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Poder Legislativo "Jogada política"

“As provas foram corrompidas, levando a crer em armação”, afirma Neco Kist

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Vereador rondonense Neco Kist, em visita ao Jornal O Presente: “Na quarta-feira (19) tivemos novos depoimentos, quando ficamos sabendo que um vereador encaminhou as provas, que foram corrompidas, ou em palavras mais simples roubadas” (Foto: Joni Lang/OP)

 

Alvo de investigação por supostamente receber parte do salário de uma ex-servidora da Prefeitura de Marechal Cândido Rondon indicada por ele, o vereador Dorivaldo Kist (Neco) (MDB) concedeu entrevista exclusiva, na última quarta-feira (19) ao O Presente, para declarar que é vítima de armação política. Ele esteve acompanhado do advogado Giovani Lopes, que atua na sua defesa.

Segundo o parlamentar, no último dia 11 a pessoa indicada por ele ao cargo no Poder Executivo foi ouvida na condição de testemunha, mas ela disse que não fez a denúncia. “Ficamos apreensivos ao escutar o que ela realmente comentou. Ela disse que nunca foi à Câmara, não conhece Luís Carlos Diesel (controlador interno da Câmara) e simplesmente expôs que as provas dela foram corrompidas. Nessa quarta-feira tivemos novos depoimentos, quando ficamos sabendo que um vereador encaminhou as provas, que foram corrompidas, ou em palavras mais simples roubadas, sendo que o vereador passou ao controlador interno da Câmara, que por sua vez promoveu a denúncia”, declara.

Neco diz que foi ouvido na quarta-feira e revela que a então servidora disse não saber sobre a denúncia contra ele. “Não estava a par do processo, nem sabia o que tinha no processo. Via as testemunhas, mas não sabia do que se tratava, então tudo leva a crer que é uma armação política para tentar me derrubar. Todos sabemos da situação política rondonense, onde tentam fortalecer o grupo de oposição com a minha saída para trazer outro vereador”, denuncia.

O parlamentar salienta que já tinha ciência se tratar de um jogo político, uma vez que a verdade veio à tona. “A própria ‘denunciante’ que no caso tinha as provas se contradisse no depoimento. Ela e o pai dela não falaram a mesma língua; um falou uma coisa, outro falou outra. Simplesmente é só ouvir o que está gravado na Câmara”, frisa.

Com as audiências de instrução e de continuidade de instrução nos dias 11 e 19, quando foram ouvidas testemunhas e o acusado, o próximo passo é a entrega das razões finais por parte do representado. “Até a próxima sexta-feira (dia 28) meu advogado vai entregar o parecer final de tudo e das testemunhas do caso”, informa.

REVERTER

Com base nos autos, o vereador entende que a partir deste momento aumentam as chances de reverter o caso. “Com certeza. Agora que as testemunhas foram ouvidas ficou claro esse jogo político, então estamos cientes de que realmente vamos conseguir reverter este jogo. Acredito que querem cassar o Neco e tentar absolver outro vereador que há provas e que estava preso, para a oposição somar nove votos e conseguir derrubar o prefeito (Marcio Rauber)”, adianta.

“Acredito que não vai ter êxito, porque este é um governo sério, competente e que está em prol da comunidade”, frisa o edil.

O parlamentar avisa que avalia quais providências tomará ao provar que é vítima de armação. “Estamos vendo. É cedo para avaliar o que fazer, porém algo será feito, pois denegrir a imagem de uma pessoa não é simplesmente possível sair ileso. A comunidade vai saber quem realmente são as pessoas que estão por trás disso”, dispara.

EQUÍVOCO

De acordo com o vereador, houve um equívoco ao formar a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar integrada pelos vereadores Josoé Pedralli (presidente), Adriano Cottica (relator) e Vanderlei Sauer (membro). “Ela deve ser sorteada e não indicada, então simplesmente teve um erro nessa situação. E também a questão do vereador que entregou as provas para o controlador interno. Acho que deveria ser encaminhada para a mesa diretora, fazer um requerimento ou um partido posteriormente pedir a cassação do vereador. Então é mais um erro que ocorreu no decorrer do processo”, reforça.

Apesar disso, o edil confirmou ter emprestado dinheiro à mulher. “No dia em que ela foi ouvida na Câmara, falou que passou para mim R$ 1 mil nos primeiros três meses. O pai dela disse que não pagou nada, que no segundo mês devolveu R$ 500 e no terceiro foi o depósito. Eu fiquei com R$ 1,5 mil em haver”, salienta, emendando que a mulher teria trabalhado de dez a 11 meses, mas Neco não saberia qual função e valor do salário. “A partir do terceiro mês ela nunca mais fez pagamento algum para mim. O que ela teria que pagar ficou no empréstimo que dei a ela”, mencionou ao O Presente.

OITIVA

A comissão processante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara encerrou, na quarta-feira, a fase das oitivas das testemunhas e do vereador Neco. Na semana passada foram prestados os primeiros depoimentos.

Neco confirmou a veracidade das conversas pelo WhatsApp e do comprovante de depósito em conta bancária, apresentados como prova pela funcionária e que serviram para embasar a denúncia. Contudo, ele afirmou que a cobrança que aparece nas conversas registradas no aplicativo do celular são para cobrar um empréstimo de R$ 3 mil e que o depósito apresentado pela servidora que o acusa seria parte do pagamento desta dívida.

Após, o relator da comissão terá mais dez dias para apresentar o relatório final. Ele pode se manifestar pela cassação, ou não, do mandato do vereador por quebra de decoro parlamentar. A decisão final será em votação entre os vereadores em plenário.

 

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