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Marechal Processo encaminhado ao TJ

Caso Edna Storari: réus recorrem de decisão que levaria o caso a júri popular

Apesar do recurso junto ao Tribunal de Justiça, promotor considera que decisão pelo julgamento popular deve ser mantida

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Passados pouco mais de nove meses do desaparecimento da rondonense Edna Storari, o caso segue tramitando na Justiça – hoje com a hipótese de homicídio doloso.

As audiências de instrução foram concluídas em março deste ano e, depois disso, a Vara Criminal de Marechal Cândido Rondon decidiu pelo júri popular, devido às provas da materialidade e aos indícios de autoria.

No entanto, os quatro réus (o marido da vítima, o filho e a filha dele, e o genro) recorreram da decisão e o processo foi encaminhado ao Tribunal de Justiça. Pai e filhos são representados pelo mesmo advogado e estão presos, enquanto o genro do principal acusado responde o processo em liberdade.

“Vale salientar que essa decisão [pelo julgamento popular] não condena nem absolve ninguém. A Vara Criminal analisou as provas, viu que havia indícios de autoria e decidiu que o processo iria a júri, porque há indícios de crime doloso contra a vida. No entanto, as defesas recorreram ao Tribunal de Justiça dessa decisão”, explicou ao O Presente o promotor Caio Santana Di Rienzo.

Decisão deve ser mantida

Di Rienzo menciona que, apesar dos réus terem recorrido, a decisão pelo julgamento popular deve ser mantida. “Os réus recorreram do julgamento porque não concordam com a decisão de pronúncia. Eles têm teses distintas: a maioria fala que não aconteceu nada, ou que eles não estão envolvidos, e há a tese de que a Edna desapareceu. Enfim, há algumas teses e eles estão tentando que esse julgamento não seja analisado pelo Tribunal do Júri, por sete jurados, mas tenho convicção de que essa primeira decisão não será revertida pelo Tribunal de Justiça”, pontua.

O julgamento deve acontecer em Marechal Rondon. “A única hipótese de não ser julgado aqui é se alguém entrar com o pedido de desaforamento, mas nenhuma das hipóteses que a lei prevê há condições para este processo desaforar, ou seja, sair da comarca original e ir para outra. Então, estou convicto de que mesmo que aleguem isso, o que não foi feito ainda, esse processo deve permanecer no município rondonense”, expõe o promotor.

Previsão para julgamento

Ao O Presente, ele avalia que o processo tem avançado de maneira célere. “Considerando que três dos réus estão presos, mesmo com esse recurso o julgamento talvez aconteça no fim deste ano ou início de 2023, mas é difícil fazer uma previsão. É preciso considerar a pauta da Vara Criminal e do Tribunal do Júri, o que foge à nossa alçada. Ainda assim, no máximo no primeiro trimestre do ano que vem o julgamento deve sair”, considera.

Promotor Caio Santana Di Rienzo: “Há algumas teses e eles [os réus] estão tentando que esse julgamento não seja analisado pelo Tribunal do Júri, por sete jurados, mas tenho convicção de que essa primeira decisão não será revertida pelo Tribunal de Justiça” (Foto: Divulgação)

Entenda o caso

A empresária rondonense Edna Storari, de 56 anos, foi dada como desaparecida no dia 27 de setembro por uma das filhas. A mulher morava em Marechal Rondon há oito anos e suas duas filhas residem em Tapejara e Pérola do Oeste, no Paraná.

Tão logo o caso chegou à Polícia Civil, a situação foi tratada como desaparecimento. Contudo, com o andamento das investigações, passou a ser considerada um caso de feminicídio.

O companheiro da empresária rondonense está preso preventivamente desde 07 de outubro, assim como o filho dele e a filha dele, que foram detidos no dia 02 de dezembro. O genro do principal acusado foi preso, mas atualmente responde em liberdade. O companheiro da empresária é investigado pelo crime de feminicídio e os filhos e genro por ocultação de provas e fraude processual. Edna e o homem não tiveram filhos juntos.

Investigação

Segundo o delegado de Polícia Civil, Rodrigo Baptista Santos, o crime foi premeditado e as provas colhidas ao longo do inquérito direcionam para um caso bárbaro motivado possivelmente pelo fim do relacionamento e a divisão dos bens. “A nossa investigação desmentiu ponto a ponto os álibis apresentados pelo acusado”, declara.

As investigações da Polícia Civil começaram sete dias depois do desaparecimento da empresária, que aconteceu no dia 20 de setembro de 2021. As diligências se prolongaram durante 75 dias e o inquérito foi concluído no dia 10 de dezembro do ano passado.

Ao todo, mais de 20 pessoas foram ouvidas e diversos relatórios foram elaborados, além de perícias em telefones e perícias com luminol na residência da vítima. Áudios da vítima e filmagens de câmeras de segurança referentes à investigação foram divulgados durante uma coletiva de imprensa feita pelo delegado rondonense (clique e acesse a matéria).

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