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Presidente da Coopavel descreve retorno do Show Rural presencial e versa sobre disputa das bilionárias no ranking das cooperativas

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Presidente da Coopavel, Dilvo Grolli: “Não temos obsessão para ser a primeira, segunda ou terceira. Importante é figurar entre as empresas que oferecerem oportunidade de crescimento aos cooperados. Atuar na área econômica, entre os gigantes do setor como atuamos, é estar sujeito a chuvas e trovoadas da economia mundial” (Foto: Divulgação)

O calendário de 2022, ano de eleições presidenciais, finalmente parece trazer algum ambiente de normalidade em um dos segmentos mais afetados pela pandemia, o de eventos.

Quando a segunda semana de fevereiro chegar, todos os holofotes se voltam para aquele parque tecnológico imenso às margens da BR-277, saída para Curitiba.

Ali acontece a 34ª edição do Show Rural Coopavel, a primeira após o lapso sanitário que engolfou o planeta.

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, conta nesta entrevista qual o formato encontrado para fazer caber um evento imenso em um cenário de recuo do coronavírus, obra da vacinação em massa.

E versa também sobre um tema espinhoso para as cooperativas da região: há uma obsessão, uma corrida desenfreada no Oeste, para o topo do ranking das bilionárias? Acompanhe.

 

 

Pitoco: Os gigantes do agro confirmaram presença ao Show Rural?

Dilvo Grolli (DV): A 34ª edição do Show Rural terá a presença das maiores empresas do agro, de tecnologia e insumos, máquinas e equipamentos, incluindo as grandes empresas da era digital. Será certamente o melhor evento de todos os tempos.

 

Pitoco: Qual foi o impacto da pandemia no setor?

DV: Mesmo considerando a pandemia, o agro vive um bom momento. Há um considerável aumento no consumo de alimentos em âmbito global. E o agro brasileiro tem a grande responsabilidade de produzir alimentos para essa demanda crescente, conciliando os ganhos de produtividade com a proteção ao meio ambiente.

 

Pitoco: A propósito, a terra estará no centro do universo do Show Rural…

DV: Sim, queremos ir muito além da proteção do meio ambiente. Nosso slogan na edição deste ano deixa isso bem claro: nós somos a terra. Não se trata de proteger o ambiente unicamente por   uma causa ideológica ou ativista, trata-se de um imperativo para a vida.

 

Pitoco: Quantidade ou qualidade no Show?

DV: Formatamos um modelo compatível com o momento de saída da epidemia. Já fizemos evento de 300 mil pessoas. Hoje o momento é outro, de retomada, sim, mas não de expansão de público. Estamos vivendo mutações no vírus da Covid-19, doença que jamais pode ser negligenciada.

 

Pitoco: De toda forma, será um evento diferente…

DV: Temos um encontro marcado com as grandes empresas internacionais do agro, com produtores rurais, com nossos associados. Mas, antes de tudo, temos responsabilidades com o conjunto da sociedade. Daí a razão porque redobramos as medidas de segurança para que os participantes estejam protegidos.

 

Pitoco: Algo mais compacto?

DV: O foco não está no número de empresas ou de visitantes, mas em compatibilizar essas presenças com a segurança do evento. Diminuímos o número de expositores, com mais espaço para cada um deles. Todo espaço que foi ofertado está contratado, temos mais procura que lugar disponível. Trata-se de uma visão estratégica e responsável. É a retomada dos eventos presenciais dentro de um novo modelo, em conformidade com o que pede este momento sanitário mundial.

 

Pitoco: O calendário do evento é coincidente com algumas das maiores obras de infraestrutura na rodovia, exatamente na região do Parque Tecnológico da Coopavel…

DV: É notório que o grande gargalo que enfrentamos há 20 anos é a BR-277, notadamente no trecho que dá acesso ao Show Rural. O evento movimenta entre dez e 12 mil veículos e 400 ônibus por dia. Agora temos que conviver com a obra do Trevo Cataratas e a duplicação da 277 em frente ao evento.

