Fale com a gente

Marechal Retomada tranquila

Primeira semana de aula presencial na rede municipal em Marechal Rondon não teve imprevistos

Publicado

em

(Foto: Divulgação)

Alunos uniformizados, mas com um item a mais no vestuário: a máscara. Corredores movimentados, mas não tanto como outrora. Agora, crianças com máscaras e distanciamento social são parte do cotidiano escolar, e assim foi nesta primeira semana do retorno às aulas presenciais na rede municipal de ensino em Marechal Cândido Rondon, que atende do 1º ao 5º ano.

Seguindo as orientações do Centro de Operações de Emergência (COE), as 17 escolas municipais voltaram às atividades na segunda-feira (05), de forma escalonada, ou seja, com alunos ocupando 30% da capacidade da sala de aula. Aqueles que preferiram, bem como os Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), seguem com aulas no sistema remoto, como vinha sendo feito.

Na avaliação do secretário municipal de Educação, Fernando Volpato, a retomada das aulas presencias está sendo tranquila. “Tudo está correndo como previsto. Os alunos estão seguindo as recomendações sanitárias e, até o momento, não precisamos repensar as ações planejadas previamente”, menciona ele, que desde o final de fevereiro acompanhou de perto os preparativos das instituições de ensino para o retorno presencial.

O acompanhamento, segundo o dirigente da pasta, segue acontecendo. “Diariamente estamos em contato com as escolas buscando informações a respeito do cotidiano e, até o momento, não tivemos notificações quanto ao descumprimento das recomendações, mas estamos monitorando as escolas”, ressalta.

De acordo com Volpato, até quinta-feira (08) 25% dos alunos da rede municipal de ensino estavam estudando na modalidade 100% remota e os demais, 75%, no ensino híbrido, com escalonamento por semana.

Secretário de Educação, Fernando Volpato: “Diariamente estamos em contato com as escolas buscando informações a respeito do cotidiano e, até o momento, não tivemos notificações quanto ao descumprimento das recomendações, mas estamos monitorando as escolas” (Foto: Joni Lang/OP)

 

MENOS ALUNOS, MAIS ATENÇÃO

A Escola Municipal Criança Feliz tem 443 alunos matriculados. Destes, 111 optaram por continuar no ensino remoto e, em média, há 100 alunos por turno no sistema híbrido escalonado. De acordo com a diretora Luciane Heydt Warken, o retorno tem sido tranquilo. “É muito gostoso ver a alegria das crianças em estar na escola. A escola voltou a ter vida. Porém, é extremamente necessário tomarmos todos os cuidados para preservarmos a saúde de toda a comunidade escolar”, ressalta.

Segundo Luciane, o ensino presencial é fundamental para a aprendizagem das crianças. “Agora, com menos estudantes em sala, os professores conseguem dar mais atenção aos alunos presentes, buscando amenizar as dificuldades encontradas por eles”, destaca.

Diretora da Escola Criança Feliz, Luciane Warken: “Com menos estudantes em sala os professores conseguem dar mais atenção aos alunos presentes, buscando amenizar as dificuldades encontradas por eles” (Foto: Divulgação)

 

PLANEJAMENTO DOBRADO

Neste período de adaptação, a diretora do Criança Feliz aponta que o aprendizado é constante para todos os envolvidos no processo. “Para as crianças, o mais difícil é manter o distanciamento social. Já para os professores o maior desafio é planejar atividades para alunos na modalidade híbrida e outros com atividades remotas, tentando ensinar os mesmos conteúdos para ambos”, salienta, lembrando que a equipe gestora foi responsável por adequar a escola para receber as crianças com a maior segurança possível.

O planejamento duplo que os professores precisam organizar é, no ponto de vista dela, “mais trabalhoso”. “Ao mesmo tempo, se faz necessário pensar em estratégias pedagógicas para alcançar os objetivos na aprendizagem, tanto para os alunos que farão as atividades em sala, com auxílio do professor, como para os demais que irão realizar as atividades em casa”, pontua.

Conforme Luciane, os pais têm uma parceria importante com a escola. “Eles têm colaborado muito, à medida do possível, na realização de atividades em casa. Isso é fundamental para vencermos os desafios da pandemia”, enaltece.

