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Municípios Volta às aulas

Núcleo Regional de Educação de Toledo vai começar o ano letivo de 2021 com mil estudantes a mais

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Chefe do Núcleo Regional de Educação de Toledo, José Carlos Guimarães: “O momento híbrido é uma situação nova. Professores e alunos terão que se adaptar. O enfrentamento à pandemia segue sendo um desafio muito grande, pois ela continua. Teremos que conviver e tomar todos os cuidados” (Foto: Divulgação)

O Núcleo Regional de Educação (NRE) de Toledo vai começar o ano letivo de 2021 com cerca de mil estudantes a mais, muitos deles vindos da rede privada. Atualmente, a rede estadual de ensino tem 1 milhão e 70 mil alunos. Por causa da pandemia, o Governo do Paraná afirma que 17 mil migraram da rede particular para a pública entre fevereiro e novembro do ano passado.

De acordo com o chefe do NRE, José Carlos Guimarães, apesar de todas as demandas que o momento exige, o Estado está preparado para supri-las. “Já foram providenciados todos os materiais do protocolo de segurança estabelecido pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde). As escolas também estão sendo equipadas com ponto de internet nas salas de aulas para utilização dos notebooks e o efetivo de professores vai aumentar, porque muitos terão que ser substituídos”, comenta.

O início do ano letivo na rede estadual está previsto para o próximo dia 18, de forma remora, e a partir de 1° de março em sistema híbrido, com revezamento dos alunos na modalidade presencial e on-line, além de escalonamento semanal, ou com outra periodicidade, a depender da estrutura, capacidade local e número de alunos matriculados.

Guimarães diz que a conscientização dos alunos no que tange às medidas de prevenção à Covid-19 será um desafio não só da escola, mas de toda a sociedade. Em entrevista ao O Presente, ele fala sobre a expectativa para o retorno das atividades letivas, depois de meses de ensino remoto. Confira.

 

O Presente (OP): O Governo do Paraná autorizou o início das aulas do ano letivo de 2021 de forma presencial em formato híbrido, com retorno escalonado. Como estão os preparativos?

José Carlos Guimarães (JCG): As escolas estão se preparando para receber os alunos. Já foram providenciados todos os materiais do protocolo de segurança estabelecido pela Sesa. As escolas também estão sendo equipadas com ponto de internet nas salas de aulas para utilização dos notebooks.

 

OP: Na prática, o que muda para alunos e professores? Na sua opinião, quais são as vantagens e desvantagens do ensino híbrido?

JCG: Durante o ano de 2020 os alunos não tiveram aulas presenciais; foram 100% remotas. Em 2021, os alunos estarão indo para a escola, assim como os professores atenderão os estudantes em salas de aulas. Não vejo como vantagem ou desvantagem o ensino híbrido, vamos dizer que é um novo momento.

 

OP: A rede estadual por vezes tem salas de aula com grande quantidade de estudantes. Com a implementação do ensino híbrido se requer menos alunos por metro quadrado. Como isso vai ser organizado?

JCG: Nas turmas em que a quantidade de alunos é grande, será feito rodízio, pois temos que obedecer as orientações da Sesa, e o distanciamento é uma delas. Teremos em sala de aula um percentual de alunos presentes enquanto que os demais estarão em casa acompanhando via remota.

 

OP: Atualmente, a rede estadual de ensino tem 1 milhão e 70 mil alunos. Por causa da pandemia, o Governo do Paraná afirma que 17 mil estudantes migraram da rede particular para a pública entre fevereiro e novembro do ano passado. Especificamente, o Núcleo Regional de Educação de Toledo ganhou quantos alunos para o ano letivo de 2021? Quantos que antes estudavam na rede privada foram incorporados na rede pública?

JCG: Não tenho esse número exato, mas acredito que em todo o nosso NRE em torno de mil alunos.

 

OP: A rede pública está preparada para atender esses novos alunos?
JCG: Sim, já estão matriculados e com suas vagas garantidas.

 

OP: Com um ano encerrado de forma totalmente remota, muitos alunos tiveram dificuldades na sua jornada e deixaram de participar das aulas. Como 2020 encerrou em termos de evasão escolar nos municípios que integram o NRE de Toledo? E no que diz respeito a reprovações? Esses números aumentaram? Se sim, em que percentual?