 

Pitoco: Que fazer?

DV: Vamos ter paciência, conviver com essa realidade. Em algum momento teríamos que passar por isso, já que grandes obras não podem ser feitas em seis meses. Vamos contar com Polícia Rodoviária Federal e outras autoridades de trânsito, cujas competências já foram demonstradas em edições anteriores. O evento com a formatação mais enxuta também gera um movimento proporcionalmente menor.

 

Pitoco: Avançou a parceria com a Huawei? 

DV: O Show Rural Digital trará empresas de inovação com programas voltados para o agro. É um ambiente novo sendo criado, com cinco empresas. Coopavel, PTI, Huawei, Vivo e Ecorube terão espaço cativo para instalação de startups do agro.

 

Pitoco: Isso garante velocidade 5G para o evento?

DV: O acesso à internet 5G, com maior velocidade nas conexões, a exemplo do que já chegou aos países mais avançados do mundo, estará disponível em uma área delimitada do evento. Será provida pela empresa chinesa que trará a tecnologia líder no mercado mundial do setor. O espaço será suficiente para o produtor rural testemunhar a revolução no sistema que conecta coisas, máquinas e que pode até reparar remotamente problemas mecânicos numa colheitadeira ou qualquer outro equipamento.

 

Pitoco: Já em edições anteriores a Coopavel apostou em tecnologia de informação, no mundo digital…

DV: A Coopavel tem que ser a vanguarda dos processos, não pode andar de carona. Através do Show Rural, a cooperativa faz a conexão entre a fronteira do conhecimento humano na tecnologia com os produtores rurais. 

 

Pitoco: Publicações especializadas acabam de divulgar rankings na linha “maiores e melhores”. Como ficou a Coopavel nestes comparativos?

DV: A Coopavel cresceu muito. É a 15ª maior do Brasil, entre 1,2 mil cooperativas. É a 44ª empresa do Paraná, num ranking liderado pela Copel e outras grandes.  Estamos na lista das 500 maiores empresas do Brasil, na posição 244.  Tivemos um crescimento fantástico ano passado, mas este ano vamos crescer ainda mais. Foi 36% em 2020 esse ano será de 40%, 10 vezes mais que a variação do PIB brasileiro.

 

Pitoco: Os rankings dizem tudo sobre desempenho, ou são insuficientes para mensurá-los?

DV: Números como os da Coopavel dão segurança financeira para o cooperado na comercialização, no acesso à vanguarda tecnológica. O amanhã está garantido quando a cooperativa vai bem, como está indo.

 

Pitoco: Há uma disputa na região pelos lugares mais altos no pódium?

DV: Não temos obsessão para ser a primeira, segunda ou terceira. Importante é figurar entre as empresas que oferecerem oportunidade de crescimento aos cooperados. Atuar na área econômica, entre os gigantes do setor como atuamos é estar sujeito a chuvas e trovoadas da economia mundial. Com severa recessão em todo o planeta, estamos crescendo 40% em plena pandemia.

 

Pitoco: O céu é o limite para o cooperativismo?

DV: Tem muito campo para crescer, mas é importante dizer: não se deve buscar o crescimento simplesmente para ostentar a posição de potência econômica. É preciso crescer junto com o produtor rural. Um jeito de medir se esse objetivo está alcançado é a produtividade. A adesão de nossos associados a preceitos do Show Rural fez aumentar 200% a produtividade em nossa região. O crescimento precisa ser compartilhado entre cooperativa e produtores. De nada adiante a cooperativa ser bilionária no balanço, e isso não se traduzir em conexões que tragam o produtor rural no bojo de um crescimento sólido, sustentável e seguro.

 

“Tivemos um crescimento fantástico ano passado, mas este ano vamos crescer ainda mais. Foi 36% em 2020 e este ano será de 40%, quase dez vezes mais que a variação do PIB brasileiro”

 

 

Pitoco

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