Com apenas 30% da capacidade das salas de aula, professores conseguem dedicar mais atenção aos alunos presentes (Foto: O Presente)

 

MATURIDADE

Se de um lado há quem pense que crianças negligenciam os cuidados relacionados à Covid-19, por outro, há quem entende que os pequenos internalizam melhor as regras do que os adultos. Segundo a diretora, a postura dos alunos é impressionante. “As crianças demonstram maturidade em relação às medidas de proteção. Percebemos que as famílias orientam seus filhos sobre a importância e a necessidade destes cuidados. É imprescindível, porém, que esses cuidados continuem, pois não podemos relaxar. Precisamos estar sempre atentos para cuidarmos de nós e dos outros e, desta forma, podermos continuar na escola”, destaca, emendando que todos os funcionários da escola não medem esforços para tornar esse momento desafiador o mais seguro possível.

 

APRENDER A CONVIVER

Na opinião de Luciane, é difícil prever quanto tempo deve levar até que a nova forma de organização se harmonize. “É natural que, à medida que os dias passam e vamos vivendo as situações, nos adaptemos. Aos poucos, vamos superando as maiores dificuldades. Precisamos aprender a conviver com um modelo de escola totalmente diferente do que éramos acostumados”, resume.

 

SEM CHORO

No Jardim Alvorada, a Escola Municipal Érico Veríssimo tem, dentre os 340 alunos matriculados, 248 frequentando o sistema híbrido, divididos em dois grupos, tanto no matutino quanto no vespertino. “O maior grupo tem 69 crianças e o menor tem 54 estudantes que vêm para a escola ao mesmo tempo em cada turno”, explica a diretora Giovana Speck Toebe.

Segundo ela, a retomada tem sido tranquila e os alunos são recebidos com muita alegria. “Em todos os anos que trabalho na escola, esta é a primeira vez que não temos nenhuma criança chorando por ter que ficar longe de seus pais, com pessoas até então desconhecidas para ela”, comenta.

Diretora da Escola Érico Veríssimo, Giovana Toebe: “A vontade das crianças de vir para a escola é tão grande que elas sabem que precisam cumprir as regras para continuar frequentando este modelo de ensino” (Foto: O Presente)

 

DIMINUIR DANOS

Em fevereiro, relembra a diretora, a escola já havia iniciado as atividades com um grupo de alunos, mas teve de suspender as aulas mais uma vez devido ao aumento do número de infectados pelo coronavírus no município. “Essa parada foi importante, pois precisamos pensar na segurança de todos os envolvidos. Voltamos agora e com muito trabalho a ser feito”, enfatiza.

Giovana pontua que os professores não pararam em nenhum momento durante a pandemia. “Sempre buscam novas metodologias para atender seus alunos, de diferentes maneiras, para que pudessem atingir o maior número de crianças. Não está sendo fácil nem para os professores e nem para as famílias. Levará um bom tempo para que tenhamos um nivelamento no aprendizado dessas crianças”, considera.

A retomada gradual no sistema híbrido, afirma a diretora, é de grande importância para tentar diminuir os danos na aprendizagem e na socialização. “Ainda não é o ideal, mas é o que temos no momento. Com o número reduzido de crianças o professor pode atender de maneira mais individualizada e, ao mesmo tempo, manter o distanciamento”, aponta.

Postura dos alunos quanto aos cuidados preventivos à Covid-19 tem impressionado positivamente (Foto: O Presente)

 

COMPROMETIMENTO

Uma das dificuldades desse sistema, conforme Giovana, é a falta de comprometimento por algumas partes. “Muitos pais que optaram por mandar seus filhos não estão cumprindo e muitos que optaram por ficar em casa não cumprem os prazos de entrega e retirada de material”, lamenta.

Por outro lado, o compromisso dos alunos, relata a diretora, é louvável. “Eles estão se comportando muito bem nesses primeiros dias. A vontade das crianças de vir para a escola é tão grande que elas sabem que precisam cumprir as regras para continuar frequentando este modelo de ensino”, observa, finalizando: “Quando a máscara está um pouco abaixo do nariz, os professores avisam e são imediatamente atendidos: os alunos arrumam e usam corretamente.  Espalhamos dispenser de álcool gel por toda a escola, sabonete líquido e papel-toalha. Além disso, temos máscaras disponíveis caso algum aluno venha sem. Vamos torcer para que logo possamos ser vacinados para voltarmos a nossas aulas 100% presencial”.

 

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente