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Marechal Futuro da água

Saae tem projetos ousados para 2020; estudo aponta Arroio Fundo como novo manancial de Marechal Rondon

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Estudo aponta o Arroio Fundo como o novo manancial de Marechal Rondon (Foto: O Presente)

Com acontecimentos marcantes, que vão desde a crise hídrica registrada devido à falta de chuvas até a polêmica recente com as válvulas dos hidrômetros, 2019 foi um ano de grandes desafios ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Marechal Cândido Rondon. A afirmação é do diretor técnico e operacional da autarquia, Vitor Giacobbo. “Nós tivemos grandes desafios, mas, por outro lado, foi gratificante ver o que construímos neste período. O balanço de ações é positivo”, avalia.

 

REDE DE ESGOTO

Ele destaca a ampliação da rede de esgoto municipal. “Executamos o projeto da Estação Elevatória de Esgoto do Borboleta, localizada entre a Rua Minas Gerais e a Rua Mato Grosso, com aproximadamente dez mil metros de rede, e o projeto do Loteamento São Francisco, com cerca de cinco mil metros de rede. Outros lugares menores também foram contemplados, resultando em mais de 20 mil metros quadrados de rede de esgoto implantada, atendendo a mais de três mil residências ou áreas comerciais”, expõe.

Conforme o diretor do Saae, a autarquia também investiu bastante em elevatórias. “Sabendo que a Estação de Tratamento de Esgoto Guavirá fica distante, esse equipamento serve para transportar o esgoto da parte mais baixa para outra mais elevada. Esse procedimento é necessário para dar continuidade à rede de esgoto. Fizemos um em 2019 e outro deve entrar em funcionamento no início de 2020, no Loteamento Augusto”, comenta.

Para 2020, ele diz que o objetivo é dar continuidade à expansão da rede de esgoto, atendendo aos anseios globais de acesso ao saneamento básico. “Marechal Rondon é uma cidade de médio porte e precisa se atentar a isso. Nós temos planejados algo entre 15 e 20 mil metros de redes novas”, projeta.

 

CONSUMO DE ÁGUA

No que diz respeito ao fornecimento de água à população, Giacobbo salienta que o Saae passou por desafios devido à longa estiagem, o que fez com que a captação de água das minas caísse. Além disso, acrescenta, a indústria rondonense cresceu, consumindo mais água, e a abertura de novos poços se tornou inviável, visto que a região já atingiu o limite de perfurações desse tipo, contribuindo também para que a disposição entre produção e consumo de água destoassem. “Foram seis meses de chuvas abaixo do normal e calor elevado, fazendo com que mais água fosse consumida. O consumo normal varia entre 11 e 12 milhões de litros de água por dia e no mês de novembro atingiu-se a marca de 15 milhões de litros por dia. Como o Saae só conseguia fornecer 14,5 milhões, medidas foram tomadas: implantamos o racionamento. Hoje em dia, em decorrência da volta das chuvas para o nosso município, a situação está normalizada”, menciona.

 

RACIONAMENTO

De acordo com o diretor do Saae, o racionamento de água em Marechal Rondon durou 16 dias. “O procedimento foi feito de forma parcial. Em cada dia acontecia em um bairro diferente e a população passava meio-dia sem água. Percebemos uma diminuição do consumo de 2%. Lógico, não foi muito grande, pois as pessoas sabiam que iriam ficar sem o recurso e armazenavam água”, pontua.

Segundo Giacobbo, a medida de racionamento de água teve caráter pedagógico à população, considerando que o problema foi sentido na pele e gerou preocupação. “O lado positivo foi o alerta gerado para todos de que a água é um produto finito e, portanto, pode acabar. É preciso monitorar e ter o cuidado para não desperdiçar”, enfatiza.

 

VÁLVULAS DO HIDRÔMETRO

Um dos assuntos que causou polêmica em 2019 envolveu a contagem de ar. O diretor do Saae ressalta que, possivelmente, a questão surgiu em decorrência do racionamento de água. “A tubulação ficava sem água e, naturalmente, se enchia de ar. Nesse sentido, foi aprovada uma lei na Câmara de Vereadores orientando o Saae a instalar equipamentos que retirem o ar da tubulação com a justificativa de que os consumidores estariam pagando por ar”, declara.

O projeto de lei foi encaminhado ao Poder Executivo para sanção do prefeito Marcio Rauber. “Os pontos contrários para a instalação dos equipamentos são o alto valor monetário envolvido e, além disso, o risco de contaminação que o modelo sugerido apresenta”, enaltece Giacobbo.

 

OLHAR PARA O FUTURO

Ainda em 2019, ele revela que o Saae contratou um estudo referente aos próximos 20 anos em termos de saneamento no município. “O Saae tem mais de 50 anos e nunca havia feito um projeto global de avaliação. A cidade foi crescendo, criando bairros e a rede foi se espichando, gerando alguns problemas nas tubulações. Então, nós decidimos lançar esse olhar à frente com o intuito de ponderar a situação atual e traçar planos futuros”, evidencia.

O levantamento iniciou em fevereiro de 2019 e a empresa responsável recebeu o prazo de 18 meses para entregar os resultados. “O estudo está praticamente em fase de conclusão e, considerando que 11 dos 15 tópicos de análise já foram entregues, só restam os detalhes finais de construção. Muitos projetos serão realizados por meio desse estudo, mas nem todos serão colocados em prática no momento, deixando um legado para a administração seguinte”, informa.

 

ARROIO FUNDO

Giacobbo destaca que o estudo realizado apontou o Arroio Fundo como sendo o novo manancial de Marechal Rondon. “É um recurso inteligente de se buscar se considerarmos as nossas limitações quanto à perfuração de novos poços, e este manancial se mostrou o mais viável e vantajoso. Nós estamos com o projeto definido para iniciarmos os trabalhos em 2020 e tentar trazer essa água o mais rápido possível. Com a efetivação desse projeto, é provável que a quantidade de água produzida fique bastante confortável se comparada ao consumo”, frisa.

Atualmente, está sendo feito o projeto básico no qual constará o tamanho da estação e o posicionamento da tubulação. Os próximos passos, expõe o diretor do Saae, são negociar nas propriedades pelas quais passará a rede e definir a área do manancial onde será instalada a estação de tratamento. “O projeto executivo leva tempo para ser resolvido, mas, passados esses processos burocráticos, acredito que em seis meses é possível que a estação esteja funcionando”, prevê.

 

NOVA SEDE

Segundo ele, 2020 também será marcado pela construção e provável inauguração da nova sede do Saae. O edifício onde a autarquia se localiza hoje, afirma, não atende às demandas de espaço do escritório administrativo e da parte operacional. “Além disso, os nossos colaboradores estacionam seus veículos na área central da cidade, gerando alguns problemas”, menciona, acrescentando: “Em 2019 concluímos o projeto de engenharia do novo prédio. Ele será construído no bairro Alto da Boa Vista, na vila Gaúcha, em um terreno concedido pela municipalidade e contará com três pavimentos, equipados com laboratório, departamento de engenharia e outras especialidades para atender o setor operacional, haja vista que a parte administrativa, de atendimento ao público, continuará na região central”, detalha.

A empresa vencedora da licitação será conhecida em fevereiro e, a partir daí, terá dez meses para executar o projeto.

 

Diretor técnico e operacional do Saae, Vitor Giacobbo: “O novo prédio será construído no Alto da Boa Vista e contará com três pavimentos, equipados com laboratório, departamento de engenharia e outras especialidades para atender o setor operacional. A parte administrativa, de atendimento ao público, continuará na região central” (Foto: O Presente)

 

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