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Policial Alerta

Nomes de políticos e empresários estão sendo utilizados para aplicar golpes em Rondon

Nomes de pessoas públicas e conhecidas na sociedade de Marechal Cândido Rondon têm sido utilizados para a aplicação de golpes por criminosos que não residem no município.

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Hoje (16), a Polícia Civil fez o registro de um Boletim de Ocorrência (BO) em que os bandidos utilizaram o nome de um político rondonense em uma transação para compra de um veículo que, se concluída, resultaria em um prejuízo de R$ 20 mil para o proprietário de uma garagem de veículos.

De acordo com informações obtidas pela reportagem do Jornal O Presente com as vítimas, os criminosos estão em contato com presos encarcerados na Cadeia Pública de Marechal Rondon. Os detentos seriam responsáveis por indicar os nomes de pessoas públicas, como políticos e empresários, para os criminosos utilizarem no golpe.

Os criminosos começam agindo pelas redes sociais, onde localizam informações como o nome completo e fotos da pessoa pelas quais irão se passar.

Ao mesmo tempo, em sites para venda de bens e produtos, ou até mesmo grupos no Facebook, os bandidos localizam outras pessoas que estão fazendo a venda de bens como carros e motos. “Para o vendedor do veículo, o bandido informou que possuía um comprador interessado e que ele deveria levar o carro até uma garagem, local em que o comprador faria a avaliação do veículo e a possível compra”, explica a vítima.

Antes disso, porém, o bandido entrou em contato com o proprietário da garagem de veículos utilizando o nome do político rondonense e dizendo que gostaria de vender um carro. “O proprietário da garagem se interessou em fazer a compra e pediu para que ele levasse o carro até a revendedora. Foi aqui que o bandido, se passando pelo político, informou que seu assessor levaria o carro até o local”, diz.

O criminoso também pediu para que o proprietário da garagem informasse seu número de Whatsapp, onde o empresário e o bandido – passando-se pelo político, com nome e fotos no seu perfil, além de um celular com código de área 45 – recebeu mais informações sobre o carro e valores.  “Foi nessa conversa que o dono da garagem começou a desconfiar, pela forma como a pessoa digitava. Além disso, ele ofereceu o veículo com valor muito abaixo da tabela Então ele entrou em contato com pessoas ligadas ao político e questionou sobre o assessor que levaria o carro até a garagem, que não existia, e foi ai que o golpe foi descoberto”, informa.

Além disso, o proprietário da garagem verificou que, no primeiro contato do bandido, se passando pelo intermediador da venda do carro, o código de área do telefone era 32, de cidades localizadas na região de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

 

O golpe

A intenção do bandido era fazer com que o verdadeiro dono do veículo levasse-o até a garagem, onde o proprietário do local compraria o bem acreditando que o dono do veículo era, na verdade, o intermediador da venda e não o proprietário. “O dono da garagem iria depositar o dinheiro na conta do bandido, que estava se passando pelo político, enquanto que o dono do carro esperaria a quantia por meio do intermediador da venda, que era o mesmo criminoso”, expõe.

Desta forma, três pessoas seriam vítimas no golpe: o proprietário da garagem, que pagou pelo carro e perderia o dinheiro, o político pelo qual o bandido se passava e o proprietário do veículo, que ficaria em nome da garagem, mas não receberia o dinheiro.

 

Orientação da polícia

O político que teve o nome utilizado pelos bandidos buscou a Polícia Civil para registrar o BO, a fim de resguardar seu nome caso os criminosos tentassem aplicar o golpe com sua identidade novamente. “Também apresentamos todas as conversas do Whatsapp e os números de telefone utilizados pelo bandido”, diz a fonte.

O delegado da 47ª Delegacia de Polícia Civil de Marechal Rondon, Diego Valim, orienta aos proprietários de garagens, políticos, empresários e a população em geral para que fiquem em alerta ao realizar transações comerciais neste tipo. “O principal motivo que deve ascender o alerta é o preço do bem oferecido abaixo da tabela. Neste caso registrado hoje, o veículo avaliado em R$ 30 mil estava sendo oferecido por R$ 20 mil. Quando a oferta for muito diferente do preço de mercado, a população já deve desconfiar”, indica.

Além disso, o delegado orienta para que os compradores se certifiquem sobre a real identidade do vendedor do carro ou moto e buscar referências sobre a pessoa. “No caso de quem teve o nome utilizado no golpe e também foi vítima, essa pessoa deve registrar o BO para deixar claro que não teve envolvimento na situação, podendo resguardar os seus direitos, bem como a principal vítima do golpe que também deve buscar a Polícia Civil”, conclui Valim.

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