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Safra recorde se confirma e anima produtores da região Oeste

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

Os produtores de soja do Paraná estão rindo à toa. E não para menos, afinal, a safra de verão 2019/2020 deve ser uma das melhores dos últimos anos. A estimativa é de que sejam colhidas cerca de 20 milhões de toneladas no Estado.

Apesar da estiagem logo após o plantio na região Oeste, a expectativa também é de uma produção de sacas por alqueire acima da média registrada na safra 2018/2019.

Segundo o último relatório realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo Regional de Toledo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a safra de verão 2020 deve ser 64,2% maior do que a do ano passado. A previsão é de que sejam colhidas cerca de 1.785.242 toneladas em uma área de 483.295 alqueires no Oeste.

Conforme o técnico do Deral, João Luiz Raimundo Nogueira, a safra deste ano deve ser muito boa se considerado tudo o que aconteceu no ano passado. “O clima foi favorável durante todo o ciclo, apesar de muitos produtores atrasarem o plantio devido à estiagem. Mesmo com os contratempos, há muitos produtores da região comemorando a produtividade”, afirma Nogueira.

O agropecuarista Eno Pedde, de Marechal Cândido Rondon, que plantou soja em uma área de aproximadamente 30 alqueires, é um dos produtores que comemora o bom rendimento. Ele conta que a média este ano foi de 178 sacas por alqueire, número superior a 2019, quando colheu, em média, 95 sacas por alqueire. “Eu já ficaria feliz com pouco mais de 100 sacas por alqueire, pois seria melhor que a safra anterior. Mas essa foi realmente muito boa, não me recordo de outra safra como essa”, enaltece.

O rondonense relembra que a falta de chuva no início do plantio assustou e trouxe grande preocupação para os produtores de soja, no entanto, algumas chuvas pontuais ajudaram no preparo da terra. “Chegou na época de dessecação e a dificuldade era grande. Não podíamos fazer nada porque a umidade do ar estava muito baixa. Mas, mesmo com pouca chuva, conseguimos plantar a soja. A partir do mês de novembro, e principalmente em janeiro, a chuva chegou para valer, e justamente no momento do preenchimento dos grãos, e a produção acabou surpreendendo a todos”, comemora Pedde.

De acordo com o gerente comercial da Agrícola Horizonte, Valdair Schons, o produtor que atrasou o plantio da soja foi quem teve a maior produtividade. “Quem deixou para plantar no início de outubro, mês que a umidade estava mais alta, teve a produção mais expressiva, pois chegou ao patamar de 205 a 210 sacas por alqueire”, ressalta.

 

PREÇO DA SOJA

Em relação aos preços praticados, o agricultor Eno Pedde diz que está satisfeito. Ele revela que negociou a produção a R$ 81,50 a saca.

Segundo o gerente comercial da Agrícola Horizonte, atualmente a saca de soja está sendo negociada a R$ 84,50. “O valor está excelente, mas acredito que cada produtor tem que ver seu custo de produção, ou seja, saber quanto gastou para produzir, imaginar o quanto ele quer ganhar e quando perceber que está tendo um bom lucro, é o momento de bater o martelo”, expõe Schons.

 

MILHO SAFRINHA

De acordo com o levantamento do Deral, a área plantada com milho safrinha no Oeste é de 419 mil alqueires e a estimativa de colheita para a região é de aproximadamente 2,45 milhões de toneladas, queda de 21,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A lavoura do agropecuarista Eno Pedde já está plantada com o milho safrinha, mas, segundo ele, a falta de chuva está prejudicando o desenvolvimento da planta. “O desenvolvimento do milho está muito irregular. Nós temos plantas com crescimento considerado bom, regular e ruim, isso tudo na mesma área. E sei de regiões que a situação está ainda pior”, menciona.

Conforme o técnico do Deral, o atraso na colheita da soja causou a demora na semeadura do milho safrinha, e isso deve prejudicar a produtividade. “O milho é uma cultura de risco e deve ser plantado na época certa, caso contrário é adicionado um risco maior em relação à produtividade da safra”, enfatiza Nogueira.

Segundo ele, além do clima não estar favorável para a semeadura do milho, os dados do Deral mostram que na região Oeste cerca de 92% das áreas já foram plantadas. “No ano passado, nessa época, toda a área estava semeada há muito tempo e devido ao clima favorável tivemos uma produção muito boa de milho”, salienta.

Nogueira diz que a baixa umidade relativa do ar e as altas temperaturas prejudicam o desenvolvimento da planta. “É um momento muito difícil, mas vamos torcer para que as chuvas ocorram o mais rápido possível. Temos previsão de chuva para a partir do dia 15 e esperamos também que o inverno não venha tão cedo”, conclui.

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