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Municípios Secretário de Saúde de Pato Bragado

“São momentos delicadíssimos pelos quais estamos passando”, alerta John Nodari

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Secretário de Saúde de Pato Bragado, vice-prefeito John Nodari: “A nossa equipe médica é muito clara quando coloca o receio de estarmos vivendo a pandemia e a epidemia de dengue” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

A saúde pública brasileira vive o momento mais delicado desde o início da pandemia, há um ano. Profissionais exaustos, hospitais com fila de espera para internamento em unidades de terapia intensiva (UTIs) nas alas Covid-19, falta de insumos, dificuldade em acelerar a vacinação, por fim, e o pior: óbitos.

Mas, na região, o que está difícil pode ficar pior. Isto porque além da pandemia os municípios começam a ver crescer o aumento nos casos de dengue. “É um momento único que a saúde, não só de Pato Bragado, mas do Paraná e do país, está atravessando. É um momento em que encontramos profissionais de saúde exaustos, dificuldade em encontrar profissionais, aumento de valores em materiais utilizados na saúde. Tudo são dificultadores. E agora vem a situação que estamos enfrentando da dengue. Os municípios estão em alerta”. A afirmação é do secretário de Saúde bragadense, vice-prefeito John Nodari.

Conforme o boletim divulgado na terça-feira (16) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Pato Bragado está com um quadro preocupante. “Precisamos da ajuda da nossa população, porque vivenciamos isso ano passado, em que houve uma epidemia de dengue e ingresso da pandemia da Covid-19. Não estávamos naquele momento no estado em que estamos hoje. A nossa equipe médica é muito clara quando coloca o receio de estarmos vivendo a pandemia e a epidemia de dengue. Isso representa um risco muito grande à nossa saúde e nossa população, porque até mesmo para os profissionais médicos fechar diagnóstico é um complicador. Precisamos ter atenção, precisamos que a nossa população faça o seu dever de casa, que olhe o seu quintal, que cuide lugares que podem ser criadouros do mosquito Aedes aegypti e, ao mesmo tempo, faça o uso da máscara e do álcool em gel. É o momento em que precisamos nos disciplinar e refletir: o Poder Público vai fazer a sua parte, mas eu, enquanto cidadão, também preciso fazer a minha. Não adianta olharmos somente para os governantes e cobrarmos deles. Eles têm que, sim, fazer a sua parte, mas nós temos que fazer a nossa. Enquanto administração de Pato Bragado estamos buscando fazer a nossa parte, mas é um momento de darmos as mãos, de cada um buscar fazer a sua parte para que seja possível evitar que se complique ainda mais o sistema de saúde e enfrente ainda mais dificuldades com uma possível epidemia de dengue”, detalha Nodari.

 

COLABORAÇÃO

O secretário de Saúde de Pato Bragado enaltece que tanto o coronavírus como a dengue são duas doenças que dependem muito de cada um quando o assunto é cuidado e prevenção. “Mais uma vez vamos bater na tecla de que as agentes de endemias vão a campo fazer sua parte, as agentes comunitárias vão a campo fazer sua parte, a equipe médica do posto de saúde faz sua parte, mas precisamos que a população também faça a sua. Se não há mosquito, não há transmissão de dengue. Se mantivermos o cuidado e o distanciamento social, reduzem as chances de transmissão de Covid-19. São duas situações que não existem receitas prontas, pois não é uma ciência exata. Tanto a dengue mata como a Covid vem demonstrando que mata. São momentos delicadíssimos pelos quais estamos passando e precisamos da população e os órgãos públicos fazendo o seu trabalho. Pato Bragado vem fazendo os bloqueios e um arrastão foi realizado há pouco tempo. Todas as medidas vêm sendo tomadas por parte do governo municipal. Mais uma vez: precisamos que a população nos ajude e nos cobre também. Enquanto Poder Público devemos ser cobrados para que consigamos, juntos, uma saída para que o cenário não fique pior”, ressalta.

