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Tribunal de Justiça manda despejar Hospital do Coração de Cascavel

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Hospital, um dos primeiros de Cascavel, fundado em 1958 pelo médico Edo Peixoto, está em área de 18 mil metros quadrados, no centro da cidade (Foto: Divulgação)

Uma demanda judicial que se arrasta há cinco anos parece ter chegado a termo no último dia 25.

O Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná deu ganho de causa ao espólio do médico Edo Peixoto, falecido em abril último.

O imóvel vinha locado há anos para a CMC Clínica Médica de Cascavel, gestora do Hospital do Coração, insígnia que passou a nominar o antigo Hospital Nossa Senhora da Salete.

Segundo nota emitida pela família Peixoto, “o julgamento foi proferido pela relatora do caso, desembargadora Denise Kruger Pereira, acompanhada dos votos dos desembargadores Vitor Roberto Silva e Péricles Bellusci de Batista Pereira, que, por unanimidade, entenderam pela manutenção da ordem de despejo”.

Certamente a juíza da 5ª Vara Civil de Cascavel, Lia Sara Tedesco, já enfrentou muitas sentenças desafiantes em sua carreira na magistratura, mas essa é bastante singular.

Caberá a ela prover os meios para o cumprimento da decisão. Como faz para despejar um hospital? Onde põe os pacientes? Na calçada da Rua Carlos de Carvalho?

O hospital abriga mais de 100 pacientes e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) uma região de 50 municípios. “Vai por onde os intubados?”, pergunta o gestor de saúde que já atuou ali, João Paulo de Lima.

A família Peixoto, parte demandante, alega reiteradas inadimplências de diversas obrigações contratuais. Gente próxima à família alega que não se pode usar pacientes como “escudos humanos” para descumprir contrato.

 

Destino do imóvel

Após o insólito despejo de um hospital, qual será o destino daquele imóvel de localização nobre, com face para as ruas Sete de setembro, Recife e Carlos de Carvalho?

“Não temos em vista nenhum tipo de investimento. A situação até a decisão do TJ tornava inviável que se almejasse alguma finalidade para tal, travava qualquer investimento”, relata a neta do doutor Edo, Elisa Peixoto.

Uma vez efetuado o despejo, a tendência é vir para o chão os mais de cinco mil metros quadrados do velho hospital, agregando a sua área limítrofe de 7,6 mil metros quadrados a parte já desmembrada, totalizando mais de 18 mil metros (sem trocadilho) no coração da cidade.

 

Outro lado

O diretor da CMC, Rogério Lunardelli, disse que não estava informado sobre a decisão do TJ e que, “caso se confirme”, não será possível executar a transferência do hospital de um dia para o outro.

Ele disse que está providenciando uma área para o Hospital do Coração, empreitada para a qual tenta atrair investidores como o empresário Valdinei Antonio da Silva, dono de um imóvel que poderia abrigar o nosocômio.

A propósito, a oferta de imóveis para hospitais esteve quente nas últimas semanas. A Unimed vinha prospectando o mercado. Recebeu ofertas do empresário Fernando Mantovani e do loteador Nelson Padovani, entre outros.

Afinal, qual loteador não ambiciona um hospital em seu loteamento? Ops, a família Peixoto não! E alega ter seus motivos para tal.

Hospital, um dos primeiros de Cascavel, fundado em 1958 pelo médico Edo Peixoto, está em área de 18 mil metros quadrados, no centro da cidade (Foto: Divulgação)

 

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