um dos que pouco sentiu os reverses provocados na economia pela pandemia de coronavírus, por estar diretamente associado à construção civil, segmento que não parou em nenhum momento desde março do ano passado. E melhor do que isso, cresceu. Talvez pelo fato de muitas pessoas terem permanecido mais tempo em suas casas diante do isolamento social, o que aumentou o desejo por mais conforto e espaço nos lares.

Na carona com a construção civil, o ramo imobiliário viu os negócios de compra, venda e locação aumentarem significativamente, especialmente no primeiro semestre deste ano, devido ao ótimo desempenho do agronegócio brasileiro no mercado internacional.

Edemar Wollstein, sócio-proprietário da Edemar Imóveis de Marechal Cândido Rondon, comemora o bom momento do setor, no entanto, destaca o déficit de áreas para novos loteamentos. “Estão faltando lotes vazios para novas construções em toda a nossa região”, declarou ao O Presente.

Se por um lado o agronegócio ajuda a alavancar novos contratos entre as imobiliárias e clientes, por outro, os preços das commodities influenciaram na diminuição de novas áreas para loteamentos. “As áreas para lotear sofreram reajustes por causa da alta das commodities”, pontua. O que, segundo Wollstein, em alguns casos, pode afetar nos preços de imóveis novos. “Mas nós não podemos repassar esses reajustes para os clientes porque diminuiriam as vendas”, comenta.

Além da falta de novas áreas para futuros empreendimentos imobiliários, conforme o empresário, a burocracia para a legalização dos loteamentos é outro problema do setor, pois, de acordo com ele, a documentação demora cerca de dois anos para ficar pronta. “Você demora dois anos para fazer a documentação e em 30 ou 40 dias vende todo o loteamento”, ressalta.

Edemar Wollstein, sócio-proprietário da Edemar Imóveis: “O momento é bom para quem possui terrenos para vender. É possível ganhar um pouco a mais em cima do valor normal de venda” (Foto: Divulgação)

 

CENÁRIO

Conforme o coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Rondon (Acimacar), Michel Jones, há um grande número de obras acontecendo no município e a procura por imóveis é constante. Inclusive, segundo ele, percebe-se que em regiões específicas, com boa localização, ocorre uma procura acentuada por imóveis, chegando ao ponto de não ter unidades disponíveis. “Percebemos que mesmo em meio a toda essa situação da pandemia o mercado imobiliário da nossa região se manteve aquecido”, destaca.

Em comparação ao segundo semestre de 2020, nos primeiros seis meses deste ano o mercado imobiliário obteve elevação, em razão, avalia Jones, que durante a pandemia muitas pessoas passaram boa parte do tempo em casa, trabalhando de forma on-line. “Isso fez com que elas passassem a valorizar mais o conforto de suas casas”, avalia.

Coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Acimacar, Michel Jones: “Tendência é que os investimentos aconteçam cada vez mais em imóveis que tragam conforto, boa localização, segurança e bem-estar” (Foto: Divulgação)

 

EM ALTA

O aquecimento do setor imobiliário é considerado por alguns corretores de imóveis um dos melhores dos últimos anos, mesmo com todos os entraves na economia do país causados pela pandemia.

De acordo com o proprietário da Activa Corretora de Imóveis, Roberto Afonso Thomé (Beto), o desempenho do segmento não foi prejudicado nem mesmo nas piores fases da pandemia, com recente destaque para locação e venda de casas novas. “Na minha empresa, o ano de 2020 foi aquecido, mesmo com o início da pandemia, mas o primeiro semestre de 2021 foi muito melhor, um dos melhores nos últimos anos”, revela.

Para ele, o bom momento para o ramo de imóveis em Marechal Rondon e região tem o suporte de instituições financeiras por meio de empréstimos destinados à aquisição de imóveis. “Tem recurso disponível nos agentes financeiros em várias modalidades de financiamentos, além dos loteamentos com parcelamento próprio”, menciona.

O coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Acimacar afirma que as demandas do setor estão em alta em todos os segmentos, tanto para locação quanto para compra e venda. “Isso se deve aos investimentos que vêm acontecendo em toda a região e também ao crescimento e ao fortalecimento das indústrias e do comércio em geral”, opina Jones.

Roberto Afonso Thomé (Beto), da Activa Corretora de Imóveis: “O setor imobiliário está aquecido. O primeiro semestre deste ano foi o melhor dos últimos anos e acredito que o mercado continuará em alta no segundo semestre” (Foto: Divulgação)

 

PREÇOS

O valor dos imóveis apresentaram alta significativa este ano em comparação a 2020, expõe o dirigente do núcleo. Entre os fatores que contribuíram para essa elevação, aponta ele, estão a valorização das regiões e a alta da matéria-prima para a construção civil. “Tivemos alguns produtos em que ocorreu uma alta de mais de 100% nos últimos meses e isso fez com que os valores dos imóveis sofressem reajustes”, enaltece.

No entanto, Jones ressalta que, mesmo em meio à pandemia e com as altas significativas nos materiais para a construção civil, inclusive com a falta de alguns produtos no mercado, as expectativas foram superadas na maioria das empresas ligadas ao setor de imóveis rondonense. “Apesar das elevações constantes nos insumos para a construção civil, muitos investimentos em edificação estão acontecendo e muitos projetos realizados”, relata.

