Fale com a gente

Marechal

“Há recursos para a construção da Delegacia Cidadã e da sede própria do BPFron”, diz secretário

Publicado

em

Durante passagem pelo município de Marechal Cândido Rondon, na última sexta-feira (1º), o secretário de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, se reuniu com militares das companhias do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) – instaladas nas cidades de Marechal Rondon, Guaíra e Santo Antônio do Sudoeste -, assim como com o comandante do 5º Comando Regional da Polícia Militar (CRPM), coronel Washington Lee Abe, com o prefeito Marcio Rauber e o deputado Elio Rusch.

Mesquita também concedeu entrevista coletiva aos veículos de comunicação, ocasião em que abordou os trabalhos e investimentos realizados pelo Governo do Estado em se tratando de segurança, entre eles a ampliação de efetivo e armamentos em todo o Estado. O secretário ainda falou sobre o projeto da construção da sede própria do BPFron, construção do complexo militar e sobre a criação de uma Companhia Independente da Polícia Militar com sede em Marechal Rondon.

“Repassamos ao efetivo e ao comando do BPFron alguns trabalhos que a secretaria está traçando, como convênios com a Itaipu Binacional e Receita Federal para trazer mais viaturas e armamentos, motocicletas, mais ferramentas de trabalho para o BPFron, que é uma unidade estratégica na estrutura de segurança pública do Paraná atuando em conjunto com órgãos federais. O trabalho do BPFron sendo bem feito reflete em toda a cadeia criminosa do Estado. Ele diminui a quantidade de armas em trânsito, diminui a quantidade de drogas, enfim, é estratégico. Temos que estimular e fortalecer o trabalho do BPFron”, declarou ao O Presente. Confira a entrevista.

 

O Presente (OP): Investimentos estão sendo realizados nos últimos anos principalmente na contratação de efetivo. Qual a previsão de novos investimentos de agora em diante?

Wagner Mesquita (WM): Tivemos a contratação de três mil policiais do ano passado para cá, o que já resultou em alguma redução de índice, inclusive em Marechal Rondon não houve nenhum homicídio neste ano, então é uma redução expressiva, um resultado prático do nosso trabalho. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) prevê a construção da nova sede do BPFron. Temos algumas construções de cadeias e reformas em penitenciárias em Cascavel e Guaíra, que vão promover o esvaziamento dos presos em delegacias que hoje são um problema na região. Nós estamos traçando uma série de investimentos em infraestrutura que vão resultar numa maior capacidade operacional para a polícia aqui na região.

 

OP: O governo municipal repassou para o Estado uma área visando à construção de um Complexo Militar, incluindo Corpo de Bombeiros, Delegacia Cidadã, entre outros. Qual expectativa os rondonenses podem ter em relação a este projeto?

WM: Este recurso está garantido no financiamento do BID, portanto terminar o processo de documentação da cessão do terreno é um passo importante. A partir daí os projetos efetivamente ficam prontos, podem ser licitados e aplicados e nós teremos a possibilidade de alocar os recursos. O município está abrangido pelo planejamento operacional do BID, no plano de aplicação da verba fazendo com que a existência dessa unidade esteja garantida. Nós vamos seguir o plano operacional da prefeitura, o plano administrativo e reunir os órgãos públicos em um local mais adequado.

 

OP: Lideranças de Marechal Cândido Rondon voltaram a debater neste ano sobre o projeto de instalação de uma Companhia Independente da Polícia Militar no município. Há algum posicionamento do Governo do Estado sobre isso?

WM: Teria que verificar o andamento disso. Qualquer criação ou alteração de uma unidade policial, seja da Polícia Militar ou da Polícia Civil, demanda em pesquisa de efetivo, viaturas e mudanças estruturais, então precisaremos verificar se hoje nós temos condição, principalmente em relação a efetivo, em atender essa demanda. Por óbvio a criminalidade migra, novas demandas aparecem, nós temos sempre que estar abertos a dinamizar o planejamento, criar novas unidades, realocar unidades que já existem para acompanhar o mapa criminal, mas também devemos fazer isso com muita responsabilidade. Não adianta criar o local se não tiver efetivo suficiente para dar uma resposta.

 

OP: Existe prazo definido para a construção da sede própria do BPFron?

WM: Ela está inserida no plano de aplicação do BID, cuja previsão é de cinco anos de acordo com cada projeto. Há recursos que estão designados à construção da Delegacia Cidadã e temos obras importantes como a sede própria do BPFron. Vamos conversar com o efetivo e com o comando para ouvir que tipo de ferramentas é preciso para melhorar o trabalho. O meu objetivo é este: conversar e entender a realidade e poder direcionar os nossos planos de investimentos para atendê-los da melhor forma possível e dessa forma a população.

 

OP: A sociedade e os líderes políticos estão cobrando maior presença dos setores de segurança na fronteira, o que inclusive é um pleito do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros. Há projetos sendo articulados em parceria com a Itaipu Binacional?

WM: Tem sim. Inclusive participei de várias reuniões com a diretoria de segurança da Itaipu, tanto que estamos firmando um convênio de mais de R$ 15 milhões que vai resultar na aquisição de novas viaturas (um dos assuntos tratados no BPFron), motocicletas, equipamentos e softwares de inteligência para que possamos ter uma aplicação melhor do nosso efetivo interno que oferece um resultado ideal.

 

OP: A superlotação de cadeias é uma situação registrada há décadas. Existe alguma solução para este problema?

WM: Estamos atuando firmemente para resolver de uma maneira definitiva esse problema através de alguns eixos de trabalho. O primeiro deles é dar continuidade a um convênio do Ministério da Justiça que prevê o repasse de mais de R$ 130 milhões para construção de unidades prisionais. Nós reformulamos esse plano e passamos a priorizar o regime fechado, ou seja, ter a possibilidade de tirar os presos que hoje estão na Polícia Civil. Temos duas cadeias públicas grandes, Foz do Iguaçu e Guaíra, que estão contempladas, cada uma com 150 vagas. Todos esses projetos estão em andamento, essas unidades estão sendo retomadas, então em 24 meses nós teremos a certeza de que sete mil novas vagas serão abertas. Paralelamente a isso, estamos trabalhando com o uso da tornozeleira eletrônica, que é um instrumento eficaz, importante e uma alternativa para que ao final dessas construções nós não tenhamos mais unidades superlotadas, por isso estamos contratando mais 12 mil tornozeleiras eletrônicas.

 

OP: As forças de segurança têm cobrado de lideranças políticas melhores estruturas para as companhias e polícias. Como o Estado tem cuidado disso?

WM: Adquirimos 1,2 mil viaturas, sendo que o terceiro lote será entregue até o fim do ano. Vamos ter reforço sim, mas aqui existe uma necessidade diferenciada com uma viatura 4×4 em um tamanho que possa fazer o enfrentamento da criminalidade na região de fronteira. O nosso trabalho é estar mais presente, ouvir lideranças e a comunidade para canalizar recursos à área da segurança. É uma determinação do nosso governador Beto Richa, a partir do momento que investiu R$ 120 milhões em suplementação orçamentária para compra de coletes e armamentos, o que traz uma responsabilidade para a Secretaria da Segurança Pública em dar o acompanhamento e estar presente na região de fronteira, mesmo porque o policiamento bem desenvolvido aqui traz reflexo imediato em todo o Estado”.

Copyright © 2017 O Presente