Fale com a gente

Marechal Marechal Rondon

Obra do Contorno Oeste inicia, mas nem todas as áreas estão indenizadas

Publicado

em

Foto: Joni Lang/OP

Iniciada na última semana de agosto, a construção do Contorno Oeste segue a todo vapor em Marechal Cândido Rondon, cuja execução total contempla do quilômetro 27 da PR-467, a aproximadamente 500 metros da entrada da Unidade Industrial de Aves da Copagril, até as proximidades do frigorífico de suínos do distrito de Novo Horizonte, na BR-163.

O novo traçado rodoviário atenderá as necessidades de transporte de toda a região Oeste, assim como motoristas de todo o país e da América do Sul que usam a rota no eixo Norte-Sul. Com seis quilômetros de extensão, a obra está orçada em R$ 20,8 milhões, sendo que os serviços começaram nas imediações do parque de máquinas utilizado pela Construtura Petrocon, de Cascavel, responsável pela execução.

Trata-se de uma obra do governo estadual, por intermédio de financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

DISCORDÂNCIA

Muitos produtores estão felizes com o início das obras, contudo, alguns não concordam com o valor oferecido para que a obra rodoviária corte as suas áreas agricultáveis. É o caso de Nair Gish, que reside com o esposo e o filho há mais de 20 anos em Esquina Horizonte, nas proximidades do Clube Lira. “Ainda não assinei o contrato por entender que o preço a ser pago não é justo. Aqui vai atingir em torno de dez mil metros quadrados, sendo pago R$ 9 para cada metro ou R$ 90 mil na área total. Fui na prefeitura verificar e lá a tabela do ITBI, uma espécie de imposto quando o produtor vende a terra, mostra que a área está avaliada em quase R$ 28 o metro quadrado”, comenta. “A nossa propriedade tem seis alqueires, onde trabalhamos com vacas de leites que produzem 2,2 mil litros ao dia. No nosso caso, o contorno vai passar por áreas usadas na produção de milho para silagem. A gente aguarda uma resposta do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), apoio da prefeitura ou de alguém porque por esse preço não vale a pena. Disseram ter feito pesquisa, mas não mostraram qual imobiliária”, acrescenta Nair.

INVIÁVEL

O agricultor Rudimar Ostjen reside em uma propriedade na mesma linha faz cerca de 50 anos. Na opinião dele, é importante tirar o fluxo de caminhões de dentro da cidade, porém, ele acredita que o ideal seria não fazer uma rodovia no meio de áreas agrícolas.

Ostjen é dono de uma propriedade com 44 mil metros quadrados, onde ele, esposa e filho se dedicam à bovinocultura de leite, com produção de 700 litros ao dia. “A minha propriedade pode ficar quase inviabilizada porque o trajeto deve adentrar até 15 mil metros na propriedade, restando apenas 29 mil metros quadrados para que eu possa trabalhar. Essa área vai ficar dividida em duas partes, uma de cada lado da rodovia, sendo que na época de uma visita falaram em indenizar de R$ 110 mil a R$ 112 mil, pouco mais de R$ 7,30 o metro quadrado”, salienta. “Vieram duas vezes lá em casa, mas não trouxeram nada para assinar, pois comentaram de estudar o caso e oferecer outro valor porque a propriedade vai ficar um tanto inviável. Então ficaram de fazer outra oferta”, declara Ostjen.

AÇÕES JUDICIAIS

Por meio do Departamento de Comunicação, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), órgão ligado à Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística (SEIL), informou que serão aplicados R$ 20,8 milhões na execução da obra, cuja previsão de término está estabelecida em 18 meses, portanto em fevereiro de 2020.

Em nota, o DER declarou que todas as propriedades a serem afetadas estão situadas dentro dos seis quilômetros de extensão necessários à construção da obra. Em outro trecho, comunicou que o processo de desapropriação ainda segue em andamento. “Os valores das indenizações são baseados em estudos de mercado, conforme as peculiaridades de cada área atingida. Caso não haja concordância por parte dos proprietários, será ajuizada ação de imissão de posse”, finaliza a nota.

O Presente

Copyright © 2017 O Presente