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Paraná Dados da PRF

Mais multas por excesso de velocidade mostram que motoristas estão mais imprudentes, alerta especialista

Fatores como estresse, ansiedade, transtornos de conduta, aliados à sensação de impunidade, à falta de empatia e desprezo pela vida contribuem para a imprudência no trânsito

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Flagrante no feriado da Páscoa (Reprodução/PRF)

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam que o número de infrações por excesso de velocidade cresceu 136% no Paraná no ano passado, em comparação com 2022. Enquanto em 2022 foram registradas 80.266 autos de infração por excesso de velocidade nas rodovias federais paranaenses, em 2023 foram 189.612. No País foram 2.961.624 infrações por transitar em velocidade superior à máxima permitida no ano passado. Em 2022 esse número ficou em 1.275.703, uma alta também muito grande de 132%.

Os dados da PRF foram divulgados no balanço da corporação ainda em fevereiro de 2024. No ano passado, metade das infrações cometidas por motoristas brasileiros se referia ao excesso de velocidade. Em 2022, essa proporção era de 30%.

“Esse dado é assustador e revela de forma inequívoca que o motorista brasileiro está mais imprudente. Por isso, infelizmente, não é de se estranhar o crescimento no número de sinistros e de mortes no trânsito”, comenta o coordenador nacional da Mobilização de Médicos e Psicólogos Especialistas em Tráfego, Alysson Coimbra.

“As ruas, avenidas e rodovias têm um limite de velocidade para proteger a vida de todos nesses espaços coletivos. Esse número não é determinado pelo acaso, é fruto de um trabalho técnico-científico. Estudos já mostraram que, se alguém for atropelado por um carro a 60 km/h, as chances dessa pessoa morrer são de 98%. Se a velocidade for reduzida para 40 km/h, o risco de morte cai para 35%. Ou seja, correr no trânsito mata”, completa o especialista em segurança viária.

Na avaliação de especialistas em Medicina e Psicologia do Tráfego, fatores como estresse, ansiedade, transtornos de conduta, aliados à sensação de impunidade, à falta de empatia e desprezo pela vida contribuem para a imprudência no trânsito. Para minimizar o problema, eles apontam a necessidade de revisão da periodicidade das avaliações médicas e psicológicas para os motoristas, campanhas de educação no trânsito e aumento da fiscalização nas ruas, avenidas e rodovias. 

A avaliação psicológica (AP) é obrigatória para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e complementar ao exame de aptidão física e mental (EAFM) realizado pelos médicos, pois permite identificar traços de personalidade, agressividade, propensão à dependência química, problemas com álcool e questões sociais e afetivas que podem afetar a segurança no trânsito. 

Os últimos acontecimentos envolvendo questões relacionadas ao comportamento e saúde dos condutores reforçam o alerta dos especialistas: a onda de discussões, desrespeito às leis, brigas, lesão corporal e mortes evitáveis reforçam que é preciso um olhar emergencial e multidisciplinar para o trânsito. 

“O maior cuidado com a saúde dos condutores terá impacto na preservação de vidas de toda sociedade. Além de aumentar a punição e a fiscalização e de campanhas educativas mais contundentes, é indispensável cuidar de forma adequada da saúde dos motoristas. Precisamos da união de todos, um esforço conjunto entre as autoridades, os especialistas e a sociedade. Somente assim será possível salvar vidas nas ruas e estradas desse país”, completa Coimbra.

Com Bem Paraná e assessoria

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