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Preços do trigo, do milho e da soja podem cair no quarto trimestre

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GrãosAnalistas e traders afirmam que a oferta mundial não é tão apertada quanto se previa

Os preços globais do trigo, do milho e da soja podem retroceder no quarto trimestre deste ano, conforme as novas ofertas dos Estados Unidos – maior exportador de commodities agrícolas do mundo – chegam ao mercado. De acordo com analistas e traders que participaram de conferências realizadas nesta semana, a oferta mundial de tais grãos não é tão apertada quanto se temia anteriormente. Os futuros já estão no menor patamar em mais de um mês e mais perdas são esperadas, segundo as fontes.

Com a melhora da oferta ao redor do mundo, o índice do preço dos alimentos medido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) pode cair neste mês, após ter ficado estável nos últimos meses, afirmou o economista sênior da FAO, Abdolreza Abbassian.

A atual previsão do governo de que a produção americana de soja alcançará cerca de 84 milhões de toneladas fica no intervalo mais baixo das expectativas, e pode ser ajustada para cima, à medida que a colheita ganha ritmo nos próximos meses, informou o presidente do Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos, Roy Bardole.

Em várias partes dos Estados de Iowa, Indiana e Illinois, que respondem por cerca de metade da produção nacional da oleaginosa, a safra foi imensamente beneficiada pelo clima quente e ensolarado em agosto, o que elevou o teor protéico dos grãos, disse Bardole.

Para o milho, um aumento da estimativa de produtividade também é antecipado. Os EUA detêm uma participação superior a 50% no mercado mundial de milho. Em regiões como as Dakotas do Norte e do Sul, o norte de Iowa e Minnesota, o rendimento das lavouras parece ter sido subestimado e pode ser revisado para cima, afirmou Frank Kralicek, membro da equipe consultiva do Conselho de Grãos dos Estados Unidos na Ásia. A produtividade nacional média pode ser de 149 a 150 bushels por acre, ante 148 bushels por acre projetados atualmente, acrescentou ele.

Além das perspectivas melhores para os Estados Unidos, observa-se também um crescimento nas ofertas de outros lugares, disse um executivo de trading de commodities. O milho europeu agora é oferecido aos compradores do Leste Asiático por US$ 8 por tonelada a menos que o de origem norte-americana, após grandes safras na Ucrânia, na Hungria e na Romênia. Nesta semana, a Índia vendeu o primeiro carregamento da nova safra para Coreia do Sul por um preço ao menos US$ 24 por tonelada mais baixo que o cobrado por fornecedores dos Estados Unidos.

Importadores Leste Asiático também estão adquirindo farelo de soja mais barato da Índia e da Argentina, o que parcialmente limita a demanda por soja importada. Os preços das oleaginosas e dos óleos comestíveis pode recuar nos próximos meses, embora uma recuperação seja esperada no começo do próximo ano, segundo o analista Thomas Mielke.

O trigo está disponível em uma ampla variedade de origens, com Austrália, Índia, Rússia e Ucrânia competindo para se desfazer dos estoques excedentes, forçando as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) a cair para o menor nível em 10 semanas, com os preços físicos recuando abaixo de US$ 300 por tonelada, disse um trader na Malásia. (Agência Estado)

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