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Agronegócio Produção comprometida

Faep confirma quebra na safra de soja e poucos agricultores segurados no Paraná

Safra 2023/24 de soja no Estado deve fechar com uma quebra de 12% em relação à estimativa inicial em um ano de baixa na contratação de seguro rural, com queda de 20%

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(Foto: Gilson Abreu/AEN)

A engenheira agrônoma Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR, explica que a estimativa de quebra se deve principalmente ao regime de chuvas nos últimos meses.

Em algumas regiões houve excesso de chuvas, enquanto na maioria dos municípios do Oeste as precipitações pluviométricas ficaram aquém; o forte calor também colaborou para prejudicar as lavouras

“Infelizmente nós vinhamos com uma boa safra desenhada, mas, à medida que o clima foi piorando em muitas regiões, com excesso de chuvas ou com seca, nós tivemos uma redução de estimativa que já é de 12% em relação à produção que havia sido projetada lá no início da safra.”, expõe Ana Paula Kowalski.

Segundo ela, esse corte compromete parte da produção. “Não é um corte isolado, apenas aqui do Paraná. Nós temos perdas registradas e bastante expressivas também no centro-oeste, que atualmente é o maior produtor de soja do país, e o percentual de perda é mais ou menos parecido com o nosso do Paraná nesse momento”, comenta.

Mesmo com uma perspectiva de quebra no Paraná e em outros Estados, o preço da soja não tem reagido como esperavam os produtores.

A demanda menor por parte da China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, é um dos fatores que explicam esse cenário.

Além disso, o ritmo fraco de exportações dos Estados Unidos e a perspectiva de uma boa safra em outros países da América do Sul complementam a justificativa para a tendência de baixa cotação.

Outro tema abordado por Ana Paula Kowalski foi o seguro rural, do qual o Paraná é o maior demandante entre todos os Estados. “O seguro tem apresentado esse cenário de diminuição de áreas asseguradas, número de apólices, número de produtores atendidos, como também problemas de liberação de recurso. Nós tivemos a grande quebra da safra de soja, até lá nós vinhamos numa crescente de de recurso, de área, de número de apólices. Depois disso, as seguradoras começaram a ofertar menos produtos, os produtos ficaram mais caros, mais restritivos para o produtor contratar e na safra 22/23 nós tivemos uma melhora desse cenário de com seguros mais acessíveis, coberturas melhores, mais em contrapartida o recurso liberado para subvenção foi menor, não houve um aumento que se esperava que vinha acontecendo ano a ano como a gente vinha acompanhando”, informou.

De acordo com a engenheira, isso impacta o produtor porque a subvenção diminui um pouco valor do seguro para o produtor. “Para o cenário do Paraná, que a gente já vem de quebra de safras sucessivas desde a safra 18/19, eventualmente alguma produção a gente tem perdido, realmente é complicado o produtor ficar com um seguro mais caro já está descapitalizado e acaba não contratando. A gente percebe que a oferta de seguro diminuiu e ficou um pouco mais caro, isso tudo acaba contribuindo para esse cenário que a gente tá vendo agora”, pontua.

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