Fale com a gente

Marechal Ida ao Ministério da Justiça

“Nossa ida a Brasília será benéfica ao BPFron”, afirma Sanson

Publicado

em

Tenente-coronel Saulo Sanson, que vai integrar a Coordenação Geral de Fronteira: “Vamos atuar nas operações interagências, ampliar cursos para fomentar informações e instruções aos operadores de fronteira e trazer equipamento aos operadores. Sem equipamento, treinamento e sem operação de coordenação fica difícil trabalhar na fronteira” (Foto: Joni Lang/OP)

Por ocasião da transmissão do comando do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) ao major André Cristiano Dorecki, ocorrida na última segunda-feira (30), na Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), o tenente-coronel Saulo de Tarso Sanson Silva concedeu entrevista exclusiva ao Jornal O Presente, oportunidade em que fez uma avaliação dos trabalhos frente ao comando do BPfron no período de 21 de setembro de 2018 a 30 de dezembro de 2019.

A partir de 20 de janeiro, Sanson passa a atuar na Diretoria de Operações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, integrando a equipe do ministro Sérgio Moro, em Brasília. Com cargo a ser definido, o tenente-coronel da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) vai atuar na Coordenação Geral de Fronteira (CGFron) com âmbito em todo o território brasileiro. O trabalho vale por 365 dias, com possibilidade de ser prorrogado por mais um ano.

 

BALANÇO DA GESTÃO

Ao O Presente, Sanson destacou o grande volume de apreensões no período em que esteve à frente do comando do BPFron, falou da expectativa em relação à nova missão e sobre a construção da sede definitiva do BPFron em Marechal Rondon. Confira.

 

O Presente (OP): Que avaliação o senhor faz dos trabalhos desenvolvidos neste um ano e três meses à frente do comando do BPFron?

Saulo Sanson (SS): A minha avaliação é muito positiva. O país viveu um contexto político de transição ao eleger um presidente mais conservador e com linha de apoio às forças policiais, o que gerou mudança de paradigma. Com isso percebemos o apoio de Brasília às operações das forças policiais estaduais, cuja integração potencializou muito mais o número de apreensões. No nosso caso, do BPFron, apreendemos 18,5 toneladas de maconha, ou seja, só tenho a comemorar porque estamos no caminho certo.

 

(OP): A que o senhor credita a mega apreensão do BPFron na última quinta-feira (26), em Foz do Iguaçu, com a retirada de circulação de 3,3 toneladas de maconha, que se configurou na maior ação individual do BPFron desde o início das atividades?

(SS): Fruto da junção do trabalho de inteligência com a operação policial. Nos últimos 30 dias o BPFron apreendeu seis toneladas de maconha, essa de 3,3 toneladas foi o recorde, cujo destaque vai aos valorosos policiais que atuam incansavelmente na fronteira, com muita determinação.

 

(OP): Houve crescimento expressivo no número de ações policiais, especialmente de apreensões. A que se deve a nítida evolução nas apreensões de drogas, armas e produtos contrabandeados?

(SS): É a resposta do Estado frente ao crime organizado. Não podemos tapar nossos olhos e achar que está tudo certo, porque o crime usa nossas fronteiras para repassar seus produtos e atingir seu lucro. Com a união de esforços das instituições, a exemplo da PM, polícias Civil, Federal, rodoviária Federal, Receita Federal, Exército, Marinha, Guardas Municipais e outros órgãos embutidos na Operação Hórus, por sugestão do ministro Sérgio Moro, foi registrado esse desenvolvimento. Antes as operações eram pontuais, por conhecer algumas pessoas ou autoridades, quando agora têm regência e os instrumentos são tocados de maneira clara. Existe junção de esforços e estamos participando desse processo de superação.

 

(OP): A tão pregada integração entre as polícias e os serviços de segurança têm de fato se concretizado e proporcionado resultados satisfatórios?

(SS): Sim. Sempre digo que hoje o crime organizado não sabe de onde vem a apreensão, se é BPFron, PF, PRF. Com esta Operação Integração estamos articulados no terreno e não há sobreposição de esforços. Existe equipe no local X, enquanto há uma equipe da PF no local Y, para facilitar atuamos de forma coordenada, essa é a diferença! Hoje os planos de aplicações de policiais na barranca, na água e nas rodovias são totalmente coordenados e não há sobreposição, o que gera este resultado positivo.

 

(OP): A estruturação do Pelotão Cobra na antiga base náutica em Entre Rios do Oeste será fundamental ao combate dos grupos criminosos na fronteira?

(SS): Conversei recentemente com o coronel Erich Osternack, que coordenou a implantação do BPFron, e ele comentou que naquela época, há mais de sete anos, tratava disso com a Itaipu, ou seja, já pleiteava por ser algo estratégico. Que bom termos conseguido efetivar a transferência do Pelotão Cobra e firmado convênio com a Itaipu, o que ocorreu sob o nosso comando. Já ocupamos a Base Náutica, onde o BPFron estará em 2020 em um local imprescindível e estratégico para que as ações e operações sejam bem-sucedidas, dessa vez com o major Dorecki, novo comandante.

 

(OP): Em que estágio se encontra o projeto de construção da sede definitiva do BPFron? A sua saída do comando da corporação atrapalha de alguma maneira o andamento dos trabalhos ou as ações seguem o cronograma?

(SS): Seguem o cronograma, que está indo muito bem. A previsão de entrega do projeto é para o final de fevereiro, uma vez que no mês de março deve ser realizada a licitação para na sequência iniciar as obras. Com o projeto aprovado e iniciado queremos fazer uma solenidade para dar o pontapé inicial na obra em um terreno de seis mil metros quadrados e investimento de R$ 20 milhões, através de empréstimo do Governo do Estado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

 

(OP): A sua ida a Brasília vai favorecer as operações do BPFron ou a nossa região de fronteira em termos de viabilização de recursos, equipamentos ou outras frentes?

(SS): A nossa ida a Brasília será benéfica ao BPFron e vamos trabalhar em três frentes. A primeira nas operações interagências, para aumentar o sucesso das apreensões; depois ampliar cursos com a Embaixada Americana, Força Israelense, para fomentar informações e instruções aos operadores de fronteira; por fim a proposta de trazer equipamentos aos operadores. Sabemos que sem equipamento, treinamento e sem operação de coordenação fica difícil trabalhar na fronteira.

 

APREENSÕES FEITAS DURANTE A GESTÃO DE SAULO SANSON

SETEMBRO DE 2018 A DEZEMBRO DE 2019

18,5 toneladas de maconha

100 quilos de cocaína

31 quilos de crack

1.744.175 pacotes de cigarros

16.420 volumes de contrabando

129 veículos recuperados

821 veículos

2.923 pneus

3.352 quilos de agrotóxicos

110 mandados de prisão cumpridos

741 pessoas detidas

85 menores apreendidos

92 armas de fogo

4.024 munições

110 rádio comunicadores

 

O Presente

Copyright © 2017 O Presente