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Paraná Curitiba

Ex-delegado do caso Tayná é condenado por torturar homens que foram considerados suspeitos de matar adolescente

Caso aconteceu em 2013, em Colombo; menina tinha 14 anos, e crime ainda não foi solucionado.

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Foto: Arquivo/AEN

O ex-delegado do caso Tayná Silvan Rodney Pereira foi condenado por torturar homens que foram suspeitos da morte da adolescente. A informação foi confirmada pelo promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Denilson Soares de Almeida.

A assessoria de imprensa do advogado Cláudio Dalledone, defensor do delegado, também confirmou a condenação.

Porém, até a publicação desta reportagem, ninguém havia dado mais detalhes sobre a condenação, nem mesmo em relação à pena.

Silvan Rodney Pereira era responsável pela Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, e foi o primeiro delegado a investigar a morte da Tayná Adriane da Silva. Ela tinha 14 anos quando foi morta, em 2013.

O então delegado chegou a ser preso, mas foi solto meses depois. Até hoje, o crime não foi desvendado.
O que diz a defesa de Silvan Rodney Pereira
 
“A defesa constituída pelo Delegado Silvan Rodney Pereira ainda não foi intimada da sentença condenatória proferida pelo Juízo Criminal de Colombo, não tendo, ainda condições de se aprofundar no exame da decisão.
Contudo, pelo que se teve acesso até este momento, já é possível constatar que o juízo condenatório está fundamentado em bases extremamente frágeis, na medida em que considerou como fontes de prova apenas a palavra das pretensas vítimas (prováveis autores do estupro e morte de Tayná), em detrimento uma grande gama de evidências consistentes que demonstram a improcedência da acusação de tortura atribuída ao Delegado.
A defesa tem plena convicção que o Tribunal de Justiça reformará a sentença no julgamento da apelação criminal, consagrando a absolvição do Delegado Silva Rodney Pereira.”

 

Relembre o caso

Tayná desapareceu em 25 de junho de 2013. O corpo foi encontrado três dias depois por moradores em um terreno em frente a um parque de diversões.

O crime da adolescente – morta após ser estuprada – chocou os moradores do bairro, que protestaram e provocaram um incêndio no parque.

Logo depois do crime, homens foram presos pela Polícia Civil e assumiram a autoria. Contudo, os suspeitos voltaram atrás e disseram em depoimentos que só confessaram a culpa porque foram vítimas de tortura dentro da delegacia.
Desaparecimento de Tayná

À época, a mãe de Tayná, Cleuza Cadomá da Silva, relatou que a filha tinha saído de casa para ir até a casa de um amigo. Como ele não estava em casa, a garota seguiu para a casa de uma amiga.

Tayná chegou a mandar uma mensagem de texto pelo celular para a mãe dizendo que estava voltando para casa, mas desapareceu.

“Esse crime não vai ficar impune porque eu não vou deixar. Eu sempre vou correr atrás, eu quero notícia, eu quero informação (…). Meu coração está despedaçado”, desabafou.
 

Programa de proteção

Os quatro homens que foram presos pela polícia como autores do crime entraram no programa de proteção a testemunhas foram levados para outro estado, em julho de 2013.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) explicou, na época, era necessário garantir a integridade física deles, já que eram testemunhas da suposta tortura.

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