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Por que jogar moedas nas Cataratas do Iguaçu prejudica biodiversidade do Parque Nacional do Iguaçu?

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(Foto: José Fernando Ogura/ANPr)

O recolhimento de 158,8 quilos de moedas no lado brasileiro das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, chamou a atenção na segunda-feira (5) e levantou debate sobre por que jogar o item no local é prejudicial a biodiversidade do Parque Nacional do Iguaçu.

O gerente de sustentabilidade da unidade de conservação, André Machado Franzini, explicou que, entre os principais problemas, a ação feita por alguns visitantes pode contaminar a água devido a oxidação dos itens e também porque alguns animais podem confundir as moedas com presas.

“Pode causar contaminação dessa água pelo processo de oxidação. Pelo brilho, do reflexo que ela (moeda) transmite, pode ocorrer de alguns animais entenderem como alimento e possam vir a consumir essas moedas e aí isso causa impacto diretamente à fauna, causando sua morte, principalmente aves aquáticas e alguns peixes também”, afirmou Franzini.

Moedas de pelo menos 40 países foram retiradas do local na ação em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente. A maioria das moedas já estava em processo de corrosão, mas as que ainda possuem valor alcançaram aproximadamente R$ 3 mil.

Franzini orienta que, ao invés de jogar moedas no local, que os visitantes façam doações dos itens para instituições de caridade ajudando, desta forma, outras pessoas, a si mesmos e também com a preservação do meio ambiente.

“Então a pessoa quem vem aqui e quer deixar uma moeda como forma de um pedido e acaba ocasionando na poluição dessas águas. A gente conscientiza que, se elas têm essas moedas, que façam uma doação a uma instituição ou a quem está precisando, isso contribui bastante, além de preservar o espaço que é nosso”, afirmou o gerente de sustentabilidade.

Os valores apanhados no local serão usados em um projeto ambiental do Parque Nacional do Iguaçu.

A baixa vazão das Cataratas do Iguaçu auxiliou na realização do serviço. Na segunda, a vazão estava, em média, em 466 mil litros de água por segundo. A vazão normal é de 1,5 milhão de litros por segundo.

Recolhimento de moedas em outros anos

A prática de recolhimento das moedas é feita uma vez por ano e depende da vazão do Rio Iguaçu. Além de moedas, nas buscas também são encontrados objetos como celulares, crachás, alianças, colares e outros que, de alguma forma são deixados, em sua maioria, por visitantes.

O valor recolhido na segunda-feira chamou a atenção, mas as ações de conscientização sobre os prejuízos ambientais da prática, têm surtido efeito. Em comparação ao últimos 5 anos, 2023 teve o menor número, em quilos, de moedas recolhidas.

2019 – 320 quilos de moedas recolhidas

2020 – pandemia

2021 – 329 quilos de moedas recolhidas

2022 – 329 quilos de moedas recolhidas

2023 – 158,8 quilos de moedas recolhidas

Segundo ponto turístico mais visitando por estrangeiros

O Parque Nacional do Iguaçu é segundo parque mais visitando por turistas estrangeiros, ficando atrás apenas do Parque Nacional da Tijuca (RJ), onde está o Cristo Redentor.

Em 2023, turistas de pelo menos 90 nacionalidades já visitaram as quedas. Argentina, Paraguai, Estados Unidos, Uruguai e França lideram a lista, segundo o parque.

Com G1

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