JCG: O Núcleo Regional de Toledo conseguiu fazer um ótimo trabalho em relação à reprovação e à desistência. A média somada foi de 5,13%, mostrando o empenho dos gestores de escola com suas equipes e professores.

 

OP: Na sua visão, o modelo híbrido é um sinal de proximidade da normalidade”?

JCG: É um caminho. É necessária a volta dos alunos para a escola, mas infelizmente neste momento não é possível o retorno de todos.

 

OP: Em assembleia estadual convocada pela Associação de Professores do Paraná (APP-Sindicato), recentemente foi aprovada greve geral a partir do dia 18 de fevereiro, considerando que muitos educadores são contrários ao modelo híbrido anunciado pelo Governo do Paraná e têm em pauta outras reivindicações. Com esse anúncio de greve, como será possível retomar as aulas?

JCG: Acho prematuro emitir qualquer opinião sobre este assunto, até porque toda a negociação tem que partir do governo/SEED (Secretaria de Estado de Educação).

 

OP: O senhor acredita que a greve vai chegar a ocorrer de fato? Qual é a posição do Estado?

JCG: O governo, através da Secretaria de Educação, está sempre aberto ao diálogo.

 

OP: No que diz respeito à aprendizagem, muitos alunos afirmam terem sentido dificuldades no ensino remoto. Quais serão as estratégias para recuperar esses estudantes?

JCG: Tivemos dificuldades, sim, no momento remoto. Aos alunos que não tinham acesso às tecnologias ou aos aplicativos foi oportunizado o material impresso, que era retirado pelo próprio aluno ou por um membro da família. O estudante desenvolvia as atividades em casa. Para o início do ano letivo de 2021 será feito um nivelamento. É necessário saber o nível de conhecimento do aluno para a sequência dos conteúdos.

 

OP: Neste retorno das atividades letivas, os professores pertencentes ao grupo de risco terão que abrir um protocolo para que a perícia médica ateste a condição com exceção das pessoas acima dos 60 anos de idade (automaticamente classificadas dentro deste grupo). Esse processo todo não vai causar muitos transtornos? Além do mais, possivelmente muitos professores se enquadram nesse grupo e terão que ser afastados e substituídos. Isso vai demandar muitas novas contratações. O Estado está preparado para gerir todo esse processo sem que o ensino em si seja prejudicado?

JCG: Infelizmente nós temos professores que por problema de saúde ou idade não vão poder voltar neste momento híbrido, terão que continuar com suas atividades remotas. O Estado está preparado para atender essa demanda, pois esses professores serão substituídos, aumentando o efetivo.

 

OP: Quais serão as principais dificuldades e os desafios da educação em 2021?

JCG: Vejo que o momento híbrido é uma situação nova. Professores e alunos terão que se adaptar. O enfrentamento à pandemia segue sendo um desafio muito grande, pois ela continua. Teremos que conviver e tomar todos os cuidados. A conscientização dos estudantes será um desafio não só da escola, mas de toda a sociedade, principalmente das famílias. Será necessário fazer um trabalho junto às famílias para que nossos estudantes possam ter toda segurança, ir para a escola e estarem seguros.

 

OP: Na sua opinião, a partir desse primeiro momento híbrido e com a vacinação acontecendo aos poucos, quando as aulas devem retornar totalmente presenciais? Possivelmente no segundo semestre?

JCG: Não temos essa informação ainda. A expectativa é de que à medida que a população vai sendo vacinada, a Sesa entenda que é seguro, e assim poderemos ir aumentando o retorno dos estudantes. Neste momento é importante fazermos um bom trabalho e garantir que esses alunos que estão indo para a escola tenham toda a segurança. É muito importante também neste momento as famílias estarem conscientes que o retorno dos alunos para a escola é necessário, mas com todo o cuidado. Os responsáveis pelos alunos receberão um formulário no qual responderão se são a favor de mandarem seus filhos para o colégio. Aqueles que entenderem que neste momento não é seguro mandar o filho para a escola, este continuará fazendo as aulas no sistema remoto.

 

OP: No ano passado tivemos votação nos colégios consultando a comunidade escolar sobre a implementação de colégios cívico-militares. Como está essa organização?

JCG: Os colégios cívicos militares já estão se organizando para o início das aulas assim como os demais. O calendário de início e término das aulas segue os demais colégios. Observamos uma grande procura da comunidade para matricular seus filhos nesses colégios.

 

O Presente

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