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Credores da Agrícola Rambo estão preocupados com baixo valor pelo arrendamento de estruturas

Nos próximos dias, caso pode tomar novos contornos em razão da necessidade do apontamento de um plano compulsório que contemple a obtenção de valores para solucionar o endividamento total

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Sede da Agrícola Rambo, em Entre Rios do Oeste, foi palco de protestos dos credores por ocasião da celebração do contrato de arrendamento (Foto: Arquivo/OP)

Grande parte dos credores da Agrícola Rambo, que ainda aguardam pelos seus pagamentos, se mostra apreensiva quanto à garantia de que se conseguirá o valor necessário para serem honrados os compromissos assumidos no processo de repactuação que está em curso na Justiça de Marechal Cândido Rondon.

Isso se dá pelo fato de o valor do arrendamento de boa parte do empreendimento da Agrícola Rambo estar muito abaixo da média de mercado, e se comparado ao valor dos imóveis utilizados pela arrendatária, a empresa BMG Agrícola, que é terceira interessada nesse processo.

Nos próximos dias, o caso pode tomar novos contornos justamente em razão da necessidade do apontamento, pela parte devedora, de um plano compulsório que contemple a obtenção de valores para solucionar o endividamento total da Agrícola Rambo, decorrente da grave crise financeira que assolou a suinocultura brasileira recentemente, e que atingiu especialmente o mercado independente de suínos.

Segundo fonte ligada aos credores, os mesmos estão preocupados porque consideram quase irrisório o valor do arrendamento, e alguns deles chegaram a questionar o fato na Justiça, até mesmo supondo a existência de um acordo paralelo entre as partes, porque a estrutura arrendada tem um valor de mercado considerável, sendo integrada pelas granjas de suínos e pela área da sede da Agrícola Rambo, em Entre Rios do Oeste.

A propósito, como amplamente noticiado pela imprensa, a sede da Agrícola Rambo foi palco de protestos dos credores por ocasião da celebração do contrato de arrendamento. Na ocasião, também houve a venda do plantel de animais da Agrícola Rambo, diante da possibilidade iminente da morte de milhares de suínos pela falta de ração.

Na opinião dos credores, aquela forte pressão em torno do endividamento da Agrícola Rambo, que teve seus negócios prejudicados pelo agravamento da crise na sua atividade principal, a criação comercial de suínos, e a ameaça da morte de milhares de animais, fato que a levou a aceitar as condições de arrendamento.

Para esses credores, somente com a evolução da oferta de venda de parte do patrimônio da Agrícola Rambo, cuja preferência é da empresa arrendatária, a BMG Agrícola, será possível pagar os credores que ainda não receberam seus valores, mesmo que vários já tenham recebido, após aceitarem conceder descontos para pagamento à vista.

“O fato de não haver caixa suficiente para o pagamento do total das dívidas prejudica não apenas o devedor, mas toda a coletividade de credores, muitos dos quais permanecem na expectativa de receberem seus haveres”, comentou um dos credores.

Conforme consta nos autos da Ação de Repactuação das dívidas da Agrícola Rambo, além do valor mensalmente recebido pelo arrendamento, é necessário que seja feita a descapitalização do seu patrimônio, por não haver outra fonte pagadora. E nesse caso, a BMG Agrícola poderá exercer o direito de preferência e adquirir o empreendimento, e assim continuar garantindo o fomento de uma planta frigorífica de sua propriedade, localizada em Iporã do Oeste.

Profissionais do mercado imobiliário avaliam que o patrimônio da Agrícola Rambo seja suficiente para cobrir o valor da dívida. Eles avaliam em cerca de R$ 200 milhões o valor da estrutura colocada à venda, mais do que suficiente para que todos os credores sejam pagos. Vários deles ingressaram ações na Justiça de Marechal Cândido Rondon, as quais acabaram sendo reunidas na Ação de Repactuação proposta pelo devedor, por questões processuais.

Com assessoria

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