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Por dívida, Vila Isabel diz que pode ficar fora do Carnaval 2017

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William Oda e Felipe Assumpção/AgNews

 

A Vila Isabel pode ficar fora do Carnaval de 2017. A notícia bombástica foi dada pela própria escola, na sexta-feira (30), que divulgou nota explicando a situação problemática: uma dívida de pouco mais de R$ 2 milhões, cobrada judicialmente, causou a penhora do valor nas contas da agremiação, que foi forçada a suspender suas atividades por tempo indeterminado. A notificação chegou à Vila e à Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).

“Caso a situação permaneça desta maneira, a Unidos de Vila Isabel declara-se incapaz financeiramente de fazer o Carnaval 2017”, declara a escola, quase que em tom de socorro. Com isso, a Vila adia a semifinal da disputa de samba-enredo, que aconteceria na sexta.

Segundo a escola, o valor é cobrado pelo fornecedor Jaime Bernardino Ferreira de Albuquerque, conhecido como Jaiminho, a quem a Vila diz dever originalmente R$ 1.296.000. Em acordo assinado pelo ex-presidente Luciano Ferreira e um advogado contratado pelo dirigente, ficou decidido que a dívida seria paga em sete parcelas mensais de R$ 185.142,85, entre junho e dezembro de 2016.

Diante da dificuldade de cumprir com o acordado, o atual mandatário da escola, Levi Júnior, acertou que o fornecedor receberia uma comissão, oriunda de um enredo patrocinado, o que não aconteceu em 2017, a escola falará sobre a influência do negro na música do continente.

Com isso, um novo acordo foi firmado, em que Jaiminho seria o fornecedor principal da Vila Isabel, que pagaria valores maiores que os praticados no mercado. De novo, o acerto fracassou. A escola, alegando que os valores eram muito altos, desfez o acordo.

“A diferença entre os preços praticados pelo reclamante e a média do mercado, porém, começaram a ultrapassar demais os limites acordados previamente, e a Unidos de Vila Isabel decidiu cancelar o acordo”, diz a Vila, no mesmo comunicado que cita uma relação de amizade de Jaiminho com Wilson Viera Alves, o Moisés, ex-presidente da agremiação, que chegou a ficar preso entre 2011 e 2012, suspeito de contrabando, formação de quadrilha e corrupção ativa. 

Nota de Esclarecimento Unidos de Vila Isabel
A Unidos de Vila Isabel informa que todas as suas atividades estão suspensas por tempo indeterminado. A medida inclui a semifinal de samba-enredo e a final do concurso de escolha da 2ª porta-bandeira que aconteceriam nesta sexta-feira, dia 30 de setembro. A decisão foi tomada em virtude de notificação judicial recebida pela agremiação e pela Liga Independente das Escolas de Samba nesta semana, penhorando o valor R$ 2.040.670,97 de nossa conta bancária. Explicaremos abaixo os fatos que resultaram neste infeliz episódio:
O fornecedor Jaime Bernardino Ferreira de Albuquerque, mais conhecido como Jaiminho, cobrava da Unidos de Vila Isabel uma dívida no valor de R$ 1.296.000,00 oriunda do ano de 2011. Faltando três dias para renunciar ao cargo, e já com a carta de renúncia redigida, o ex-presidente da agremiação, Luciano Ferreira, firmou acordo judicial fixando o parcelamento da dívida em sete parcelas de R$ 185.142, 85. Os pagamentos seriam efetuados mensalmente de junho a dezembro de 2016.
Cabe ressaltar que o advogado da Unidos de Vila Isabel à época, Dr. Sylvio Capanema, discordou dos termos do acordo e não assinou os documentos, ato consumado pelo Dr. Evandro de Araújo Pinheiro, advogado contratado por Luciano Ferreira.
Ao assumir a administração da escola, o atual presidente Levi Junior, buscou um novo acordo com o fornecedor em questão. O objetivo era fazer com que os pagamentos não onerassem o orçamento e impossibilitassem que a agremiação pudesse fazer o seu carnaval. Jaime Bernardino Ferreira de Albuquerque mostrou-se receptivo à investida, e sugeriu que a dívida fosse abatida mediante comissão por um enredo patrocinado que o mesmo conseguiria para a Unidos de Vila Isabel.
A agremiação disponibilizou cartas de intenção e todo o material disponível para procuração, mas a possibilidade de enredo não se consumou e um novo acordo foi selado. Neste, Jaime Bernardino seria o fornecedor principal da Unidos de Vila Isabel, e teria sua dívida abatida recebendo valores um pouco acima que os praticados no mercado, até que a quantia fosse quitada. A diferença entre os preços praticados pelo reclamante e a média do mercado, porém, começaram a ultrapassar demais os limites acordados previamente, e a Unidos de Vila Isabel decidiu cancelar o acordo.
Jaime Bernardino Ferreira de Albuquerque, que possui relação de amizade com o ex-presidente da agremiação, Wilson Viera Alves, o Moisés, impetrou então a ação que dá origem a esta decisão tomada pela diretoria da Unidos de Vila Isabel. Caso a situação permaneça desta maneira, a Unidos de Vila Isabel declara-se incapaz financeiramente de fazer o Carnaval 2017.

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