Thomé também enfatiza a elevação nos preços do material de construção desde o final de 2020 e destaca a alta como negativa para o setor imobiliário. “Consequentemente, os aumentos precisam ser repassados aos novos imóveis disponíveis para venda, caso contrário, os construtores não conseguem repor mercadorias”, menciona.

 

INADIMPLÊNCIA

É comum o aumento da inadimplência em períodos de crise econômica, no entanto, esses efeitos foram pouco sentidos na região de Marechal Rondon devido à contribuição considerável do agronegócio, principal fonte de recursos nos municípios do Oeste do Paraná.

Para o coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Acimacar, os casos de inadimplência não apresentaram aumento mesmo na pandemia. “As pessoas têm assumido e cumprido com os compromissos”, evidencia.

Segundo Thomé, no primeiro semestre do ano sua empresa registrou apenas casos pontuais de inadimplência. “Conseguimos negociar e resolver a maioria internamente, somente dois casos que tivemos que encaminhar para execução judicial, infelizmente”, lamenta.

Locação e venda de imóveis novos estão aquecidas, mesmo com os entraves provocados pela pandemia na economia (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

NEGOCIAÇÃO VIRTUAL

Após o primeiro impacto na economia brasileira causado pela pandemia, especialmente no segundo semestre do ano passado, empresas, indústrias e comércio em geral tiveram que se adequar às circunstâncias impostas pelas consequências da doença.

A principal forma encontrada para voltar a vender foi a internet. As redes sociais e os aplicativos de conversa, que já representavam uma importante ferramenta tanto para expor produtos e serviços quanto para fazer contato com os clientes, passaram por um expressivo aumento em sua utilização. E no setor imobiliário não foi diferente.

Thomé conta que muito antes da pandemia as redes sociais eram bastante exploradas para fazer contato ou enviar imagens e propostas para os clientes da imobiliária. “O setor de atendimento on-line de nossa empresa sempre foi bem solicitado”, aponta, enaltecendo também o crescimento de visitações em imóveis fora do horário comercial. “São nesses horários que as famílias conseguem se juntar para ver os imóveis disponíveis”, pontua.

Para o coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Acimacar, os clientes estão cada vez mais optando pela busca de imóveis através da internet. Segundo ele, a utilização das redes sociais é uma das ferramentas mais utilizadas. “Isso é um caminho sem volta. O mercado digital vem ganhando força. Hoje possuímos diversas ferramentas a partir das quais é possível realizar uma visita a um imóvel. Por exemplo, pelo smartphone, é possível ver imagens instantâneas e em 3D, visualizando detalhes dos imóveis como se estivéssemos visitando presencialmente”, salienta.

Diminuiu o número de novos loteamentos no município: momento não é propício (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

PROJEÇÕES

Diante do otimismo do setor imobiliário em Marechal e região, mesmo com as dificuldades geradas pela pandemia, as expectativas para o próximo semestre são bastante positivas. “Do ponto de vista econômico, existe um aspecto positivo, que é a expectativa de taxas de juros menores, que podem contribuir especialmente com aqueles grupos familiares que possuem uma faixa de renda mais baixa”, menciona o coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Acimacar.

Segundo ele, a busca por imóveis na região deve se manter aquecida nos próximos meses do ano. “Existem diversas construções em andamento e percebe-se negociações sendo concretizadas, projetos e investimentos de empresas dos mais diversos segmentos acontecendo em toda nossa a região. Isso fortalece todo o setor”, evidencia.

Jones enfatiza a importância do agronegócio para o setor imobiliário. “Devemos também atentar à alta das commodities agrícolas, que foi um fator predominante para nossa região”, lembra. Segundo ele, ocorreram muitos investimentos em imóveis para locação.

Ele avalia que mesmo com a iminente queda na produção do milho safrinha, devido inicialmente à estiagem e mais recentemente às geadas, o segmento tende a se manter em constante crescimento. “A região toda está em plena expansão. Há muitas empresas investindo. Então, com a passagem da crise, os empregos tendem a voltar, assim como a geração de renda”, projeta.

Para o proprietário da Activa Corretora de Imóveis, a expectativa para o próximo semestre é a melhor possível. “Temos vários novos produtos chegando ao mercado, novas campanhas de vendas, enfim, novidades. Acredito que o mercado continuará aquecido”, prevê.

Ele diz que o mercado imobiliário continuará crescendo e aquecido em virtude principalmente da força do agronegócio na região. “Somos uma região onde o agro é muito forte. Consequentemente, entram muitos recursos financeiros, além dos recursos já existentes nas redes bancárias”, pontua.

Na opinião de Thomé, imóveis sempre foram o investimento mais seguro. O corretor lembra que um dos empecilhos para novos investimentos em imóveis eram os juros que as instituições bancárias pagavam pelos depósitos em poupanças e outras modalidades de aplicações. “Mas hoje isto não vale mais a pena e os investimentos em imóveis, sejam para a construção e posterior venda ou para locação, se tornaram muito interessantes”, considera.

Ferro e cimento colaboraram para a elevação do preço de imóveis novos (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

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