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Dom João Carlos Seneme

Jesus retorna ao Pai e confia aos discípulos a sua missão

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O mistério da Ascensão do Senhor, ao mesmo tempo que anuncia e confirma a fé no Ressuscitado, aponta e atrai o olhar do fiel para o alto, para a meta final a que todos aspiramos. A solenidade deste domingo (29) é, portanto, um dia alegre na peregrinação da fé, animada pelo exemplo de nosso irmão mais velho, Cristo Jesus, entronizado na glória de Deus. É Ele quem antecipa e molda nossos desejos mais íntimos, pois é o mesmo que desceu do céu assumindo as limitações de nossa condição humana.

Agora Jesus volta para junto do Pai. Com a ajuda do Espírito Santo, os apóstolos começam a compreender o projeto de Deus e colocam sua vida à disposição para anunciar a todos os povos o que Deus preparou para nós.

A vinda do Espírito Santo é fundamental para esta mudança. Deste modo, eles se tornam aptos para continuar a obra de Jesus. A ascensão indica que Jesus cumpriu a sua missão. Ele se despede dos discípulos, dá a sua benção e os deixa sob a proteção de Deus Pai. A ascensão do Senhor ao céu e envio do Espírito Santo no dia de Pentecostes estão estreitamente ligadas e tornam os discípulos corajosos anunciadores e lhes garantem que não ficarão sozinhos e órfãos, mas serão sempre acompanhados.

O Espírito Santo aumentará a potência da palavra dos discípulos e a nossa, e abre a inteligência de quem recebe a boa notícia do Evangelho. Os discípulos frágeis e medrosos se tornarão corajosos anunciadores do mistério pascal: Cristo, o Filho de Deus, se encarnou no meio de nós, viveu, anunciou, morreu na cruz e ressuscitou e vive para sempre. A grande testemunha de Jesus será o Espírito Santo. Por isso, celebrar a ascensão de Jesus é celebrar a esperança de uma humanidade recriada pela força do Ressuscitado.

São Lucas utiliza o mistério da ascensão para os discípulos começarem a agir ao continuar a missão de Jesus (cf Lc 24,46-53). Até agora tudo foi feito por Jesus na unidade com o Pai e o Espírito Santo. Chegou a hora de uma ruptura necessária para a Igreja, na qual ela deve sair de si mesma, da gloriosa passividade da Páscoa, para enfrentar a tarefa da evangelização.

Esta é a festa que alarga o coração dos discípulos e dos todos os fiéis para que, cheios de esperança e alegria, visualizem o novo horizonte missionário que acontecerá na Festa de Pentecostes. Os anjos despertaram do sono dos discípulos galileus, absortos no que seus olhos contemplavam, para instigá-los a testemunhar o que contemplavam, para impulsioná-los na exigente tarefa da missão eclesial sob o olhar de Deus.

Neste domingo a Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais. O papa Francisco enviou sua mensagem exortando que aprendamos a escutar com o coração. “Portanto, a escuta é o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação. Não se comunica se primeiro não se escutou, nem se faz bom jornalismo sem a capacidade de escutar. Para fornecer uma informação sólida, equilibrada e completa, é necessário ter escutado prolongadamente. Para narrar um acontecimento ou descrever uma realidade numa reportagem, é essencial ter sabido escutar, prontos mesmo a mudar de ideia, a modificar as próprias hipóteses iniciais”. Parabéns a todos os comunicadores que fazem de sua profissão um serviço a todos!

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

 

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