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Marechal Procura por pacotes

Rondonenses voltam a procurar agências de turismo e setor ganha fôlego em Marechal Rondon

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Já o segmento de transporte rodoviário ainda está na estaca zero (Foto: Divulgação)

Viajar é um dos sonhos de consumo da maioria das pessoas. Seja em férias ou a negócios, o vai e vem de turistas dá corpo a um dos maiores setores da economia global.

O setor é responsável por 10,3% do Produto Interno Bruto (PIB) global e gera um em cada dez empregos no mundo, segundo dados do World Travel & Tourism Council (WTTC).

O crescimento da atividade no mundo em 2019 foi de 3,5% e vinha superando o desenvolvimento da economia nos últimos anos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) contabilizou no ano passado 97,1 milhões de desembarques nacionais nos aeroportos, dois milhões a mais que 2018. Sem contar o deslocamento rodoviário, feito com ônibus e carros. No entanto, a crise causada pelo coronavírus não poupou a categoria.

O mercado de turismo foi o mais afetado, conforme estudos de especialistas realizados mundo afora.

Em Marechal Cândido Rondon o setor dá sinais de reação e aos poucos os turistas estão retornando às agências, que ganham fôlego para enfrentar a crise.

De acordo com a proprietária da agência de turismo Cristur, Cristiane Vanzella Padalino, o mês de julho apresentou crescimento de cerca de 50% no número de vendas de pacotes em comparação aos meses de abril e maio, considerados os piores meses do ano. “As pessoas já voltaram a comprar por um período longo, muitos para o fim do ano e já para o ano que vem”, revela.

Mas, apesar da melhora, a queda em termos de comercialização de pacotes chega a 70% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Para a empresária, o aquecimento do setor está associado às estratégias usadas para atrair o público. “Estamos com valores promocionais em passagens e em hotéis, e um aliado ao outro, formatando o pacote, apresenta um valor final muito atrativo”, ressalta.

Segundo Cristiane, o restabelecimento das atividades das companhias aéreas e a reabertura dos hotéis impulsionaram o retorno dos clientes e o resultado foi o aumento das vendas de passagens e pacotes de viagens nacionais no mês de julho. “Eu acredito que as pessoas de uma forma geral devem ter entrado no ritmo. Teremos que conviver com isso e o mundo não pode parar, e eu não vou deixar de viajar”, pontua.

A máscara esconde o sorriso no rosto da proprietária da agência de turismo Cristur, Cristiane Vanzella Padalino, que comemora o retorno dos clientes: “Estamos com valores promocionais muito atrativos” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

TURISMO NACIONAL

A retomada das viagens para o exterior deve levar mais tempo devido às restrições internacionais para a entrada de brasileiros em alguns países, por conta do crescimento do número de casos de Covid-19 no Brasil. Porém, quem deve ganhar com isso é o mercado nacional, pois os empecilhos para entrar em outros países despertaram o interesse dos viajantes para os destinos internos.

Cristiane acredita que a retomada das viagens internacionais deve ser mais demorada e o foco agora se volta para o turismo nacional. “Por mais que as pessoas até sondem valores de pacotes internacionais, estão fechando muito pouco. O turismo nacional deve crescer muito mais rápido que o internacional”, prevê.

Com a frota parada, empresa Verde Vale aproveita para fazer as adequações relacionadas ao protocolo sanitário e a higienização dos veículos (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

TURISMO RODOVIÁRIO

Apesar de lenta e gradativa, a retomada do turismo interno para alguns segmentos, como o turismo rodoviário, ainda sofre duramente os efeitos provocados pela crise.

Conforme o diretor comercial da empresa Verde Vale, Luciano André Rossetto, o faturamento da empresa reduziu em 100%, uma vez que o decreto estadual proíbe o transporte de passageiros. “Nossa última viagem foi no dia 06 de março, depois disso nada de viagem”, conta. Ele explica que, além disso, seus principais clientes estão atrelados ao setor de eventos, segmento esse que precisou interromper totalmente as atividades para evitar a aglomeração de pessoas por conta da pandemia, e isso refletiu negativamente no setor de transporte rodoviário de pessoas. “Todos os eventos que a gente tinha foram cancelados e remarcados para o próximo ano. Não temos previsão de voltar a trabalhar esse ano”, lamenta o empresário.

Ele diz que precisou reduzir de 11 para seis o quadro de funcionários da empresa. “Esses que ficaram estão com redução de jornada e os demais fizemos a demissão deles com a esperança que voltassem logo para podermos recontratar, porém, nossa expectativa era voltar em agosto, mas agora não sabemos como será”, expõe.

Rossetto acredita que o restabelecimento do setor só será possível quando houver uma vacina para a doença. “Isso não é problema do coronavírus, pra mim é política. Lá atrás nós tivemos a H1N1 que era basicamente a mesma coisa, mas eu não vi parar o mundo por causa disso”, critica.

Diretor comercial da empresa de turismo Verde Vale, Luciano André Rossetto: “Estamos há 136 dias sem faturamento nenhum, e esse ano não temos previsão de trabalho” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

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