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Marechal Fim do Plantão Esportivo

“Foi uma grande trajetória. Agradeço por tudo que aprendi”

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Wilmar Güttges: “Foi uma grande trajetória. Na grande maioria dos jogos eu estive presente, tanto que me tornei torcedor da Copagril Futsal” (Foto: O Presente)

Comentarista esportivo desde a década de 90, o rondonense Wilmar Güttges anunciou que encerrou a sua participação no Plantão Esportivo da Rádio Difusora. “A decisão não foi só minha. Eu fui convidado pela Rádio Difusora a colaborar nos jogos da Copagril. Então, com o fim do projeto da Copagril Futsal, meu trabalho lá também terminou”, declarou ao O Presente.

O empresário enaltece o seu amor pelo esporte e o comprometimento com as narrações esportivas, que sempre fez com muito zelo e carinho. Güttges acompanhou a trajetória do “Marechal”, time profissional de futebol de campo, e posteriormente da Copagril Futsal, vivenciando de perto as conquistas nas séries Prata e Ouro, além dos jogos pela Liga Nacional, pela qual o time rondonense foi vice-campeão.

“Se a Copagril jogou quase mil jogos, destes muito poucos eu faltei, com exceção do ano de 2010. Foi uma grande trajetória. Na grande maioria dos jogos eu estive presente, tanto que me tornei torcedor do time”, destaca.

Güttges diz que, assim como a maioria dos rondonenses e torcedores, ele também foi pego de surpresa com o anúncio do fim do projeto de futsal profissional da Copagril. “Trata-se de uma empresa muito grande. Foi uma decisão certamente bem medida e com as suas razões, cabe a nós respeitar”, expõe.

 

MOTIVAÇÃO E RECONHECIMENTO

Apaixonado por narrações esportivas, o rondonense revela que desde pequeno ouvia os comentários daqueles que transmitiam informações sobre jogos de futebol. “Desde menino eu ouvia jogos de futebol pela Rádio Guaíba ou então pela Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Entremeio à narração, havia plantões com Antônio Augusto e Érico Sauer. Eu ficava extremamente admirado com os dados que eles passavam para os ouvintes: terminava o gol e prontamente eles entravam com as informações. Isso foi me cativando”, rememora Güttges, que acrescenta: “Quando houve a oportunidade na Difusora, não pude recusar e passei eu mesmo a transmitir as informações dos jogos. Acredito que a transmissão fica mais gostosa e valoriza muito o trabalho da equipe”.

A fim de garantir a qualidade do Plantão Esportivo, Güttges conta que passava de duas a três horas montando a jornada para ter as informações que precisava para repassar no momento oportuno. “Tem muita dedicação por trás daqueles dois minutos gravados. Era bastante trabalhoso. Fazia isso muito mais por prazer do que por motivação financeira”, sintetiza.

Nessa dedicação, a rapidez na busca por informações também era algo necessário. “Tenho uma coletânea de dados com todos os jogos da Copagril, gols, resultados e datas. O meu papel era, sempre que surgia a deixa, buscar o fato novo e trazê-lo aos ouvintes enquanto a informação ainda estava quente, em primeira mão”, menciona.

Chamado muitas vezes na rua pelo jargão “Tem gol”, Güttges lembra que essa é uma fala comum das narrações de futsal. “Como o futsal é um esporte muito rápido e em apenas alguns segundos tudo pode mudar, eu encontrei essa maneira simples e objetiva de anunciar os gols sem ocupar muito espaço. Com essa fala, eu não atrapalhava a narração, somente dizia pontualmente para que o ouvinte soubesse: ‘Tem gol!’”, comenta.

 

RELAÇÃO HARMONIOSA

O rondonense fazia seu trabalho nos estúdios da emissora de rádio, junto com a sonoplastia, e não prestigiava presencialmente os jogos da Copagril. Tal função cabia a Anderson Picolo, que narrava o jogo e fazia comentários interagindo com o correspondente no estúdio. “Eu trabalhei com vários profissionais e cada um tem seu diferencial. O Picolo, por sua vez, foi muito marcante, talvez pelo tempo que nós passamos juntos, mais de 15 anos, criamos uma afinidade. Eu sabia quando ele precisava de mim, eu estava preparado para as informações que ele iria me pedir, mesmo sem termos combinado alguma coisa. Então, o conjunto da obra era muito legal. Ele é fora do normal, fora do comum, muito profissional e sabia muito bem como conduzir a transmissão”, elogia Güttges.

A parceria era tão produtiva que até em ocasiões que gerariam dificuldade para outros a dupla conseguia alcançar bons resultados. “Algumas vezes nós fizemos a transmissão com ele sozinho na quadra e eu no estúdio. Assim, eu tinha que dar um suporte muito maior para ele. Nós fazíamos isso com muita desenvoltura, acabávamos nem sentindo falta do repórter. Acabávamos nos sobrecarregando, mas o processo, no geral, era muito harmonioso entre ambos, tanto que a gente se dá muito bem”, salienta.

 

FUTURO

Ao ser perguntado a respeito do seu futuro nas transmissões, o empresário deixa em aberto. “O Plantão Esportivo acabou devido ao fim do projeto da Copagril Futsal. Achei oportuno também encerrar as minhas atividades. Sei que o futuro a Deus pertence, e eu não posso afirmar com certeza, mas caso o projeto recomece, nada impede que eu esteja junto novamente. Ficamos no aguardo”, declara.

 

DESPEDIDA

Em novembro, no último jogo da Copagril Futsal, a emoção tomou conta e impediu a despedida e agradecimentos por parte de Güttges. “Estávamos todos muito envolvidos com o projeto da Copagril. Com o fim iminente, a voz embargou e não pude expor meus sentimentos. Então, aproveito para agradecer a confiança que a direção da Rádio Difusora e os profissionais de lá tiveram comigo, em especial ao Picolo pela paciência. Agradeço por tudo que aprendi, porque a vida é um eterno aprendizado. Desde o início até os dias de hoje ganhei muito com isso, muitos amigos, e isso não tem preço, não tem dinheiro que pague. Por fim, sou muito grato a Deus por esta oportunidade e por todos que passaram pela minha vida e certamente ainda passarão”, agradece.

 

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