 

CENÁRIO MUDOU

Os municípios estão acompanhando, neste começo de 2021, o sistema de saúde praticamente entrar em colapso em razão de hospitais não conseguirem atender toda demanda de pacientes infectados ou com suspeita de Covid-19.

Para o vice-prefeito bragadense, o momento é outro se for comparar com um ano atrás. “Se olharmos a pandemia no ano passado e olharmos este momento, especialistas falam que a nova cepa já está circulando na nossa região. Acredito e muitos profissionais de saúde estão convencidos disso, porque antes quase não tínhamos pacientes fazendo uso de oxigênio. No hospital temos a ala Covid-19, que possui leitos de internamento, e no ano passado foram poucos os pacientes que fizeram uso de oxigênio. Desde o início do ano, porém, a situação mudou e muitos precisaram deste recurso. Graças a Deus estamos conseguindo atender a demanda de pacientes que fazem o uso do oxigênio”, aponta.

No entanto, Nodari diz que pacientes que evoluem com saturação baixa e em que o quadro de saúde apresenta um agravamento, precisam entrar na fila da Central de Leitos. “Sabemos a dificuldade que existe e não temos estrutura para fazer internamento, intubando os pacientes, devido à falta de equipamento e de profissionais da área de saúde”, lamenta.

O secretário reforça que neste ano há um número maior de pacientes chegando com o caso clínico agravado. “E isso faz com que o sistema de saúde acabe sofrendo mais também, pois são internamentos a mais. O que estamos percebendo é que pode ser, sim, essa mutação do vírus que está circulando na nossa região”, avalia.

 

AOS PRIMEIROS SINTOMAS, VÁ AO MÉDICO

Outro motivo para que o quadro de saúde evolua mais rapidamente, conforme constatado na prática, diz Nodari, é que há pacientes que demoram para procurar atendimento médico a partir do momento em que surgem os primeiros sintomas. “Se olharmos até mesmo alguns óbitos que tivemos no município, muitas vezes os pacientes procuram o sistema de saúde quando o quadro já está mais agravado. Hoje sabemos que a Covid19 tem três fases e chegam na segunda indo para a última fase, quando apresentam insuficiência respiratória. É um apelo que faço a nossa população para que busque atendimento de forma imediata. Quando falarmos em tratamento precoce, estamos falando em tratar o nosso munícipe no início da síndrome, no início dos sintomas, seguindo o protocolo do Estado e da União. As pessoas acabam evitando buscar atendimento médico com medo do isolamento, mas temos que quebrar esse ciclo. Apresentou os primeiros sintomas, busque o atendimento, vá para avaliação médica. O médico vai avaliar qual o melhor medicamento, qual a melhor conduta a ser tomada. A equipe de saúde entende hoje que a melhor saída é buscar de forma imediata o atendimento médico”, frisa.

 

VACINA

Pato Bragado já manifestou que pretende integrar o consórcio de municípios brasileiros para aquisição de vacinas e insumos da área da saúde. A iniciativa é da Frente Parlamentar de Prefeitos (FNP).

“O prefeito Mano (Leomar Rohden) sinalizou junto ao consórcio que Pato Bragado tem interesse em adquirir vacinas. Não estamos tão preocupados com o custo dela. Queremos adquiri-las porque sabemos que são elas que farão o sistema de saúde desafogar e a economia voltar à normalidade”, salienta.

Segundo Nodari, o município segue o protocolo de vacinação e recebe as doses conforme os repasses feitos pela 20ª Regional de Saúde de Toledo. “Estamos vacinando a faixa etária de 77 anos. Estamos longe de atingir aquilo que precisamos. Hoje ficamos à mercê do Ministério da Saúde para que as vacinas cheguem até nós. Percebemos que os municípios e o Governo do Estado estão tendo dificuldade em adquiri-las, porque a prioridade é do governo federal. Estamos esperançosos de que, de alguma forma, o governo consiga buscar uma solução imediata, a curto prazo, para que seja possível atingir o maior número de pessoas vacinadas”, conclui.

 

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